“O Lambitismo”

“O Lambitismo”

Há uma expressão popular na minha terra de origem a que acho muita piada, “Lambita” o equivalente à figura de  “Engraxador” ou “Lambe-Botas”, quem é que nunca se deparou com uma figura destas? As más noticias é que estão espalhados por todas organizações, por isso desenganem-se os que pensam que há escapatória… lamentavelmente não a há!

 Os que temos a responsabilidade de coordenar e gerir pessoas, temos ainda responsabilidade acrescida de estar atentos a este tipo de figuras, pois a sua presença é certamente um factor determinante no surgimento de conflitos no seio das equipas, e mesmo os que lidamos com equipas de alto desempenho, treinadas e experimentadas para enfrentar conflitos e objecções, sabemos que essas técnicas são meramente paliativas, mas não são certamente a cura ficando sempre cicatrizes que dificilmente desaparecerão e que condicionarão os nossos resultados finais.

 Como identificá-los? Existem algumas características que julgo comuns e que sumarizo com base na partilha de experiências com profissionais dos mais diversos sectores:

  1.  Confundem facilmente respeito com veneração;
  2. Mesmo quando nada pedimos, eles voluntariam-se para ajudar;
  3. Quando fazem trabalhos para os quais são perfeitamente autónomos e capazes, insistem para que lhes façamos uma revisão para nos envolver e nunca saírem do nosso radar,
  4. Gostam de transmitir aos outros uma proximidade com a chefia que muitas vezes nem existe;
  5. Ficam irritados quando há promoções e novos candidatos a concorrer com o seu lugar de “Lambita mor” e acreditem que pior que um, são dois a competir.

 Estas personagens vivem dentro de uma realidade em que o enfoque está em subir hierarquicamente, mas demonstrando, regra geral, fracas competências técnicas,  pelo que são tendencialmente “Lambitas” de todos os que possam facilitar a sua escalada. Infelizmente também não têm problemas em comprometer a chefia directa se isso lhes trouxer os resultados pretendidos. Todo o cuidado é pouco, porque muitas vezes a sua agenda pessoal pode não ser o melhor caminho para a organização que representam.

 Gerir pessoas, transformar pessoas em profissionais; profissionais em equipas e levar essas equipas ao sucesso é um trabalho complicado, moroso, delicado e, muitas vezes, caro para as organizações, nunca será saudável para quem quer empresas sólidas perder bons activos por causa de profissionais com “pés de barro”.

 E é isto amigos! Cuidado com estes seres e se alguém que esteja a ler este texto está a pensar em falar com a chefia para denunciar ou reclamar do comportamento dum “Lambita”, só deverá fazê-lo se tiver tempo para desperdiçar, o mais normal é que passe por invejoso, afinal de contas só há “Lambitismo”, porque há quem goste de ser “Lambitizado”.

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