O Pai, o Líder e... São José!
Na semana em que celebramos o dia Pai e em que infelizmente perdemos (em 2023!) um dos grandes Líderes industrial português - Comendador Manuel Rui Nabeiro - reflito sobre formas diferentes de liderar. As carismáticas, as verdadeiras, as que genuinamente se preocupam e focam no bem da sua equipa... e fazendo jus ao mês ocorre-me a Liderança Paternalista!
Verifico que em várias empresas com quem tenho trabalhado ao longo de estes 28 anos, predomina uma relação dono/equipa muito semelhante à de pai(mãe)/filhos. O líder sabe o que é melhor para a equipa porque decide em função das necessidades do negócio. Assume a maior parte das decisões e explica as razões fundamentais que o levaram a toma-las. Em suma, o líder concentra em si toda responsabilidade por decisões relativas à equipa, aos clientes ou ao negócio em si.
Afinal é o que, a seu ver, é esperado de “um bom Pai”!
Há vantagens que constato – sem exagero ou tende para o autoritário – e poderá ser uma abordagem muito motivadora e eficiente. A equipa sente-se segura e sendo esta uma das necessidades básicas dos seres humanos faz com que o empenho, compromisso e a motivação sejam elevados. Cria-se um ambiente que favorece a partilha de sugestões de melhoria (mesmo que saibam que a decisão final é sempre do dono, que no caso de não as acatar, dará razões muito lógicas para não o fazer).
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Poderá haver desvantagens muito semelhantes às das famílias mais tradicionais – em que o pai toma a decisão e os filhos obedecem – que é a da equipa se acomodar a uma atuação mais confortável e, não tomando decisões, umas boas e outras menos, não desenvolvem algumas das softs skills tão importantes como a simples “Analise e Tomada de Decisão” ou “Pensamento Critico” ou “Capacidade de Resolução de Problemas Complexos”. O não desenvolvimento destas competências poderão ser fatais para o sucesso do negócio e por consequência da empresa.
Cuidar da equipa, acredito que significa também proporcionar-lhe sistemas, manuais com procedimentos e processos e complementar com formação ajustada para que desenvolvam as competências técnicas do negócio e outras comportamentais como comunicação ou liderança.
Assim a definição de OBJECTIVOS a alcançar em função da Visão do Líder surgem naturalmente. A clarificação das REGRAS, standards e normas em função dos valores que o Líder defende (e outras que a equipa complemente) não são esquecidas. Depois há que ter um PLANO – quem faz o quê, quando e como. E desta forma não restará grandes dúvidas à equipa de como deve proceder. Haverá algum risco! Sim, é um facto! O Líder lá estará para APOIAR O RISCO, ENVOLVENDO e /ou INCLUINDO quem entender que o deva fazer.
Esta semana também celebramos o dia de São José que foi conhecido como “o Justo”. O que “soube falar” e o que “soube calar”, oportunamente! Ser Justo, saber Falar, saber Calar e Proteger… faz-me pensar que serão algumas das características que qualquer Líder, nos dias de hoje, deveria ter! Acredito que qualquer Pai (com P maiúsculo) e o Líder (com L maiúsculo) que perdemos, também as tem/tinha!
Owner. Senior Architect at Carla Andreia de Carvalho . architecture . . . Eclética _ architecture.interior.design
1 aO"saber calar" é, sem dúvida, das opções mais assertivas em muitas circunstâncias da nossa vida profissional e pessoal!
🔸Business Strategist 🔸 Helping Business Owners to reach their potential and scaling up their businesses 🔸 Keynote Speaker 🔸 Executive, Team and Business Coach
1 aSó temo na designada Liderança Paternalista o nepotismo, que ainda existe em muitas empresas... Uma excelente analogia Olga Gonçalves
Business Executive | Real Estate Investments | Investor Relations | Smart Cities
1 aAcontece que o problema de muitas empresas portuguesas é mesmo esse...é quando o Pai morre as empresas ficam orfãs, pois é necessário perceber que nada é eterno e que é necessário que os Filhos ganhem asas e possam crescer por eles próprios, o que por vezes não é nada fácil (os que percebem esta realidade sobrevivem e singram, os outros definham e desaparecem). Aliás, um dos grandes problemas da sucessão nas empresas portuguesas é o facto destas serem demasiado paternalistas.