O melhor líder não precisa ser bonzinho com você
Eu imagino que muitos aqui já tiveram algum mau exemplo de líder, do estilo que grita, orienta mal, desliza na gestão e não assume responsabilidades. Mas eu também convido vocês a refletirem sobre outra faceta do carrasco: o chefe bonzinho.
Recebo muitas perguntas nesse sentido, de jovens que acabaram de se tornar líderes, sobre como agradar seus liderados ou serem queridos por eles.
Uma das coisas mais naturais do ser humano é querer se conectar, ser gostado, ser agradável, ser amigo. E, obviamente, muitos profissionais que assumem cargos de liderança querem se sentir queridos pelos liderados.
É realmente ótimo e importante ser uma pessoa boa, inclusive já escrevi que acredito que, antes de sermos grandes profissionais, temos que ser esse tipo de pessoa. Para mim, uma pessoa boa é honesta, íntegra, ouvinte, responsável e atua pelo desenvolvimento do outro.
Mas ser uma pessoa boa não tem nada a ver com ser bonzinho – me perdoem o trocadilho literário.
Líder trabalha pelo desenvolvimento do outro
O melhor líder não é o mais legal, não é o que deixa as pessoas mais confortáveis no trabalho. O líder de verdade é aquele que trabalha para as pessoas se desenvolverem e entregarem resultados que elas mesmas não esperavam.
E, para os que buscam ser melhores e se desenvolver, é preciso muitas vezes se distanciar do que possa ser fácil ou agradável. É preciso ter frio na barriga, passar apertos, enfrentar situações difíceis por si mesmos.
Dentro de um ambiente de respeito, o líder pode nos fazer sair dessa zona de conforto, para buscar nossos resultados, com confiança e espaço.
Para isso, não pode ser “bonzinho” ou “agradável” o tempo todo. E, no fim das contas, o sentimento de que aprendemos e nos desenvolvemos como pessoas e profissionais é melhor do que se tivéssemos passado por uma temporada super agradável, mas sem muito aprendizado.
E, assim, é preciso ter conversas difíceis, falar verdades às vezes duras de escutar e ser firme, com seriedade, clareza e transparência. Tudo pode e deve ser feito dentro do bom senso, da boa convivência, sem abusos e grosseria. Ser firme e exigente não é ser grosso.
Se eu me importo com o desenvolvimento daquela pessoa, se eu sei que ela é capaz de se superar, eu preciso ser justo com ela e falar o que ela precisa para crescer.
Não adianta um chefe que sorri para todo mundo, dá palestra motivacional, coloca balinha e iogurte grátis, se, no fundo, não está se dedicando ao desenvolvimento real e resultado prático das pessoas.
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Liderança exige mudança de postura
Assumir um cargo de liderança exige uma transformação na postura, já que a função do líder demanda algumas indisposições que não eram comuns antes. Isso faz parte do pacote da responsabilidade e, se o objetivo for crescer, não resta nada além de aceitar que chefe não é “parça”.
Ainda que o indivíduo no cargo de liderança seja expansivo, amigável, brincalhão, ele não precisa fazer papel de bonzinho. Não é preciso deixar de ser quem somos. Mas, como líderes, o foco amplia, e o que vale mais é o desenvolvimento das pessoas.
Num primeiro momento, a gente enxerga o chefe legal como aquele engraçado, brincalhão e que nos permite mais liberdade. Mas muitas vezes esse perfil vem junto com:
Ninguém vai agradar todo mundo
Existe uma confusão em pensar que é preciso ser amigo para poder se conectar com alguém. É uma falsa ideia de que as relações de trabalho são necessariamente frias. E tem também o desconforto, principalmente, dos menos experientes, de “não fazer parte da galera”.
Seja onde for, a tarefa do líder definitivamente não é agradar, nem mesmo querer agradar. E não tem problema ser vulnerável, quando o respeito e a transparência são elementos principais da relação com a equipe. Ou seja, é o profissionalismo, a troca profissional.
Líder aprende a lidar com a equipe
Nesse sentido, líderes precisam entender como cada membro da equipe funciona, como cada pessoa reage melhor ao feedback. É papel do líder saber o tipo de linguagem que vai usar, as formas de estímulo, mas sem procrastinar o que precisa ser falado.
Conhecer o liderado é primordial para entender a forma de comunicação que mais funciona e que gera uma relação transparente e com resultados.
Se todas as partes agem com cordialidade, constância, autorresponsabilidade e têm a clareza do que é esperado delas, o ambiente fica rico em troca.
Respondendo, então, aos que me perguntam sobre como agradar seus liderados: não é preciso tentar agradar ou ser amigo, apenas trabalhe de forma legítima no desenvolvimento dos liderados, ajude-os a serem melhores, a conseguirem resultados, de forma respeitosa e cordial.
Mas entenda o papel do líder de falar o que tem de ser dito, e não o que muitas vezes se quer ouvir!
Vendas, Merchandising.
5 mO líder não precisa ser bonzinho, mas não precisa fazer papel de chato, chefe e ser um cara grosso e introspectivo, achando que seu jeito de coronel irá fazer os seus colaboradores entregam metas sobre pressão e disciplinas.
Desenvolvimento de Líderes através de treinamentos, mentoria e coaching.
2 aRealmente muitos fazem essa confusão. A fim de agradarem, muitas pessoas na posição de liderança acabam não ajudando no crescimento dos seus colaboradores. No final das contas, as estes acabam se ressentindo da falta de sinceridade no relacionamento.
Professor de Liderança Diferenciada (Differentiated leadership teacher) e Conselheiro para Plenitude da Vida (Counselor for fullness of life).
2 aÉ muito simples: o líder deve garantir que seus liderados saibam e queiram fazer os métodos corretos de trabalho para alcançar as metas. Observar e avaliar, in loco, este desempenho desejado de cada um. Ao comprovar acerto: elogiar. Ao comprovar indisciplina, dar feedback de repreensão com as devidas sanções. Portanto, não se trata de bondade ou maldade e sim justiça.