O medo te congela ou te impulsiona?
Antes de mais nada temos que entender que o medo é a percepção de ameaça a nossa integridade ou segurança. Sim, é um sentimento que faz parte da natureza humana (dos animais também) com o objetivo de nos preparar para situações de perigo. A pergunta que temos que nos fazer ao experienciarmos tal sentimento é: Dado que sei que estou sentindo medo, o que eu farei com ele?
Sentir medo não é algo anormal ou sinal de fraqueza. Este sentimento caminha conosco diariamente. A chave de não sermos impactados é qual o significado que damos a este sentimento. Ser congelado pelo medo ou nunca sentir medo são situações extremas e ambas patológicas. A primeira porque nos impede de seguir em frente e superar nossos desafios. Já a outra, “desliga” nossos alarmes de segurança e pode nos colocar (ou talvez colocar outras pessoas) em situações de alto risco.
Lembrem-se que o medo é um mix de instinto e aprendizado. O que quero dizer com isso? Quando nos deparamos com um animal feroz enorme, instintivamente sentimos medo! Sentimos medo porque isso é possível ameaça a nossa sobrevivência, afinal de contas podermos morrer. Agora quando vivenciamos algo que o resultado foi negativo, isso pode gerar um sentimento de medo de que aprendemos a partir daquela experiência. Por exemplo, ao sofrermos um acidente (de carro, avião ou um quase afogamento) não sentíamos medo, mas da próxima vez que formos expostos a uma situação igual ou parecida o sentimento de medo pode surgir.
Bom, mesmo sabendo de tudo isso e de como um medo pode ser acionado o que realmente vai importar é como cada um de nós lida com a situação do medo. Sentir medo é absolutamente normal! Mas como lidamos com este sentimento pode fazer a diferença no resultado que ele nos causa: se iremos congelar ou sermos impulsionados a superar o medo. Tudo isso irá depender do significado que daremos a este sentimento. Além disso, parece que quanto mais tememos, mais a situação que gerou o medo se parece assustadora, pois quando o medo nos domina totalmente ele se torna esmagador. Nós simplesmente congelamos! Não lutamos nem fugimos. Manter-se de forma constante nesse estado de inércia pode nos levar a um estado de desesperança extrema e até a depressão.
Ser destemido não significa eliminar o medo. Significa saber como tirar vantagem do medo. Ou seja, não podemos viver uma vida avessa ao risco, assim como não podemos viver uma vida sempre prestes a “pular de um precipício”. Por isso falo em saber como tirar vantagens dos nossos medos, pois no momento em que assumimos o medo e procuramos superá-lo, abrir-se-á um leque de possibilidades que podem nos surpreender.
Abrir-se-á a oportunidade de superarmos talvez o nosso maior medo: o medo do fracasso. Até porque o fracasso não é o oposto de sucesso e sim um passo a mais para nos aproximarmos dele. Então respire fundo, analise a natureza dos seus medos e avalie os benefícios de lutar ou não. Então, entenda que o sentimento do medo é uma oportunidade que temos para avaliar e decidir o que é realmente ameaçador ou não. Ou seja, o medo pode nos ser muito útil pois é uma oportunidade que temos de analisar o que é uma ameaça legítima. O mais importante é não deixarmos que nossos medos fiquem fora de controle, pois a vida é feita de escolhas e estas escolhas vão ditar até onde chegaremos e o quanto seremos felizes por termos conquistado aquilo que nos determinamos ao lado de quem amamos.
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3 aExcelente... o curioso é que sempre estamos lidando com isso, diariamente!