O paradoxo da evolução intelectual

Assistindo uma aula do professor Olavo de Carvalho, pude entender os percalços enfrentados por uma minoria e também o comportamento de “viventes” que circundam essa minoria. Viventes esses que ainda não possuem a capacidade de entender a legítima trajetória de seres humanos que escolhem a Mentoria como jornada de vida e o legado como propósito.

Além disso me aparelhou para perceber melhor como se comportam pseudomentores que buscam um caminho mais rápido para ensinar; queimando etapas importantes da lapidação interior; se balizando apenas em conhecimentos rasos, ganhando assim velocidade em alcançar seus objetivos egocêntricos. Vários deles obtém o resultado esperado, pois possuem uma habilidade espantosa de articulação sobre os imaculados.

Da mesma forma, esta aula me abriu os olhos para entender a cabeça de pseudolíderes sociopatas* que buscam “equilibrar desempenho de equipes”; batendo como um “martelo” em algum “prego” que se destaca; apenas para manter seu rebanho sob controle. Isso ocorre devido uma visão rasa do que significa “equipes de alto desempenho”; como consequência acabam criando equipes medíocres (medianas). Um grande infortúnio; pois quem perde sempre é o coletivo, ou seja, a organização como um todo.

Segue um trecho (alocução) da riqueza desta aula, trecho este, que deveria servir de reflexão por pessoas que realmente querem seguir por este caminho tão árduo e muitas vezes incompreendido, porém altamente gratificante.

“Passiva e infecunda é a leitura que serve só para ser recordada textualmente; a ativa tem ressonância na intimidade, desperta nossas disposições pessoais e diferencia e configura o nosso ser espiritual.”

Isso aqui é o que mais importante...

Quando você lê, você está dando para usa alma um novo órgão de percepção, são dimensões inteiras da existência que não existiam para você e que agora vão passar a existir. Isso significa o seguinte; se o sujeito tenha lido direitinho um único livro de filosofia, ele está capacitado a perceber coisas que ele mesmo não conseguiria explicar, e que só serão percebidas se ele tentar explicar para outra pessoa que tenha tido mais ou menos a mesma experiência; ou seja, que tenha desenvolvido em si mesmo esse órgão.

Isso quer dizer que o conhecimento, todo e qualquer conhecimento, é necessariamente desaculturante. Quer dizer, você vai deixar de se comunicar com algumas pessoas num certo nível porque você vai passar a começar a se comunicar em outro nível; portanto, com pessoas que têm a mesma capacidade de comunicação. Então isso quer dizer que toda aquisição de conhecimento é de algum modo elitizante; não tem como deixar de ser!!! Se você sabe alguma coisa que os outros não sabem...(segundos de silêncio)

Você só vai conseguir neutralizar este elitismo quando depois que você aprender bastante; você adquire a capacidade de ensinar, aí você reparte; mas antes não!!!

Você vai se afastar da população circundante por um certo tempo, mas depois você volta lá para ensinar. Mas agora, se você não quer se afastar um único dia, você não vai aprender nada, só o que os outros já sabem.

Isso quer dizer que você vai ficar mais ou menos isolado; não ser compreendido; é parte do negócio! Mas quando terminar o processo, quando você chegar a um certo ponto, você vai ser compreendido por muito mais gente do que você jamais imaginou que pudesse te compreender.

Este período de isolamento é altamente recompensado, muito mais do que você poderia esperar.

Tem muita gente que diz: “começo a aprender essas coisas, aí meus amigos começam a se afastar..., larga esses amigos!!! Daqui a 20 anos você volta lá, aí eles vão estar fazendo perguntas para você...

Reflexões finais

Mentores Legítimos não abrem mão dos períodos de afastamento para (a posteriori) realmente transferir valor para o comportamento de outrem em benefício do global; e paralelamente afastam-se de silos de interesses egocêntricos.

Líderes Legítimos não se afundam no egoísmo, ignorância ou inépcia, prendendo “pássaros” em gaiolas; pássaros nasceram para voar, e de algum modo, precisam ajudar outros pássaros a evitar gaiolas.

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(*) Não confundir com psicopatas. Resultados de pesquisas apontam que aproximadamente 24% da população possui algum nível de sociopatia e 4% da população é formada por psicopatas.