O novo profissional. O novo mercado.
Há não muito tempo, as virtudes apreciadas em um currículo restringiam-se ao Pacote Office e outras exageradas que persistem até hoje.
O (bom) profissional, aquele compreendido como competitivo, tinha que saber mexer no Word, Excel e Internet, skills que comumente constavam nos currículos de 20 anos atrás.
Por outro lado, as empresas também se habituaram a receber este tipo de material e apressavam-se na seleção de quem tivesse algo mais para contar; uma experiência internacional – mesmo que sem quaisquer relações com capacitações executivas – eram compreendidas como diferencial.
Hoje, contudo, nada mais é como antes. Há técnicas para se criar um bom currículo, determinados padrões e seções-chave, entretanto o material é tão somente um registro da vida profissional do cidadão. Além disso, o profissional precisa ter sua marca-digital, fazer parte do algoritmo: Ter “Internet” hoje no currículo desqualifica o material porque é imprescindível que isso seja entendido como pré-requisito tão regular que nem se deve mencionar!
Sobretudo com a aceleração do processo de home office, o profissional – hoje – precisa entender de redes, web; precisa conhecer soluções, métodos ágeis, portais, técnicas. Muito do que há pouco eram diferencias, são hoje apenas a base do conhecimento requerido.
Com isso, o novo profissional virou um recurso muito mais integralista! Por entender de sistemas e soluções, o sujeito é forçado a entender algumas lógicas, tais como as de engenheiros ou arquitetos de softwares, todos hoje têm de conhecer processos, tecnologia e, o principal: Conhecer e se importar com pessoas.
Do lado da empresa, as paredes tornaram-se obsoletas. Custos fixos têm (finalmente) sido reduzidos e chegou a hora de dar autonomia às pessoas: Horários, trajes, cortes de cabelo, tudo isso importa menos do que as múltiplas competências que, de repente, ocuparam o lugar dos insuficientes Pacotes Office e inglês.
O movimento, contudo, deve ser valorizado por todos! Se estes são os profissionais, as organizações tendem a se tornarem mais humanas e plurais. A experiência do usuário, enfim, ganha protagonismo, e os novos produtos e serviços têm sido apenas parte de um processo muito mais cuidadoso, otimizado e com inédita capacidade de ajustes.
O novo profissional e o novo mercado exigem experiências cruzadas; pós-graduação é bom, mas precisa de complementos: cursos de extensão, novos assuntos. Ter experiências internacionais é legal, mas precisam de complemento de trabalho voluntário, consciência social e ambiental; este é o ambiente de negócios que se estabelece, orientado pelo propósito e não mais por benefícios financeiros apenas.
Ah, um ponto: Leitura. Certamente poucos lerão este texto até este parágrafo. Claro, que o autor tem culpa, podia ele ter trazido parágrafos mais atraentes, mas há também os avessos ao debate, a absorção de novas ideias e, especialmente, às visões contraditórias a sua.
Assim, mesmo correndo grande risco de ser pretensioso, vanglorio os que chegaram até aqui. Olhe em seu entorno, possivelmente você é um novo profissional e está integrado ao novo mercado, conhece as competências listadas e algumas outras que faltam: arrisco-me a afirmar que algum importante projeto precisa de você.
Boa sorte!