O que aprender com o time do Brasil na Copa América?
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O que aprender com o time do Brasil na Copa América?

Há poucas horas, ocorreu a final da 46ª edição da Copa América no Brasil, com vitória do time da casa. Com performance dominante no 1º tempo, o time brasileiro encerrou metade do jogo na liderança do placar, embora a metade seguinte da partida tenha sido bem mais equilibrada, com predominância do coletivo visitante em boa parte do período. Ao final, acabou prevalecendo a experiência dos jogadores brasileiros, aliada a uma vontade de vencer que há um bom tempo não víamos. Não sou nenhum especialista ou conhecedor profundo das táticas futebolísticas, contudo, consegui ter algumas apreensões da competição em cujas premissas encontro relação com o ambiente corporativo e suas peculiaridades.

Antes de me aprofundar nessas questões, há alguns aspectos que julgo necessário elencar, afim de que tenhamos uma compreensão mais assertiva de minhas colocações. Por mais ressalvas que eu tenha em relação ao atual dono da camisa 10 canarinho, não podemos negar a relevância que Neymar tem nessa não tão nova fase por que o “plantel” de Tite vem passando. Pessoalmente, acredito que dificilmente suas aspirações em ser eleito o melhor do mundo serão concretizadas, sobretudo em virtude dos aspectos comportamentais que permeiam sua carreira desde o início. Todavia, o ponto aqui é estabelecer uma relação entre o cenário que a equipe brasileira enfrentaria sem seu principal nome, demais perspectivas poderiam ser abordadas em outro artigo.

Esclarecido este ponto, acredito no fato de que todos concordem que o corte de Neymar às vésperas do início da competição retirou todos de uma possível “zona de conforto”, caracterizada por uma conjuntura que, teoricamente, seria ideal para o Brasil; por jogar em casa, ter eu seu staff atletas de fama e prestígio internacionais e ter o apoio da torcida. Isto é, além de uma retomada de confiança por parte dos torcedores, que preencheria um vácuo que vem incomodando desde os famigerados 07 x 01, esta competição precisaria dar o pontapé inicial para que a seleção brasileira reivindicasse seu lugar de direito no futebol mundial. A partir daqui, começo a estabelecer as relações propostas inicialmente; para tanto, encaremos nossos torcedores como acionistas de uma grande corporação.

Olhando para a “série histórica” de resultados, a equipe brasileira seria uma das mais bem sucedidas companhias do mundo, cujos últimos resultados têm estado muito aquém das expectativas, e sem resultados não há consistência, nem panorama favorável para construção de um novo ciclo, menos vicioso e mais virtuoso. Dito isto, a Copa América precisaria ser encarada como uma excelente oportunidade para concretizar aquilo que, há um bom tempo, tem sido o objetivo de todos, restituir à seleção o prestígio e relevância de outrora. E, em certa e importante medida, acredito que logramos êxito. Sabe-se que a rivalidade entre os times sul americanos é ferrenha e a partir desta perspectiva, não seria nenhum absurdo afirmar que - em termos de competitividade e vontade empreendida - o torneio não ficaria devendo a quaisquer competições intercontinentais.

Portanto, seria crível utilizá-lo como parâmetro para entender os níveis de vontade e comprometimento que nossos jogadores demonstrariam diante dos desafios que se mostraram antes mesmo de seu início. E aqui ou a partir daqui, entendo que, apesar da decisão nos pênaltis com o Paraguai, o conjunto da obra com os resultados entregues já aponta para uma retomada de postura numa nova fase que aparentemente se inicia, sobretudo com a valorização de jogadores que têm suas carreiras aqui, em nossas terras, como a grata surpresa Everton Cebolinha. Olhar para dentro muitas vezes se configura como uma alternativa que, bem trabalhada, pode ser a solução de problemas, para cujas resoluções só se evidenciavam buscas de fora, em estrelas cujos brilhos já não são mais os mesmos. Nesse ponto, acredito que um modelo híbrido em que o time seja um misto de estrelas nacionais e transnacionais, o que no modelo organizacional corresponderia a trazer profissionais de fora para “oxigenar” o time sem, contudo, deixar de valorizar as pessoas de dentro.

Acreditar que é possível é o primeiro passo para concretizar entregas consistentes, e vejo no desempenho que a seleção brasileira apresentou a possibilidade de uma nova trajetória. Há problemas? SIM! Não temos um meia com qualidade acima da média no time atual, algo que tivemos durante muito tempo, Paulinho e Renato Augusto fazem falta; todavia, essa renovação mostra, ao menos, uma alternativa diferente, já que aquelas reiteradamente utilizadas anteriormente já não demonstravam a mesma “pegada”. Encarar as limitações com humildade, reconhecendo-as de verdade e procurar mitigá-las diariamente é o primeiro passo na retomada do êxito naquilo que se faz; seja no mundo corporativo, seja no futebol. É a partir daí que traçamos a melhor estratégia, cujos desdobramentos culminarão no sucesso em quaisquer iniciativas.

Assim como eles, temos inúmeros desafios que compõem obstáculos que muitas vezes nos parecem intransponíveis, tanto no espectro pessoal quanto no profissional. Buscar alternativas que se baseiem em inconformismo e comprometimento cada vez maiores, fazendo as adequações necessárias - alinhando-as aos objetivo e entrega finais - além do nível de engajamento com aquilo que se faz, consiste em excelente ferramenta de melhoria: é a consciência transformando realidades. Acredito que a seleção brasileira tenha encontrado um caminho viável; saber utilizá-lo com eficácia, contudo, é onde mora o desafio. Espero que consigam...

VAMOS JUNTOS!

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