O mercado hoje, 29/11/2016
Após uma segunda feira de alta, com os mercados voltando da semana mais curta nos EUA, o dia promete ser bastante agitado com o cenário político nacional e os indicadores externos. Por aqui, está marcada para hoje a sessão no Senado que votará a PEC do teto de gastos em primeiro turno, enquanto entre os indicadores, o IBGE apresenta os dados de emprego da Pnad contínua. No exterior, o destaque fica com a divulgação do PIB (Produto Interno Bruto) dos Estados Unidos.
Na Ásia as bolsas encerram em campo negativo, com os investidores demonstrando cautela antes de uma reunião de cúpula da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e de um referendo na Itália.
No Japão o dia foi de queda, o segundo dia de quedas consecutivas, pressionada pela realização de lucros, já que o índice local vinha de 7 sessões de altas consecutivas. Pesa também no humos dos players dúvidas no mercado japonês sobre a exata dimensão de medidas de estímulo fiscal que o futuro governo do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, poderá vir a adotar. A perspectiva de uma postura fiscal mais agressiva nos EUA vinha alimentando um recente rali em Tóquio.
Na China o mercado encerrou o dia em ligeira alta, o sétimo dia consecutivo, chegando à máxima de 11 meses. Os investidores foram incentivados por mais sinais de que a economia chinesa está se estabilizando, com uma pesquisa da Reuters mostrando que a atividade do setor industrial provavelmente se manteve em uma tendência de expansão modesta neste mês.
Segue no radar noticias de que o governo de Xangai anunciou novas regras sobre o mercado imobiliário local nesta terça-feira, em seu mais novo esforço para restringir a alta dos preços das moradias. Entre as medidas, está a elevação da entrada necessária para pessoas que compram imóveis pela primeira vez de 30% para 35% e critérios mais estritos para definir quem são essas pessoas, entre outros. Segundo a Savills, uma imobiliária local, os controles "não devem ter impacto imediato sobre os preços, mas a redução do volume de transações deve reduzir o ritmo de seu crescimento".
Toquio encerrou com queda de -0.27%, Hong Kong com -0.41% e Shangai com +0.18%
Na Europa o dia oscila entre o campo negativo e positivo, próximas da estabilidade, com os investidores de olho nas conversas entre os membros da Opep sobre o acordo de produção de petróleo e também na incerteza política antes do importante referendo na Itália no próximo domingo, com as reformas constitucionais propostas pelo primeiro ministro Matteo Renzi. O temor dos mercados é que, diante de uma derrota, Renzi renuncie ao cargo, abrindo espaço a lideranças anti-EU. No entanto, uma publicação italiana apontou a possibilidade de Renzi renunciar inclusive se ele vencer o referendo, no intuito de ser apontado novamente para o cargo em um novo governo e voltar fortalecido.
A leitura final do PIB da França veio em linha com o esperado, apresentando crescimento de 0,2% QoQ e de 1,1% YoY. O Consumo apresentou estabilidade no trimestre e o investimento cresceu 0,2%.
Também por lá teve prévia do CPI de novembro da Espanha, em 0,5% YoY, em linha com o esperado pelo mercado.
Neste momento a Inglaterra cai -0.64%, enquanto a França sobe +0.56% e Alemanha +0.11%
Nos EUA o mercado fica atento à segunda leitura do PIB anualizado referente ao terceiro trimestre, o dado será divulgado às 11h30, o mercado espera uma correção de 2,9% QoQ para 3% QoQ. Ainda neste horário, será divulgado o índice de preços de imóveis da S&P, estimado em 0,40% MoM e 5,2% YoY em setembro. Caso o dado de atividade venha fora das expectativas, pode trazer volatilidade aos negócios.
O petróleo recua nesta manhã, com os players em dúvida sobre a reunião da OPEP amanhã, O WTI recua -0.62% a US$46.79 o barril, e o BRENT -0.71% a US$48.86 o barril. Segundo o Goldman Sachs, precifica uma probabilidade de apenas 30% de a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) fechar um acordo para reduzir sua produção nesta quarta-feira. Amanhã, a Opep se reúne em Viena numa tentativa de ratificar um plano preliminar - anunciado em setembro -, que prevê cortes na produção do grupo. Se a Opep concordar em diminuir sua produção a 32,5 milhões de barris por dia, o Goldman prevê que os preços do petróleo se recuperarão para pouco mais de US$ 50 por barril. Ontem, o Brent para fevereiro fechou em US$ 49,21 em Londres e o WTI para janeiro encerrou o dia a US$ 47,08 em Nova York. Na falta de acordo, o Goldman acredita que os preços deverão ficar numa média de US$ 45 por barril em meados do ano que vem, após caírem inicialmente para cerca de US$ 40, logo após a reunião da Opep.
