O que aprendi com um Prêmio Nobel
Entrevistar o Prêmio Nobel Walter Gilbert foi um dos prazeres de minha vida como repórter.
O alvoroço dos colegas fotógrafos, às minhas costas, se explica.
Era o primeiro congresso brasileiro de genética, em Angra dos Reis, em março de 2001.
Gilbert era um dos líderes do Projeto Genoma Humano, o consórcio público internacional para mapear os genes humanos.
A grande surpresa, entre os cientistas, era a pouca diferença genética entre nós, Sapiens, chimpanzés e plantas 🌶 🍅 🥕
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Temos cerca de 30 mil genes, três a quatro vezes menos do que se imaginava.
Naquela tarde, conversamos sobre a ínfima diferença entre bananas, ervilhas e a espécie dominante no planeta, que abriga em cada célula pouco mais que o dobro do número de genes de vermes e moscas.
Humanos, animais e plantas compartilham boa parte de sua estrutura genética.
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O físico e bioquímico americano recebeu o Nobel de Química em 1980 pela criação de um método para acelerar a sequência de letras químicas nas moléculas de DNA, que carregam a receita de todos os seres vivos.
A ordenação das quatro letras dentro do núcleo das células indica as características de cada ser, desde a cor de seus olhos, até se será uma bactéria ou um governante.
Gilbert fazia parte do consórcio público, um dos grupos que rivalizaram na corrida pelo sequenciamento dos genes do Homo Sapiens.
Do outro lado do ringue estava a empresa americana Celera Genomics, de Craig Venter, que acabou dando um chapéu geral e sequenciou seu próprio genoma.
Entrevistei Craig Venter quando ele esteve no Brasil.
Ao contrário do Nobel Walter Gilbert, que falava de forma simples, fácil, como é típico de um sábio, Venter se escondia sob o manto da arrogância.
O que prova minha tese: falar difícil é para os fracos.
Gênios falam para a galera. Afinal, ciência é uma das melhores expressões do avanço da civilização humana. E deveria ser para todos.
É o que realmente nos difere de ervilhas e gorilas.
Minha reportagem na IstoÉ era sobre a fina flor da ciência genética brasileira.
Você consegue acessar procurando pelo título “Do Oiapoque ao Chuí”, em abril de 2001.
Ou clicando no link
E você, tem orgulho da ciência brasileira?
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