Brasil, o país do “ganha/ganha”??
Ao ler o título acima, com certeza você deve imaginar que trataremos no texto sobre qualquer outro país, menos o Brasil, certo?
A formação do Brasil, como todos sabem, se deu em 1500, quando, até 1530 o território, que ainda era chamado Terra de Santa Cruz, foi explorado pelos portugueses, em um contato que limitou-se apenas e tão somente a expedições rápidas para coleta e transporte de pau-brasil e também de patrulha para garantir que ninguém mais explorasse esta terra, apenas eles.
A partir de 1531, devido à ameaça francesa, a nova colônia passa ser povoada.
Absolutamente tudo que era feito por aqui tinha um único e exclusivo propósito: tirar tudo de bom que poderíamos ter e levar para fora.
Neste sentido, todas as nossas riquezas naturais foram saqueadas e nosso povo nativo dizimado ou explorado.
Foi assim que nasceu o Brasil, a partir de uma cultura absolutamente clara e radical de “ganha/perde”, ou seja, colonizadores e estrangeiros que aqui vinham “ganhavam” e nosso povo nativo e nossa nação “perdia”.
Passada a época da colonização, os que aqui ficavam e pensavam em desenvolver o território como nação, também assim o faziam por um sentimento único de oportunidade e vantagem... enxergaram no solo nacional uma oportunidade de “ganharem” muito, em prol da exploração de nossas riquezas e do trabalho escravo ou barato, fomentando, mais uma vez, a cultura do “ganha/perde”.
Como sabemos, reflexo ainda da forma como o Brasil surgiu, hoje somos praticamente um “quebra-cabeça” de povos estrangeiros que vieram de fora, cada um de um lugar no mundo, sempre com o intuito de vir ao Brasil fazer riqueza, prosperarem, em uma forma de atuação “ganha/perde”. Estrangeiros vinham para cá e rapidamente conseguiam ganhar dinheiro, muitas posses, faziam riqueza, em troca da exploração plena de nossa nação, da exploração de trabalho barato, etc.
Foi desta cultura, lá dos primórdios, que nasceu o próprio “jeitinho brasileiro”, aquele, que, em uma análise de sua pior vertente, se orgulha de levar vantagem das situações, que se orgulha de “ganhar”, sem se preocupar se existe alguém, do outro lado, “perdendo”.
Como podemos ver, querendo ou não, a cultura do “ganha/perde” é algo absolutamente enraizados em nossas "entranhas"... é quem sempre fomos, foi o fator que fez a nossa origem.
Toda a nossa gritante e chocante desigualdade social que colhemos hoje em dia é apenas e tão somente reflexo de toda cultura “ganha/perde”, enraizada por aqui desde 1500.
Talvez por isso, diferentemente de outros países, falar no Brasil sobre uma cultura “ganha/ganha”, uma postura no mundo que só faz sentido se todos à minha volta também ganharem, é, ainda, visto com desconfiança absoluta.
“Perai... deve ter algo muito errado, alguma pegadinha que eu não estou percebendo... como assim “ganha/ganha”?
Como é possível eu ganhar e ao mesmo tempo o outro ganhar?”
Pois é, estamos tão impregnados da cultura “ganha/perde”, que é difícil concebermos o fato de que seja possível agirmos através de uma princípio de vida “ganha/ganha”, ou seja, a busca de agir, no dia a dia, com uma postura positiva, de prosperar desde que o outro ao lado prospere, de acordos e negócios que sejam positivos a todas as partes, de menos litígio, mais união, menos desavenças, mais construção conjunta.
Quando reclamamos de corrupção, de nossos políticos, por exemplo, estamos, no fundo, reclamando da cultura do “ganha/perde” da nossa própria sociedade.
Sim, porque políticos nada mais são que os representantes eleitos pelo próprio povo, ou seja, aqueles que representam o que somos, o que pensamos. Você querendo assumir isso, ou não, é essa a realidade.
E a corrupção tem tudo a ver com uma cultura “ganha/perde”. Na verdade ela é a mesma face que os colonizadores, lá em 1500, adotaram por aqui, ou seja, aproveitaram esta terra para ganhar o máximo que conseguiram, em prol de todos que aqui estavam perderem o que tinham ou o que poderiam vir a ter. Nossos políticos de hoje nada mais são que os nossos colonizadores de ontem, concorda?
Principalmente no Brasil, chegamos a um limite máximo da cultura “ganha/perde”, onde já destruímos tanto a nossa nação, nossa natureza, já deixamos tanta gente para trás, já atingimos um nível tão absurdo de desigualdade social, cultural e de corrupção, que não há outro jeito de garantir que as próximas gerações consigam sobreviver, se não for através de uma cultura diária, incessante e radical de “ganha/ganha”, em tudo.
Não se iluda, não leia apenas este texto, concorde e volte a fazer o que estava fazendo ... a mudança começa por você!
Inclua isso na sua vida, replique este texto a todos, faça a sua parte, dia a dia e, com isso, quem sabe, os seus netos e bisnetos poderão ter um país diferente do seu.
Assessoria de Eventos | Planejamento e Organização de Eventos | Assessora Executiva | Secretária Executiva
8 aExcelente texto Rodrigo. Parabéns!