O Mito da Caverna e a Era Exponencial(Junior Borneli -StartSe)
Platão escreveu, certa vez, sobre o Mito da Caverna. Segundo ele, alguns homens nasceram e passaram toda a vida dentro de cavernas.
De onde estavam, podiam ver apenas a sombra de outras pessoas que passavam pelo lado de fora. Eles estavam presos no seu próprio mundo, por desconhecerem o que havia além da caverna.
Porém, num certo dia, um dos homens teve a coragem de sair. Ao passar para o lado de fora, a luz do sol parecia queimar seus olhos, já que ele nunca tinha visto algo como aquilo.
Nesse momento, ele teve que fazer uma escolha: se adaptar à nova realidade, desfrutar de tudo o que havia no mundo exterior e depois apresentar tudo aquilo aos seus pares ou retornar para a caverna e continuar como estava antes, sem aquele incômodo.
Porém, se tomasse o risco de enfrentar o desconhecido e depois regressasse para libertar seus colegas, correria o risco de ser desacreditado por aqueles que ainda não haviam feito essa experiência.
Platão viveu por volta do ano 400 a.C, mas essa teoria nunca fez tanto sentido como agora. Os avanços tecnológicos que experimentamos agora são comparáveis com a luz vista pelo homem na história.
Nos deixam atordoados diante de tantas possibilidades.
E o que mais importa é que aqueles que saírem das suas cavernas terão uma vantagem competitiva tão grande que será difícil alcança-los. Isso vale, principalmente, para as empresas.
As que fizeram o movimento de descobrir o novo fizeram coisas incríveis nos últimos anos: Nubank, 99, Rappi, Airbnb, Uber, Waze e tantas outras.
Houve também aquelas que fizeram a segunda opção e voltaram para o conforto da caverna. Nokia, Kodak, Yahoo... essas se recusaram a aceitar o novo ou não acreditaram no que viram.
A Era da Exponencialidade, que vemos hoje do lado de fora da caverna, nos traz muito mais oportunidades do que ameaças.
Não abrir os olhos para as novas tecnologias, por exemplo, é estar preso para sempre dentro um modelo que não funciona mais.
Esse é o dilema pelo qual passam os bancos em relação às fintechs; as montadoras de automóveis em relação aos carros autônomos e elétricos; os milhões e milhões de trabalhadores em relação ao uso de robôs; e por aí vai...
Olhar para fora da caverna, hoje, é buscar no Vale do Silício, na China e em Israel, por exemplo, as próximas ondas de evolução tecnológica, motivadas por empresas cada vez mais inovadoras e de crescimento muito acelerado.