O poder intuitivo da marca: o seu conceito e o seu posicionamento!
Reconhecimento, diferenciação, posicionamento, proposta, estilo de vida, conceito, sentimento, vibração... São muitos os pontos que levam uma pessoa à escolha de determinado produto e de uma determinada marca.
Eu costumo dizer que, antes de conquistar a fidelidade de qualquer cliente, a procura pela preferência é uma batalha difícil, ingrata e que precisa ser estrategicamente bem definida, tendo por base a simbiose e união dos recursos e ideias de forma inteligente e, principalmente, humana.
A procura estratégica referida anteriormente, focaliza-se na ideia da procura pelo poder. A luta pela preferência é uma tensão permanente. É uma disputa que não cessa. É um jogo sem intervalo. A ideia da construção de uma marca na vida de uma pessoa passa pela proposta de uma permanência constante, de forma relevante e coerente, e de soluções práticas e claras que visem a uma melhor qualidade de vida do Target (Publico-Alvo).
Hoje, o trabalho do profissional de marketing (Marketer) necessita de obrigatoriamente ganhar a estrutura de ser o promotor da “inteligência de mercado”. Afinal, na era espiritual do argumento e da produção de conteúdo em alta velocidade, não basta apenas o esforço de “tornar-se conhecido”. O grande desafio dos profissionais que praticam esta inteligência de mercado está no esforço de manter-se conhecido.
A marca traz na sua essência dois pilares que, numa comparação livre, nascem de duas das maiores aspirações do ser humano: a constituição da ideia da riqueza e a coroação da ideia do prestígio.
Reza uma lenda do mercado que é bem explorada pelos discursos académicos que um dos directores da Coca-Cola, numa empolgante e motivadora reunião, afirmou com força e veemência que se acontecesse uma verdadeira “catástrofe” e que dizimasse todas as fábricas da Coca-Cola espalhadas pelo planeta, eles teriam as totais condições para começar tudo de novo no dia seguinte. Isso seria possível simplesmente porque eles são detentores da marca Coca-Cola.
Pensando assim, podemos afirmar que a marca é um puro instrumento construído pela humanidade capaz de viabilizar a continuação de uma ideia e a sobrevivência de muitas organizações.
Pensamento: Construir uma marca é construir um mundo de poder.
O que difere numas calças jeans/ganga de outras? O que diferencia um carro do outro? Por que é que consumimos Pizza Hut mesmo sabendo que é o dobro do preço da pizza do estabelecimento da esquina? E o mais engraçado, é quando saboreamos a pizza do estabelecimento da esquina, aparece uma “voz” no nosso interior que nos diz: “não é a Pizza Hut”.
“Construir uma marca é construir uma estética que, sendo compreendida e desejada, faz com que pessoas mudem as suas atitudes em busca do acesso a esse poder constituído.”
A marca modifica o comportamento e constrói rituais. A ideia da marca, destaca pessoas, estabelece conjuntos de indivíduos com os mesmos gostos (grupos) e faz nascer o desejo sub-humano para a ter.
As marcas poderosas criam praticamente uma síndrome chamada de síndrome da madrasta da Branca de Neve: “Espelho, espelho meu, existe alguém no mundo com o conceito e com o estilo igual ao meu?”
A ideia da construção de uma marca, quando aliada com o discurso do poder, com o posicionamento coerente, com a definição clara dos meios e dos canais pertinentes ao acesso à mesma, tem como resultado a magia composição de um mundo que conquista a generalidade e que visa à proposta da universalidade.
Nas apresentações que faço sobre Marketing e sobre Brand, quando o tema é a marca, tenho por hábito perguntar às novas gerações se alguém já ouviu falar numa empresa chamada Tabopan? O resultado é simplesmente formidável. As pessoas nasceram depois da falência da empresa e, com um sorriso estampado no rosto, afirmam um “SIM” tempestivo. Mesmo sem a simbologia da marca, sem o conhecimento visual da matriz de composição da marca Tabopan, sem nunca terem tido o relacionamento com a empresa, o nome “Tabopan” é conhecido. Esse fato existe pela conquista da universalidade que a marca conquistou.
“A ideia da marca é tão poderosa que chega a hierarquizar os indivíduos no meio social. Define o seu “status quo” de forma directa e definitiva.”
Na verdade a ideia da marca provoca o instinto de poder. E para essa sentença podemos compreender o conceito bem na raiz primitiva do espírito que a constrói. Digo isto pelo facto de que, quando o homem corta o cordão umbilical com a natureza e sua condição animal, nasce consigo a necessidade de hierarquizar o seu grupo de semelhantes e, com isso, a capacidade e o desenvolvimento da consciência, surgindo assim a acção conjunta da habilidade da criação.
Por curiosidade: por mais que o homem procure nas marcas a estética do poder e da diferenciação de seu habitat social original, o mesmo ainda faz parte integrante dessa sociedade, submetendo- se às regras que a rege como universo em harmonia. Assim, podemos entender que, para a escolha do uso de uma marca existe, a disposição para a ideia da construção do poder de nós próprios é um sentimento pertinente ao ser humano.
A marca tem o poder de contextualizar quem a usa dentro de uma esfera socioeconómica e ideológica, onde desperta desejos, transmite a ideia de actualização/actualidade e o poder de aquisição dentro numa sociedade complexa e competitiva.
A marca por si só constrói o processo de comunicação. No momento em que eu que escolho usar uma determinada marca, comporto-me como o emissor de uma ideia, estética, estilo e comportamento de um determinado grupo. No uso, a transmissão da mensagem de poder é compreendida pela sociedade de forma clara e eficaz.
“A marca procura comunicar no corpo de quem a usa a felicidade e a virtude”. A ideia do marketing da marca é a mesma ideia daquele que procura nos cálculos os resultados planeados.