O medo de se desconectar - FOSO

O medo de se desconectar - FOSO

Certamente você já ouviu falar de FOMO (Fear of Missing Out) - medo de perder algo, mas você já ouviu falar de FOSO (Fear of Switching Off) - medo de se desconectar?

Segundo a consultoria de recursos humanos Robert Half, esse fenômeno tem atingido diversos trabalhadores e pode trazer como consequências a queda de produtividade e o burnout. Infelizmente não precisamos ir longe para confirmar isso, basta olhar ao redor nas empresas que facilmente vamos identificar muitas pessoas sofrendo com esse medo de se desconectar.

A constatação desse fenômeno pode levantar discussões a respeito do tema de saber separar a vida pessoal do trabalho. Para os mais pragmáticos são dois universos que não devem se misturar, o que inclusive deu origem a série de ficção Severance (Ruptura), da Apple TV, onde efetivamente as pessoas esquecem completamente da vida pessoal quando chegam no trabalho, e vice versa. Não vou dar spoilers, assistam.

“Buscar a realização pessoal apenas fora do trabalho, ignorando a parte significativa de nossas vidas que passamos trabalhando, seria limitar as oportunidades de sermos seres humanos felizes e realizados.” Bill O’Brien

Mas por mais que algumas pessoas tentem - ou ao menos desejem - nós somos seres integrais e é impossível separar a vida dentro e fora do trabalho. E quando olhamos pela ótica de um ser humano integral, sem ruptura entre trabalho e vida pessoal, podemos também relacionar que é ser integral saber separar o tempo de descanso do tempo de trabalho.

Um olhar desatento pode achar que essas duas abordagens se contradizem, mas no fundo, é exatamente ter esse equilíbrio que torna a abordagem integral. Uma visão não dual entre vida profissional e trabalho permite enxergar que o descanso, que a desconexão, faz parte da nutrição para uma entrega melhor, como pessoa, em todas as esferas da vida.

Não vamos romantizar, integrar as áreas da vida é complexo, mas o mundo que vivemos também é complexo, e não adianta tentar resolver problemas complexos com soluções simples e reducionistas.

O cansaço, a estafa mental, cria muitos ruídos na cabeça. Sair do trabalho, tirar férias, e continuar conectado, querendo saber o que está acontecendo a todo minuto, não é integrar a vida pessoal e o trabalho, é se desconectar de si mesmo. E cabe as lideranças dar o exemplo. Faça um planejamento adequado, delegue atividades, nomeei responsáveis, e quando parar para descansar: desconecte.

Se ninguém na empresa consegue tirar férias adequadamente e se desconectar, me desculpe, mas essa empresa é um fracasso. E nenhum resultado econômico vai me convencer do contrário.

E por aí, já está planejando as próximas férias ou vendendo os dias para pagar mais horas de terapia?

👏👏👏

Carlos Rubinstein

Fundador da Wiztartup | Investidor Anjo | Executivo de negócios, com foco em tecnologia e vendas | Anjos do Brasil | Venture Capital | IBGC

4 m

Muito bom o artigo Pablo! Parabens

Valeria Vieira

Professora, Pedagoga & Psicopedagoga

4 m

Fantástica a publicação . Além de tudo nos tornamos o país com pessoas mais anciosas no mundo e principalmente os jovens . Se não bastassem a violência das grandes cidades nos tornamos “ reféns “ das telas. Cada vez mais desconectando da realidade e conectando dos que nos é permitido .

Marcos Paulo

--qualidade e profissão anda lado a lado

4 m

Tudo dependa da nossa necessidade! Se isso for uma forma de trabalho não tem como Pará de utilizar o ferramenta do momento q estamos abto na vida dos ser humanos e na vida de todos contemporâneos,que é a civilização global

Entre para ver ou adicionar um comentário

Outras pessoas também visualizaram

Conferir tópicos