O primeiro passo para a Comunicação Não Violenta nas empresas
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O primeiro passo para a Comunicação Não Violenta nas empresas

Não há cafezinho, happy hour ou festa de fim de ano que consiga curar uma cultura organizacional de separação, imposição ou cobrança de resultados às custas do bem-estar de cada colaborador.

Aliás, é interessante pensar em como mudamos o vocabulário corporativo para criar uma sensação de que as “regras do jogo” são focadas em pessoas e na colaboração. Aprendemos técnicas de feedback, a fazer pedidos, a identificar a importância da diversidade e da interação entre colegas de trabalho.

Cuidamos da cobertura do bolo, olhando muito pouco para as camadas que o estruturam.

Um sinal disso é a própria roupagem - ou abordagem - que a Comunicação Não Violenta tem ganhado quando levada e aplicada ao ambiente de trabalho. Sim, Marshal Rosenberg (criador da CNV) nos sinalizou passos práticos que nos auxiliam na expressão do que pensamos, sentimos e precisamos - e isso nos aproxima de uma comunicação mais autêntica e empática. Porém, uma linguagem “educada”, “bonita” e “respeitosa” só se sustenta se a lógica por trás dela estiver alinhada ao que ele nos apresenta como autenticidade e empatia - e disso eu falo mais pra frente.

É fácil identificar um grito como uma linguagem agressiva. Mas e se eu te contar que um dos grandes meios de opressão é manter uma lógica que pune e exclui as pessoas quando as ações delas são vistas como erradas? Quando elogiamos as pessoas para que elas façam o que queremos? Quando achamos que todo pedido que fazemos precisa ser atendido, da forma como queremos, sem abrir muito espaço para compreender do que o outro também precisa? 

Em todos os casos acima, está muito viva a mentalidade de ter poder SOBRE o outro - ainda que disfarçada. E nela vai sempre haver consequências não muito agradáveis para quem não nos atende. Faz sentido?

Na CNV nós compreendemos que relações de confiança e de colaboração não se sustentam com base no medo, na punição, na culpa ou na vergonha. Enxergamos que nós podemos até conseguir resultados imediatos a partir dessa lógica - seremos obedecidos e receberemos a entrega do trabalho - sem, no entanto, criar uma relação onde haja um espaço mínimo para a empatia (e se você acha que líder/chefe/patrão não precisa da empatia por parte dos colaboradores/funcionários/peões, você vai se surpreender!).

O primeiro passo para a empatia (por nós e pelo outro) é olharmos para além dos rótulos, das imagens que temos a respeito de nós e dos outros - e do nosso cargo, da nossa profissão, etc. Rótulos dizem respeito a avaliações negativas ou positivas que fazemos. Se uma visão positiva que você tem a respeito de si mesmo ou de alguém impede a expressão de algo que não “combina” com essa visão, o que era pra ser só positivo se transforma em algo opressor. Já tinha pensado nisso? 

Então antes de entrar aqui em conteúdos mais específicos da CNV, eu vou fazer um convite pra quem estiver lendo este texto: 

  • Que tal pensar nos rótulos que você carrega a respeito das pessoas com quem trabalha? 
  • Que tal pensar na imagem que você acha que precisa manter no seu ambiente de trabalho?
  • Existe espaço - dentro dessas avaliações - para acessar o lado humano de cada uma delas? 
  • Tá difícil imaginar o lado humano de alguém? Pode ter certeza de que ele existe- e disso eu falo mais pra frente também. 

Por fim, me deu vontade de perguntar como tudo isso chega até você. Quer compartilhar comigo?



Quer saber quem sou eu?

Posso dizer que sou uma jornalista que tem estudado para se tornar facilitadora de Comunicação Não Violenta. Escolhendo caminhos que me nutrem as necessidades de coerência, conexão, autenticidade e bem-estar.

Se quiser saber mais a respeito da CNV, estou à disposição :-)


Julio Reis 王久力

Consultorias Financeiro | e-commerce global | Comércio Internacional

4 a

Marina Mazzoni você sempre muito assertiva em suas colocações, CNV pura! Adorei a abordagem!!!! Fantástica sua provocação para esse mergulho no self, trabalharmos mitos, remover camadas que vão sendo sobrepostas para sermos aceitos e voltarmos a ser nós mesmos. Vamos deixar o #egossistema, abraçar o #ecossistema e voltar a conviver em uma única comunidade. Já ansioso à espera do próximo post...

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