O porrete

Encurtando-se o tempo, até as urnas, e alongando-se o número, dos que se distanciam delas, cresce a vontade de saber a resposta da pergunta: já sabes em quem votar? Se a resposta fosse fácil perguntaria para mim mesmo!

Mas, o assunto de hoje são os ingleses, que nesse final de semana foram às ruas em defesa das conquistas de seus país, onde, além do futebol, já se inventou outras coisas revolucionárias, como a máquina a vapor, sonho de prosperidade ninado no colo do desejo de riqueza dos capitalistas, que acordaram o país na fome e no barulho de uma guerra mundial, alicerçada no tripé dos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade do time francês, ameaçado pela guilhotina de uma carga tributária semelhante a que levou o pescoço de Tiradentes à forca, mas bem menor que a atual brasileira, que das individuais, forca e guilhotina, evoluiu para o extermínio, em massa, dos amassados nos corredores das periferias, pelas tropas de choque que protegem o pré-sal do sal que sua da costa brasileira.

A resistência dos ingleses, ao mal que os visita nesse fim de semana, não decorre de suas tradição em descobrir máquinas revolucionárias, e sim no aprendizado que dela decorre e define, prosperidade, como a administração da riqueza, que administrada por pobres, leva qualquer país a IDH semelhantes ao do atual Brasil.

Pobre é o indivíduo que passa a vida tentando ser rico, mas como isso é um atributo da prosperidade, o máximo que conseguem é acumular bens que garantem o “poder” de compra de gaiolas de ouro e esquifes de mogno, possibilitando uma vida digna de proteção contra os miseráveis roubados, e uma morte em um luxuoso caixão de madeira nobre, oriundo do desmatamento amazônico, que enriquece o quase irreversível desequilíbrio climático, desalojador das onças, dos escorpiões e dos mosquitos que, inicialmente, só amarelavam os bugios, primatas não tão resistentes quanto as baratas.

Primata é aquela espécie que aprendeu a usar um porrete para tirar a amêndoa do coco, diversificando, essa ferramenta, pra dá porrada no coco do outro, roubar seu conteúdo e assar no fogo, divino para os excluídos do exercício do direito de homo sapiens, que pode ser confundido com o do homossexual a ser exterminado pelas leis divinas, pregadas pelos sacerdotes que pregam as mulheres na submissão feminina, e os homens na prepotência do machismo.

Tal diversidade, tem sido a origem dos modernos casamentos poliafetivos, que pelas mesmas leis, já nascem condenados a queimar no fogo das partilhas, dos divórcios, da alienação parental, dos assassinatos, dos abandonos de incapazes, e todos os demais infernos criados pelos mesmos religiosos.

O ato de votar, pode ser uma imposição de quem tem por objetivo se apoderar das riquezas de quem vota, mas pode ser a expressão da inteligência divina no homo sapiens que exclui, o candidato a primata, por lhe faltar uma coisa (Marcos 10:21).

Evidentemente, essa coisa faltante, não vai aparecer nas entrevistas da mídia comprada pelo que abunda nos faltosos, mas aparece na venda de suas imagens de cristãos, que para seguir, ao Cristo, falta pelo menos uma coisa que torna todas as suas outras em produto de roubo e de mentira, não punida por ser herança de seus pai.

Pela supracitada referencia do sagrado livro cristão, dificilmente se encontrará algum seguidor do Cristo, concluindo-se que, a maioria das religiões, não passam da evolução daqueles porretes usados contra a cabeça dos primatas, aprimorados, por serem uma extensão dos partidos políticos.

Mas a minha dúvida é: Estamos evoluindo como os ingleses que aprenderam a discernir a aproximação do porrete, ou ainda estamos na fase de nos deixar abraçar pelas aparências?

Miguel Flávio Medeiros do Carmo

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