O papel dos valores na formação da cultura organizacional e na tomada de decisão.
Quando existe congruência entre os valores dos colaboradores e os valores da organização, o fluxo de entrega da essência, do compromisso, da criatividade acontece de forma mais leve e alegre. Sendo essa energia a que podemos chamar de “alma corporativa”, é ela quem da vida e sustenta a organização.
As angustias dos CEO's e Diretores como: reter os talentos, gerar lucro, manter o comprometimento dos colaboradores, tornar a empresa sustentável... São em boa parte resolvidas quando se constrói uma cultura forte e de valores.
Essa cultura faz toda diferença na hora de gerar uma vantagem competitiva, diferenciação da marca, identificação e fidelização com os clientes e consumidores.
A retroalimentação deste fluxo funciona de uma forma sistêmica: os valores e comportamentos alimentam a cultura, que alimenta a satisfação e realização dos colaboradores, que por sua vez, alimentam a satisfação dos clientes e consequentemente alimentam os interesses dos acionistas.
O comportamento cultural da organização está diretamente relacionado com seus valores, são estes valores que determinarão as tomadas de decisões de todos na empresa, quando a organização tem uma cultura forte, bem estruturada e de alta performance, a coesão organizacional interna é fortalecida.
Quando os colaboradores conseguem alinhar seus valores pessoais com os valores da cultura organizacional, o nível de entrega, comprometimento e satisfação aumentam de forma considerável. E esse reflexo é percebido nos resultados da empresa, na forma de retenção de talento, clima organizacional agradável, lucros, forte imagem da marca, vantagem competitiva ...
Ao contrário, quando falta esse alinhamento de identificação dos valores, por uma construção de uma cultura estabelecida por líderes que visam status, lucro a todo custo, ganhos e benefícios próprios, decisões tomadas pelo Ego, alimentam uma competição interna não saudável, desrespeito ao outro, a tendência é gerar uma insatisfação, desmotivação e um clima organizacional desagradável. E claro, consequentemente os resultados a longo prazo vão sendo insatisfatórios.
Essa mudança ou transformação de cultura, deve-se começar primeiramente pelos líderes, pois sem a transformação dos mesmos, não pode ocorrer a mudança da cultura da empresa - “Pessoas mudam, organização não!” e, somente através desta transformação pessoal dos líderes, é que será possível construir a nova cultura organizacional.
Mudança – é quando achamos uma forma diferente de fazer as coisas que já fazíamos, passamos a fazer de forma mais eficiente.
Transformação – é quando a mudança permeia nosso SER, somos capazes de aprender com os erros, somos flexíveis e aceitamos o novo, abrimos mão e desapegamos do passado.
Evolução – é um estado continuo de mudança e transformação, envolve autoconhecimento e autogerenciamento.
O mais importante para a construção de uma cultura de valores, é olhar para todos os stakeholders de forma humana, sem pensar no “Eu”, mas no “Nós”. As decisões devem ser pautadas no bem-estar e nas necessidades de todos os envolvidos na organização, as perguntas devem ser mediadas para atender a todas as demandas da organização, permitindo assim que a mesma EVOLUA de forma a poder contribuir para os acionistas, colaboradores, fornecedores, clientes e para a sociedade.
Você como Líder, CEO, Acionista ou Diretor; como você avaliaria a cultura organizacional da sua empresa? Ou mesmo como um colaborador, seus valores são congruentes com os valores da empresa? Você acredita que esse alinhamento faz diferença no seu desempenho?
Fonte: BARRETT, Richard. A organização dirigida por valores: Liderando o potencial humano para a performance e a lucratividade. Alta Books - Rio de Janeiro, 2017.
Richard Barrett - www.valuescentre.com - fevereiro de 2010