O próximo grande experimento da Comunicação - trabalho híbrido
De março de 2020 até o dia da publicação deste artigo - 01 de setembro de 2021, a comunicação organizacional passou por vários aprendizados, viu tecnologias serem impulsionadas e testou diferentes formas de construir diálogo dentro do ecossistema das empresas e com todos os seus públicos de interesse.
Entendemos a importância de mensagens no online mais bem estruturadas e completas para não gerar ruídos, desenvolvemos a comunicação assíncrona, fortalecemos o olhar empático e implementamos novas estratégias e rituais para manter a transparência e a cultura das empresas.
O caminho foi desafiador. Existem pesquisas e mais pesquisas que mostram que a construção de novos relacionamentos funcionam melhor e geram conexões verdadeiras quando feitas presencialmente — fisicamente, no face-to-face. Além disso, estar no mesmo local impulsiona o diálogo com profissionais que não são da sua rede para realização do seu trabalho no dia a dia e também com colegas com quem possa ter menos afinidade.
Um artigo da Jennifer Moss, Beyond burned out, publicado na Harvard Business Review em fevereiro deste ano, apontou que 39% dos colaboradores tiverem dificuldades de manter uma conexão forte com colegas que não eram de seu grupo de trabalho ou com aqueles que não eram da turma do almoço, grupos com maior ligação.
Em meio a todo esse novo contexto, novos desafios, dentre todas as iniciativas implementadas e comportamentos estimulados para tornar essa transformação descomplicada e ainda manter forte a cultura da empresa, podemos afirmar que a comunicação organizacional, a liderança e os veículos internos tiveram papel determinante para o sucesso dessa jornada.
Até aqui um grande laboratório e experimento. Entendemos como manter o time bem informado, integrado e produtivo. E individualmente, cada profissional se organizou e aprendeu uma forma de manter a performance nesse novo cenário. Eis que agora, vencido o remoto, vamos falar de híbrido:
De definições mais simples até as mais complexas: como organizar a ida dos times? Como manter os times integrados? Como organizar os eventos e campanhas internas? Como reprojetar os fóruns das equipes? Como manter a tomada de decisão colaborativa e eficiente? A celebração dos aniversariantes do mês que era com bolo e salgadinhos no escritório em tempos pré-pandemia, mudou para o envio de bolo para casa dos colaboradores na pandemia; e agora, como será no híbrido? E o evento de final de ano?! E a cultura?
Talvez a pergunta mais trivial a se responder no momento é sobre se os colaboradores irão 1, 2, 3 dias no escritório ou se será um modelo totalmente flexível. De repente, a mais óbvia de se responder e pode até não ser o mais assertivo começar por ela.
O primeiro passo é admitir que não sabemos como será a comunicação, vamos testar, observar e ajustar sempre, a partir dos valores da empresa e cultura definidos. Estamos distantes de saber como isso funcionará, entretanto acredito que algumas premissas são fundamentais para efetuarmos mais essa transição com sucesso:
Experimento
Deixar claro para os colaboradores que não se sabe como será o híbrido e como manter as experiências, a alta produtividade e colaboração nesse novo formato, entretanto que a empresa está aberta para buscar a melhor organização de trabalho, clima, cultura, gestão e iniciativas.
Liderança
Será um formato novo para muitos do time e o papel do líder é ser o exemplo da comunicação transparente, de incluir todos nas decisões e estar aberto para aprender com o time e assim definirem a melhor forma de integração.
Recomendados pelo LinkedIn
Garantir a mesma qualidade de entrega de um 1:1 presencial e um 1:1 remoto, a gestão híbrida terá novas nuances e particularidades. O líder como pivô do desdobramento e fortalecimento da cultura organizacional e com um papel ainda mais importante como comunicador para compartilhar com o time as mensagens institucionais mais relevantes.
Ferramentas adequadas
Para manter a eficiência do diálogo com times híbridos é preciso manter o hábito do online. “Se uma pessoa está remota, todas estão”. Assim, mesmo que dois membros da equipe estejam no escritório, é indicado que cada um logue com o seu perfil em uma sala de reunião online. Essa iniciativa ajuda a evitar conversas paralelas entre o grupo que está junto no mesmo espaço físico, o que garante participação e contribuição em pé de igualdade.
Comunicação transparente
Remote-first. Manter o diálogo entre o time requer disciplina para incluir quem está no remoto. No híbrido, a máxima — o óbvio precisa ser dito — ganha ainda mais força e quando sentir que tem comunicado muito, provavelmente é o peso certo.
Conecte-se com frequência com quem está no remoto para manter todos alinhados, fortalecer o espírito colaborativo e o senso de pertencimento. Equipe engajada e bem informada é que contribui com os melhores resultados.
No caminho de toda a experimentação, nós, profissionais de comunicação, teremos um papel consultivo fundamental de auxiliar nessa jornada. Escalar o híbrido requer empatia, muito diálogo, aprender rápido. Tempo de testar, ajustar e evoluir a várias mãos, com muita transparência e com a cultura como norte das decisões. Experimentar e aprender como indivíduo, como time e como empresa.
E para você, o que não pode faltar em um híbrido de sucesso?!
Partner at Neuler Capital
3 aA pandemia realmente revolucionou a cultura organizacional e os padrões anteriormente intocáveis. Muita coisa mudou e um diálogo empático com escuta ativa é fundamental para dar o ponto de equilíbrio às questões.
Comunicação Pública. Relações-públicas. Doutora em Comunicação.
3 aGostei muito do "o óbvio precisa ser dito". Sabe, eu tenho revisto alguns formatos que antes eu considerava redundantes... em alguns casos a repetição de palavras e aquilo que aparentemente "todo mundo sabe" precisa ser dito com todas as letras, literalmente, para que a informação fique linear para todos. Muito legal seu artigo. Obrigada.
Copywriter Sênior | Relações Públicas | Marketing Digital | Tecnologia | Email marketing
3 amuiiiito bom!!