O mercado financeiro é o vilão?
Recentemente temos visto notícias sobre o risco fiscal que vemos pela frente, e suas consequências mais imediatas - a bolsa caindo e a taxa de juros futuro subindo.Será que o mercado é um vilão, mau e sem coração que “odeia pobres”?
Primeiramente quem é este mercado que tanto se fala?
Benjamin Grahan em seu livro “o investidor inteligente”, usa um investidor imaginário chamado de sr. Mercado para ilustrar a necessidade de usar a racionalidade nas decisões de investimento.
Mas não preciso dizer que o sr. Mercado não existe - é apenas uma analogia, e não um ser individual. O mercado é composto por pessoas físicas, jurídicas, e investidores institucionais.
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Este mesmo mercado costuma reagir às consequências da economia, e não causar estas consequências econômicas. O mercado também costuma antecipar movimentos esperados. Depois que estes eventos ocorrem, dizemos que isso já estava precificado.
Um exemplo é o que ocorreu em março de 2020, quando a OMS considerou o COVID como pandemia. A bolsa derreteu e ocorreram diversos circuit breakers – um mecanismo de paralisação de negociações que ocorre quando o índice Ibovespa cai mais de 10% de uma só vez.
A bolsa caiu, justamente porque com a pandemia e lock down, a consequência mais obvia é que as empresas diminuiriam seus lucros, e foi o que aconteceu nos meses que se seguiram. Um efeito dominó que prejudicou desde as grandes corporações até a população como um todo. A bolsa ter caído foi apenas um reflexo do que estaria por vir.
O mercado anteviu e não causou estas consequências. O mercado não é soberano ou dono da verdade, já que é formado por pessoas, com seus vieses emocionais mas, tende a responder antecipadamente a eventos e possíveis consequências de decisões que podem afetar exponencialmente a economia, e por isso, vale a pena ser considerado para entendermos o que está por vir.
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2 aPerspicaz!!
Especialista Operacional | Assessoria de Investimentos | Middle Office
2 aÓtima leitura!