O NOSSO MUNDO OU O DAS MÁQUINAS?

O NOSSO MUNDO OU O DAS MÁQUINAS?

O NOSSO MUNDO... OU O DAS MÁQUINAS?

Tere Penhabe

E Deus fez o homem! Certamente pensando em tornar o mundo menos triste, talvez por achar que o homem poderia consertar o que ele fizera errado. Havia flores, animais, água... havia natureza. E com certeza o primeiro sorriso surgiu, quando acordando do seu primeiro sono, o homem deparou com tudo o que Deus lhe deixara... talvez tenha sido até uma gargalhada, afinal havia tudo de tão bom!

E o tempo foi passando, lentamente para Deus, mas depressa demais para os homens, que foram tomados pela idéia de progresso, que não seria estúpida, se progresso para eles não significasse destruição, se progredir fosse sinônimo de aperfeiçoar, sem ter obrigatoriamente que acabar com as já existentes.

E o homem fez a máquina!

Foi então que tudo começou... dizer que tudo começou é uma ironia, porque sabemos que foi aí que tivemos a demarcação do começo do fim.

E o mundo que era bom, foi ficando melhor, aos olhos de todos, menos aos de Deus, que viu seus sonhos serem destruídos por coisas que os homens chamavam de tratores, aviões, automóveis, eletricidade... e tantos outros nomes bonitos e sugestivos, que nada significam para quem olha um rio sem vida, um mar podre e uma terra fraca demais para continuar...

Ela, que foi feita para ser cultivada pelas mãos do homem, que deveria tratá-la com carinho, com cuidado, como se trata uma mãe, que nos dá tanto, exigindo tão pouco!

Mas o homem entregou essa terra às máquinas, e preferiu ficar olhando, preferiu ver de longe ela sendo destruída aos poucos, sendo sovada sem a humanidade que ela exigia...

Havia o céu... e bem perto dele só os pássaros conseguiam chegar, porque ele nada poderia oferecer ao homem, apenas as chuvas, e estas não seria preciso ir buscar...

Mas o homem chegou lá! Ele inventou, criou, recriou... até que conseguiu. E então ele se considerou forte, gigante mesmo. Não sabia ou não quis saber que estava criando apenas mais uma arma para acabar com a sua própria vida, como se fossem poucas as que já existiam. Mas ele queria chegar depressa... e chegou!

Havia os caminhos!

Para pés descalços... para pés cansados...para os pés do homem! E também as árvores que lhe serviam de abrigo, que mantinham a terra fresca e macia para os caminhantes passarem... e criou-se os automóveis! E foi feito asfalto no lugar da terra fresca, porque um automóvel é uma máquina e não precisa do que Deus deixou... aos homens!

Havia o fogo!

Havia o sol, as estrelas, a lua e a chama! Havia a paz e o sono tranquilo, havia tudo e o homem achou que não havia nada.

E a eletricidade foi criada! E foram criadas mais máquinas, mais e mais máquinas, chegando cada vez mais... perto do fim.

Não há ordem cronológica no que digo, porque a ordem não vai importar a ninguém, quando descobrirem quantos erros existem no que eles chamam de progresso. Talvez até procurem saber quem errou primeiro para condená-lo, para culpá-lo, mas todos saberão que não houve culpados ou inocentes, porque a destruição de um mundo que era tão bom, tão puro, tão bonito deve-se à chaminé de tantas fábricas, que sustentam tantos operários, aos esgotos que se unem naquele berço de lixo onde um dia houve um rio... a destruição do mundo se dará graças ao homem, que não se contentou em ser . . . HUMANO!!!


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