O mundo mudou. E o meu principalmente.

“O mundo mudou, posso senti-lo na água, posso senti-lo na terra, posso senti-lo no ar, muito do que havia está perdido.” Galadriel, O Senhor dos Anéis (Tolkien, 1954).

Apesar de ser a introdução de uma historia fantástica, não poderia ser tão verdadeiro. Mas não é sobre literatura, até porque nem sou boa leitora assim! Tá aí mais uma coisa para adicionar ao meu checklist de “coisas para fazer na pandemia”. Tento lidar com a situação atual com otimismo, afinal, muitas mudanças foram positivas. No entanto, não dá para negar que tudo é muito assustador. E agora, como lidar com o “novo normal”?

Neste momento sem sombra de dúvida, a primeira coisa é ser grata. Pode parecer clichê, mas é sincero. Graças a Deus não estou nas estatísticas de desemprego inevitáveis e infelizmente já tive a experiência de ser desligada de uma empresa por causa de uma “crise”. E sou grata também à @Labtest, por fazer todo o possível para que seus colaboradores se sintam seguros diante de um cenário tão volúvel.

Quando nossa gerente @BrunaAntonucci alinhou com a equipe que iriamos trabalhar em sistema home office achei super legal. Pensa que oportunidade maravilhosa! Não precisar sair tão cedo da cama, nem se preocupar com transporte e deslocamento. Não me sentir frustrada com minha aparência por não estar maquiada diante de mulheres tão lindas (sério, trabalho com mulheres muito bonitas) e poder trabalhar de roupão. Passar mais tempo com minha família e me sentir confortável no lugar que mais gosto no mundo, minha casa.

A expectativa de fato foi melhor que a realidade. O primeiro dia foi de ritos. Vesti uma roupa apresentável, montei minha estação de trabalho e iniciei minhas atividades pontualmente as 08h. Afinal não poderia deixar de ser profissional só porque estou em casa. Mas logo minha “Leãozinho” veio para me provar que não seria tão simples assim. E como explicar para uma criança de 3 anos que apesar de seus pais estarem em casa eles não podem brincar? Eis meu primeiro conflito.

A hora do almoço foi ainda melhor, não tinha nada prático preparado e 3 pessoas precisavam comer algo no mínimo nutritivo. Meu fiel escudeiro barra marido é sempre um excelente parceiro nestas horas (e em muitas outras), mas é muito chato encarar a pia depois do almoço esperando alguém cuidar do “serviço sujo” a se fazer. Eu sei como é banal, mas me fez sentir falta destas pequenas comodidades que o trabalho pode nos oferecer.

Depois de passar um dia tentando ser produtiva, assistir vários Webnars sobre home office (era a modinha da época) e alternar isto com o barulho da TV e brinquedos espalhados pela casa, já começava a questionar minha formação e queria ser “cientista” para desenvolver logo uma cura para a “praga” e voltar a ter o controle da minha vida. Fico pensando, como tantas mulheres tenham passado por isto e como conseguem lidar com uma dinâmica tão complexa.

E no final do dia veio a culpa. Minha filha é sem sobra de dúvida a minha maior cliente e não queria decepcioná-la. E pensar que poderia ter deixado alguma tarefa do trabalho sem finalizar foi implicante. Queria que este momento fosse lindo e romântico como os videoblogs das influencers digitais. Afinal, é fácil organizar uma rotina de trabalho em casa sem interferências externas, aplicando as teorias infalíveis de Vygotsky, Piaget e Montessori.

Mas se fosse fácil não seria tão emocionante e esta semana, após 3 meses de alternâncias entre jornada de trabalho na empresa e jornada home office, os últimos dias tem sido estranhamente agradáveis. Não sei o que aconteceu, só sei que me sinto bem.

Estar na empresa é revigorante, ver as pessoas se relacionando com sentimentos de tanta saudade e comentando a falta que faz um abraço me faz pensar como algumas atitudes tão triviais se tornam tão importantes. E estar em casa, ter a oportunidade de participar das aulas digitais da escola com minha filha, assistir de camarote as situações do trabalho do meu marido, antes tão remotas, são oportunidades únicas.

Tudo isto me faz também refletir sobre que tipo de profissional da área de gente eu quero ser (ou RH, como preferir). Pois no final das contas estamos falando de pessoas para pessoas. Então hoje, acredito que a mudança não deva ser só aceita, ela deve ser vivida. Um dia de cada vez, em toda a sua plenitude. Esperemos que tudo se ajeite e que possamos ter certeza que está tudo bem. E de novo, que tudo esteja novo de novo.

Angela Berti

Gerente Geral ► Vendas ★ Gestão Comercial ✪ Desenvolvimento de Novos Negócios ► Planejamento Estratégico ★

4 a

Muito bom texto Gra!! Adaptação e Paciência, sempre!!

Nayara Quintão

Analista de RH no time de DHO da Bombril

4 a

Só sei que gostei de ler você 👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼 Já virei fã e quero maissssssss!!!! Muito orgulho de pertencer a essa equipe linda!!! #GGteam

Gracília Monteiro

Psicóloga | Consultora | Liderança e Gestão de Pessoas | Coordenadora de RH e DP

4 a

Bruna Antonucci, é uma honra trabalhar contigo, #orgulhoGGLabtest.

Bruna Antonucci

Head de Pessoas | Recursos Humanos | Palestrante Inovadora | Especialista em Liderança e Gestão | Especialista em Estratégia e Resultados | Consultora Estratégica de RH | Gerente de Gente e Gestão | RH Estratégico |

4 a

Texto ótimo! Orgulho em trabalhar com vc!

Entre para ver ou adicionar um comentário

Outras pessoas também visualizaram

Conferir tópicos