O poder dos grupos
Quem já se aposentou tem mais tempo livre para ficar em casa, curtindo um pouco de sua própria companhia. Certo? Errado!
Ficar sem fazer nada e, principalmente, sem contato com outras pessoas não é opção válida se você busca ser saudável, viver mais e melhor. Inúmeros estudos comprovam isso!
Um deles, realizado com 900 pessoas com uma média de 87 anos de idade, concluiu que aqueles que viviam em residenciais para idosos e eram socialmente ativos tinham mais chances de sobrevida de pelo menos dois anos, independentemente de fatores como idade avançada, perda de peso e doença cardíaca, enquanto que aqueles que não cultivavam as relações sociais se mostravam duas vezes mais propensos a morrer nesse mesmo período. O estudo foi realizado pelo Centro Hebraico de Reabilitação e Pesquisa sobre Idosos em parceria com o Instituto de Treinamento, em Boston (Massachusetts) e publicado noJournal of the American Geriatrics Society.
"Níveis mais altos de envolvimento social foram associados à sobrevivência maior mesmo depois de considerados vários fatores associados à mortalidade", concluiu a equipe de Dan K. Kiely, um dos coordenadores do estudo.
Segundo a psicóloga Ana Paula Magosso, de São Paulo (SP), vários outros trabalhos também mostram a boa influência das relações entre pessoas na melhora da qualidade e da expectativa de vida. “Conhecer pessoas e participar de grupos são boas maneiras de se renovar e de preencher o sentimento de solidão que surge depois que os filhos saem de casa”, coloca a psicoterapeuta, que é categórica em afirmar: “O que garante um bom envelhecimento cerebral não é fazer palavras-cruzadas, mas são as relações sociais e o contato com o novo”.
Portanto, se você está se sentindo sozinho, que tal a ideia de participar de um grupo de encontro? Essa oportunidade pode ser ainda mais proveitosa se os participantes tiverem interesses em comum com você! Curtiu a ideia? Então, veja o que fazer para encontrar um grupo que tenha a sua cara!
- Trace seus gostos e interesses
Hoje existem grupos de todo tipo, desde encontros de autoajuda, motivacionais, de caminhada, ginástica, arte,leitura, grupos de corredores, de jogadores de cartas, motoqueiros, bikers, corrida noturna, dança. As alternativas são inúmeras. Mas você precisa definir quais são os assuntos que mais tenham a ver com você. “A grande vantagem de participar de grupos com interesses semelhantes ao seus é eles influenciarem positivamente no seu desenvolvimento humano. Então, aproveite para retomar antigos planos e recuperar as atividades que façam você se sentir bem”, orienta Ana Paula.
- Pesquise o grupo ideal
Depois que você definiu os seus assuntos de interesse, “investigue” onde já existem encontros nesse sentido. Faça uma pesquisa na internet, nas redes sociais, pergunte aos conhecidos ou busque por entidades que possam de alguma maneira te ajudar nesse sentido. Também é importante que as reuniões aconteçam na sua cidade ou nos arredores, é mais fácil de manter a animação se os grupos tiverem alguma alternativa de encontros presenciais.
- Experimente o encontro
A sugestão é fazer um test-drive para verificar se existe uma identificação sua com as pessoas que participam dele. E assim, ter boas chances de estabelecer novos vínculos. “Com essa experimentação é possível entender melhor como o grupo funciona, perceber se a idade e o perfil dos integrantes tem a ver com o seu estilo e também analisar como você se sente”, diz a psicóloga. Afinal, a ideia é que essas novas relações se estendam para fora dali. O grupo ajuda a iniciar amizades, você precisa depois cultivá-las no seu dia a dia.
Você sabia que existem aplicativos, como o Caronetas, que ajudam as pessoas a encontraram caronas para teatro, cinema e exposições? Não tem desculpa para não sair de casa e se divertir.