O marketing de influência é misógino?

O marketing de influência é misógino?

Trago uma polêmica. E dessa vez, embasado por nada a mais, nada a menos do que uma matéria recente da Fast Company cujo título é “O marketing de influência tem um viés de misoginia que é preciso eliminar”.

Vale muito a leitura completa, mas vou fazer um dos meus resumões com dados da matéria:

  • Uma pesquisa global da Shopify identificou que 84% dos influenciadores digitais são mulheres, um dado que me parece bastante alinhado à realidade brasileira.
  • A reportagem toca no ponto do aumento dos investimentos em marketing de influência, que devem atingir US$ 21,1 bilhões em 2023.
  • Estima-se que, apesar de muito dinheiro circulando nesse mercado e da predominância feminina entre os profissionais atuantes, os influencers do sexo masculino embolsem, em média, 30% a mais por publicação em comparação com as influencers do sexo feminino. Essa disparidade é ainda mais acentuada em áreas consideradas “assunto de homem”, como finanças.

Machismo e patriarcados projetados

A hipótese levantada pela matéria da Fast Company é que o machismo e patriarcado que ainda regem as nossas relações sociais são projetados nas dinâmicas do marketing de influência. As mulheres influenciadoras negociam menos suas contrapartidas, as anunciantes não se intimidam em fazer ofertas mais tímidas para as mulheres. Péssimo!

Mas me parece que o tema misoginia no marketing de influência extrapola as questões de negociações financeiras em torno das ações. Eu mesmo já publiquei aqui no LinkedIn um artigo sobre a influência tóxica, tratando dos influenciadores que falam de inferioridade feminina ou até pregam o ódio às mulheres. Ainda me impressiono que estejam na ativa, trabalhando nesse mercado.

Desigualdades na influência

Se investigarmos mais, há outros desníveis no marketing de influência. Em 2022, a YouPIX e a 99 Jobs divulgaram o estudo “Influence Skills – Um retrato das carreiras e salários no mercado de influência no Brasil”. Basicamente, a pesquisa mostra que apesar de pregar a diversidade, o marketing de influência ainda está bem longe disso. Analisando os trabalhadores desse setor, predominam nos times pessoas brancas (69%), heterossexuais (68,1%) e cisgênero (97,2%).

Não acredito que o mercado vá se autorregular naturalmente em relação a esse tipo de discrepância. Acho que essas coisas têm que ser conversadas, pauta nos eventos e na mesa de reunião dos anunciantes. Para correção, é preciso intenção. Não estão falando tanto em ESG? O pilar social diz respeito ao tratamento de todas as pessoas, de dentro e fora da empresa. Nunca foi tão importante praticar.

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