O papel da área de Gestão de Pessoas em meio a adoção de Inteligência Artificial nas organizações: desafios e oportunidades
Com o avanço da inteligência artificial generativa (IAG) e a forma acelerada com que vem sendo utilizada, as áreas de gestão de pessoas se depararam com o uso de ferramentas, como o ChatGPT da OpenAI, na realização das tarefas diárias de muitos colaboradores. A própria OpenAI descobriu que pelo menos 80% da força de trabalho dos EUA poderia ter 10% de suas tarefas executadas por uma IAG.
Alguns dirão que o uso deveria ser proibido para pensarmos em como estabelecer os limites. Eu diria que a medida que as tecnologias evoluem torna-se mais claro e mais possível avançar neste tipo de discussão. Na década de 80 estávamos discutindo a proibição da calculadora nas salas de aula. A medida que o tema evoluiu, se entendeu que faria sentido introduzir o uso da calculadora somente após os primeiros anos de estudo, onde se desenvolve o pensamento lógico. E no futuro talvez possa ser revisto esse entendimento, pois a medida que novas disciplinas e novas tecnologias surgem, a sociedade volta a discutir suas premissas.
A despeito de muitos que acreditam que isso é uma questão da TI, líderes de gestão de pessoas (GP) têm se preocupado com os impactos da IAG no mundo do trabalho. Em recente pesquisa da Gartner (2023) as principais preocupações identificadas são:
Para além da preocupação é preciso ir para ação, pois casos como de uma grande empresa de tecnologia que recentemente teve dados sigilosos compartilhados no ChatGPT com o intuito dele corrigir alguns códigos pode se repetir em qualquer empresa. Para isso destaco três papeis que a área de GP precisaria protagonizar:
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Para que os profissionais de gestão de pessoas possam desempenhar esses papeis, entendo ser necessário discutirmos o contexto em que a área se encontra, além da parte que cabe ao próprio profissional.
Para reagir ou antever os impactos do cenário tecnológico na organização, as áreas de GP precisam de certa prioridade para investimentos em tecnologia e para treinamentos relacionados ao tema. É muito comum vermos áreas atoladas em processos manuais, com altos índices de retrabalho e muitas vezes apagando incêndio em questões críticas que se tornam urgentes por entendimentos equivocados de quando e como a área pode contribuir de forma efetiva para o negócio.
Por outro lado, também precisamos assumir a nossa parte para resolver o problema. Como diria Dave Ulrich, o profissional de GP precisa encontrar formas de se conectar com o que está acontecendo fora da organização para traduzir os impactos e propor soluções. Longe de precisarmos ser especialistas em IAG ou outras tecnologias, mas entender suas funcionalidades e seus impactos são chave para que possamos fazer novas e melhores perguntas em um mundo em que estamos construindo as respostas.
Por fim, não é possível prever todas as formas benéficas ou impróprias que as pessoas podem encontrar para usar a IAG. Logo, teremos de aprender a medida que o tema avança. Neste sentido, ampliar a colaboração entre as áreas para estabelecer em conjunto diretrizes para o uso da IAG, esclarecer quais são as responsabilidades de cada um e quais implicações para os stakeholders é crucial para construirmos o futuro do trabalho onde a tecnologia impulsiona as pessoas.
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1 aMuito bom, Andrea! Estamos em um novo momento de transformação!
Especialista em técnicas de vendas e motivação | Palestrante de vendas | Treinador de vendas | Mentor
1 aArtigo com excelente embasamento.