Aqui no Brasil as atenções se voltam para o Copom, que se reúne nesta terça-feira, o primeiro de dois dias, amanhã no final da tarde será divulgada a decisão de política monetária, cujo mercado aguarda um corte de 0,25 ponto percentual levando a SELIC para 13,75%. No Congresso às 14h00, tem a votação no plenário do Senado da PEC do teto dos gastos em primeiro turno, e na Câmara tem a votação do projeto de combate à corrupção. Entre outros eventos previsto, Michel Temer e Ilan Goldfajn, presidente do Banco Central, participam de evento do Tribunal de Contas da União (TCU).
Na pauta da crise dos Estados, segue a tratativa entre os Estados e o governo federal sobre uma solução para enfrentarem a crise. Na semana passada, o governo aceitou dividir a multa arrecadada com o programa de regularização de ativos no exterior, a repatriação, mas em troca os Estados teriam que retirar as ações cobrando partilha no Supremo Tribunal Federal (STF) e se comprometer com a execução de um ajuste fiscal com redução de gastos, através da adoção do teto de despesas corrigido pela inflação, mesmo conceito da PEC do teto da União, e o corte de 20% dos gastos com cargos comissionados e temporários. Agora, os Estados pressionam para tratativas à parte, ameaçando o pacto único, com medidas de ajuste fiscal que melhor se enquadram à realidade de cada.
No campo politico , apesar de a crise política ter dado trégua ontem, após o pacto fechado entre Planalto, Senado e Câmara para barrar a anistia ao caixa 2, a percepção dos players pe de que a crise não foi debelada. A avaliação do Planalto é a de que a PEC do Teto será aprovada hoje, mas o governo poderá ter dificuldades adiante. "Com um cenário de incertezas, aliados do governo já veem uma 'conspiração' para derrubar Temer e muitos receberam a missão de investigar se há ligação de Calero com a esquerda ou até com o PSDB do senador Aécio Neves". Marcelo Calero, ex-ministro da Cultura, foi o pivô da crise desencadeada na semana passada e que resultou na saída de Geddel Vieira Lima da Secretaria de Governo. O temor do governo é o de que Padilha seja o próximo algo. No depoimento à Polícia Federal, Calero citou Padilha 11 vezes e disse que ele foi o autor da “tese” segundo a qual a Advocacia-Geral da União buscaria uma saída para resolver a queda de braço entre Geddel e o Iphan. Além disso, o Temer estaria tendo dificuldades em encontrar um substituto para Geddel
O dolar segue pressionado em uma tendencia de curtíssimo prazo, porém não desconfigurou a alta de prazos maiores. Segue como no ultimo relatório, aparentemente seguindo em direção ao teste dos 3.353 em prazos maiores, enquanto no curtíssimo segue com resistência imediata em 3.391, acima disso 3.399 e 3.409, região mais importante, que se rompida coloca o dólar em direção aos 3.418, uitilizando as antigas resistências como suporte, para apoiar um avanço até os 3.439 e depois 3.460. Suporte imediato em 3.386, região forte, se perdida passa a ser resistência, colocando o contrato em direção aos 3.377, e 3.367, antes dos prometidos 3.353.
O índice encerrou a ultima sessão acima da região de 63.070, região importante que se for respeitada hoje, significa a reversão da tendencia de queda de curto prazo. A região é forte, e seria natural que uma realização de lucros ocorra, porém o fechamento abaixo dela significa que voltaremos aos patamares de mínimas de intraday, em 61.100 nos próximos dias. Segue com resistência imediata em 63.400, acima dela os 63.800 bem mais importantes, que se rompida aponta para os 64.400. Suporte imediato em 63.070, se perdido testa a região de 62.600 e depois 62.270. Abaixo desta região, o teste importante é 61.800, que se perdido torna mais difícil a arranca citada no inicio da analise.