O maior inimigo do bom é o ótimo
Muitos empresários ficam a vida inteira tentando fazer o ótimo e simplesmente não conseguem fazer o bom. É comum ouvir de varejistas questões do tipo: gostaria de melhorar a apresentação da loja, mas infelizmente só poderá fazer isso depois de ampliá-la; acha muito importante treinar seus funcionários, mas que só conseguirá fazer isso de fato depois que trocar algumas pessoas da equipe; acredita que é fundamental diminuir os desperdícios da loja, mas só poderá iniciar esse trabalho quando a mesma tiver maior e uma estrutura de pessoal qualificada; muitos acham importantíssimo ter um gerente experiente e qualificado mas só poderão fazer isso quando abrir mais lojas, pois com uma só não conseguirão pagar o custo; gostariam de melhorar o nível de seus equipamentos, mas acham que só é interessante fazer isso depois que ampliarem a loja. E assim as questões de indecisão e inércia prosseguem de forma quase infinita e é raro encontrar empresários que decidam fazer algo mesmo que isso não signifique ser a solução ou a decisão ótima. São empreendedores que sabem que nunca vai existir o momento, ou a hora certa. Que preferem fazer alguma coisa, do que não fazer coisa alguma.
Costumo dizer aos clientes que o maior inimigo do bom é o ótimo. Na busca de só fazer o ótimo muitas empresas perdem grandes oportunidades e deixam de fazer muita coisa que seria bom para o seu negócio. Acabam perdendo grandes oportunidades por estarem esperando uma oportunidade excelente que simplesmente nunca chega. Sempre digo que se tivesse aprendido essa regra básica de decisão com quatorze ou quinze anos já teria ficado rico. Digo mais, para um empresário que busca o sucesso posso afirmar categoricamente que seguir isso ao pé da letra pode ser meio caminho andado para conseguir chegar lá.
Dentre esses empresários ainda tem uma turma que jamais aceitará fazer o bom. Para eles a estratégia de fazer inicialmente o bom e depois buscar chegar o ótimo é inviável. Ou fazem o que consideram o ótimo ou não fazem nada. Outros vivem sonhando e divagando sobre isto ou aquilo que consideram um bom caminho, uma decisão acertada, um investimento adequado, porém nunca fazem nada para pôr isso em prática, e quando questionados sobre o assunto sempre dão uma desculpa do tipo, vou esperar o verão chegar, vou aguardar fulano voltar de ferias, acho que com a crise atual não é o melhor momento e assim por diante de forma que nada acontece de fato. Definitivamente é muito difícil entender a cabeça de alguns empresários.
Uma coisa é certa, seja uma pessoa física ou empresário, esperar a melhor hora, a situação mais favorável ou buscar fazer somente o ótimo pode ser uma atitude extremamente danosa e inviável do ponto de vista de realizações, pois corre-se o risco de nada acontecer. Chamo a atenção portanto daqueles que agem assim para o cuidado de não caírem na cilada de transformar o possível e impossível e viver uma vida cheia de nada com total ausência de realizações. Estrategicamente fazer primeiro o bom para poder chegar ao ótimo pode ser a melhor opção. Para uma grande maioria das vezes para chegar ao ótimo é necessário fazer o bom. É a oportunidade que as pessoas têm para ganhar experiência, experimentar, testar e assim diminuir os possíveis erros em uma decisão ou ação para chegar ao ótimo. Fazer o bom pode significar uma grande oportunidade para alcançar o ótimo. Muitas vezes chegar ao ótimo sem passar pelo bom pode ser muito arriscado e dispendioso.
A partir do momento que as pessoas e as empresas se conscientizarem de que o primeiro caminho muitas vezes a ser trilhado seja o do bom ou de que para chegar ao ótimo é mais rápido e seguro passar pelo bom ao invés de ficar correndo atrás ou indo diretamente em busca do ótimo, muitas coisas positivas vão começar a acontecer na história dessas empresas e pessoas. Por outro lado não adianta se iludir e achar que trilhar o caminho do ótimo não seja a melhor opção e que assim é suficiente ficar eternamente fazendo o bom. Sem dúvida o caminho do ótimo a melhor opção, mas de longe também é a mais arriscada, a mais demorada e a mais árdua e isso faz com que muitos desistam, até mesmo antes de começarem. Se pudermos driblar essas dificuldades com ações e decisões consideradas boas é possível diminuir muito os riscos relacionados ao ótimo e devagar mas de forma consistente chegar aos objetivos.