O mercado hoje, 30/08/2019
ÁSIA: As bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em alta nesta sexta-feira, um dia após a China sugerir que está mais interessada em negociar com os Estados Unidos do que prolongar a guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo. Equipes de negociadores comerciais da China e Estados Unidos estão mantendo uma comunicação eficaz, disse o Ministério das Relações Exteriores da China nesta sexta-feira em uma entrevista coletiva em Pequim. Regionalmente, fica no radar as detenções de ativistas pró-democracia em Hong Kong, que aumentaram o nervosismo dos investidores com o território governado pela China enfrentando sua primeira recessão em uma década. Também destaque no radr, a Coréia do Sul, que finalizou o plano de gastos orçamentários mais agressivo desde a crise financeira global de 2008/09 para o próximo ano, enquanto as autoridades tentam sustentar a quarta maior economia da Ásia em meio a ameaças crescentes de recessão economica, tanto em casa quanto no exterior. No Japão, orçamento da Defesa deve chegar ao seu maior nível histórico em 2020, em meio ao fortalecimento da aliança militar com os Estados Unidos e tensões com a China e Coreia do Norte. O Ministério da Defesa japonês requisitou 5,32 trilhões de ienes (US$ 50,3 bilhões) para o ano que vem.
EUROPA: No velho continente, os mercados continuam seu movimento de recuperação, amparados pelo setor imobiliário alemão e pelo alívio de que as tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China tem sugerido, fazendo com que setores sensíveis às tarifas apresentem ganhos, e regionalmente, a resolução na crise politica italiana também ajuda no apetite por risco. No radar de dados, a inflação anual na zona do euro se mantém em 1% em agosto, em linha com as expectativas do mercado, e a taxa de desemprego da zona do euro ficou em 7,5% em julho, igual à do mês anterior e permanecendo no menor nível desde julho de 2008,
EUA: Nos EUA os futuros de Nova York operam em alta nesta manhã, sustentados por esperanças de que Estados Unidos e China voltem a negociar e superem sua disputa comercial. Ontem, o governo chinês adotou tom mais conciliatório e indicou que não pretende ampliar a rixa comercial com Washington, pedindo diálogo e colaboração para garantir uma resolução "calma", e embora as tarifas americanas entrem em vigor domingo, a China tem sinalizado que não vai retaliar. Na agenda local, os indicadores americanos esperados são o índice de preços de gastos com consumo (PCE) de julho (9h30) e o índice de sentimento do consumidor (final) de agosto (11h00). Enquanto isso, rendimentos dos treasuries sobem, sugerindo uma menor busca por ativos seguros; entre as moedas emergentes, rand lidera altas e peso mexicano tem leve valorização. Petróleo tem ligeira baixa, apesar dos últimos dados mostrando queda dos estoques; Futuros de suco de laranja subiram ontem com expectativa de que o furacão Dorian atinja a Flórida.
BRASIL: Por aqui, depois da surpresa positiva do PIB divulgado ontem, a agenda traz desemprego nacional, com expectativa de que a taxa recue ligeiramente abaixo dos 12%, e resultado fiscal, que deve seguir apontando déficit tanto primário quanto nominal. Na política, enquanto Senado e Câmara tentam viabilizar aprovação da PEC paralela ainda este ano, governo já pensa em nova reforma trabalhista. No radar, também a apresentação do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2020 ao Congresso. Segundo os jornais, Guedes recebeu alertas de ministérios de que os recursos previstos para o ano que vem são insuficientes e podem comprometer compra de livros escolares, pagamentos de bolsas de estudos e entrega gratuita de medicamentos, entre outros serviços. Nesta semana, a queixa do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, sobre o Orçamento do próximo ano escancarou a preocupação de membros do governo. Outros ministros também relatam cenário dramático. Para economizar recursos em 2020, o governo quer propor o congelamento das progressões de servidores públicos nas carreiras.
DOLAR: lateraliza, sem sinalizar por enquanto o rompimento dos extremos citados no relatório de ontem, com topo em 4.190, e fundo em 4.152. Apenas no rompimento de um destes extremos é que sinaliza novo movimento direcional, e tem como resistência imediata os 4.176, se rompidos levam ao teste dos citados 4.190 e tem parada intermediária sem muito significado em 4.185. Acima dos 4.190 avança aos 4.198, sendo o objetivo final da projeção os 4.235 prometidos dos relatórios anteriores. Suporte imediato em 4.167, e abaixo em 4.158 antes dos citados 4.147, região importante, que se não for defendida abre espaço para novas quedas, com primeira parada em 4.136 e depois 4.126 e 4.114 respectivamente.