O que aprendi depois de 1 ano de Tintim
👋🏼 Bem vindo a edição de número #35 da newsletter do Moa.
⚠️ Antes de começarmos, um breve recado: Me ajude a produzir um conteúdo cada vez mais relevante. Separe alguns poucos minutinhos e toque aqui para responder algumas perguntas. 🙏🏼
O ano novo é a prova de que o poder de realização está dentro de nossa mente.
Algum desavisado pode pensar que não faz nenhum sentido você se sentir renovado na "virada do ano", sendo que o calendário é somente uma convenção humana para organizar a vida em sociedade.
Bom… obviamente essa pessoa não consegue entender o poder de uma narrativa.
Eu estou me sentindo notoriamente mais cansado agora em Dezembro. O trabalho está mais difícil de ser feito. O exercício físico está muito mais moroso.
A ideia de linha de chegada, de que "só falta esse finalzinho", vai criando em nós essa resistência psicológica.
Como diria o engraçadíssimo Henrique Maderite: "Quem fez, fez…". No dia 23 de Dezembro, quem ainda não fez, não faz mais esse ano.
Esse é o sentimento de fim de ano.
Agora, se existe o sentimento de cansaço e de que "acabou o tempo", também existe o sentimento de renovação, de que, ao virar o ano, o jogo começa novamente.
Por isso eu acredito que o fim do ano, especificamente a segunda quinzena de Dezembro, é um período ideal para descansar fazer uma análise do ano que passou e refletir sobre o que desejamos para o próximo ano.
Esse é o meu objetivo na edição de hoje (e última do ano) da Newsletter do Moa.
R$ 100k MRR em 9 meses com o Tintim
2023 foi o ano em que eu me tornei pai. Ok, ok… tecnicamente falando, eu me tornei pai no finzinho de novembro de 2022. Mas a vivência do dia a dia de ser pai, aconteceu mesmo foi em 2023.
Por isso, é meio óbvio dizer que esse foi o melhor ano da minha vida. Mas, analisando mais a fundo, eu percebo que, sim, ser pai foi o principal motivo, mas houve outras grandes conquistas.
2023 foi o ano de surgimento do Tintim. 2023 foi o ano em que voltei a produzir conteúdo de forma consistente e robusta. 2023 foi um dos anos que mais evolui como ser humano, tanto no lado profissional quanto no lado pessoal.
O nascimento do Tintim aconteceu na mesma época do nascimento do meu filho. A ideia começou a ser formulada em Julho de 2022 e foi sendo testada e validada, como proposta de valor, até o meio de Setembro.
O primeiro MVP saiu mais ou menos nessa época. Fiz alguns testes com alguns colegas que eram o público que eu queria atingir e os resultados foram bons. No comecinho de Novembro eu fiz a primeira venda. No dia 24, nasceu meu filho.
Então chega fim de ano. Esse clima natalino e, também, o clima de que "quem fez, fez…" acaba praticamente inviabilizando qualquer tipo de avanço no Tintim. Aproveitei e tirei alguns dias para ajudar a cuidar da minha esposa e do meu filho recém-nascido.
Portanto, costumo dizer que Janeiro foi, de fato, onde o jogo começou para o Tintim. Nesse começo a gente tinha uma meta muito clara na cabeça: R$ 100k MRR até 31/12.
Foi em Janeiro, inclusive, que o meu amigo Gregori Baller me chamou indicando o conteúdo do Luiz Mazini sobre vendas. Disse que a técnica de prospecção que o Mazini ensinava me ajudaria a trazer os primeiros clientes do Tintim.
Quando fui procurar saber mais, vi que o Mazini faria uma imersão nos próximos dias. Me matriculei, buscando aprender mais sobre a técnica, mas, ao mesmo tempo, com o objetivo de trocar uma ideia com ele para tentar uma parceria.
Cheguei buscando uma parceria e acabei saindo com um sócio. Eu contei melhor essa história na edição #27 desta newsletter.
A chegada do Mazini no Tintim, com certeza, foi um divisor de águas que ajudou a tracionar nosso crescimento. Esse foi um dos pontos altos de 2023, sem dúvidas.
O Mazini trouxe muita inteligência para o negócio. Inclusive, definimos uma nova oferta e fizemos as primeiras vendas para os próprios clientes do antigo clube SSM, comunidade de marketeiros que o Mazini capitaneia.
Além de inteligência, o Mazini trouxe um outro ativo muito importante: Junior Faria, nosso head comercial.
O Junior era um dos melhores Closers do time do Mazini. Com ótimas taxas de conversão e uma consistência de trabalho invejável, ele era a pessoa certa para fazer as primeiras vendas do Tintim e ajudar a construir nosso processo comercial.
Foram várias tentativas validando oferta, público, formato e preço até conseguirmos chegar em algo que pudesse ser escalado. A construção desse processo comercial levou cerca de 3 meses.
Até então, a gente vinha crescendo cerca de R$ 10k MRR por mês. Quando acertamos a mão na oferta, simplesmente dobramos nosso MRR para R$ 100k em menos de 45 dias. Para ser mais preciso, a gente entrou em agosto com R$ 50k MRR e terminou setembro com R$ 107k MRR. Atingimos a meta 3 meses antes do esperado!
Diante desse fato e completamente otimista, qual era a decisão mais lógica a se tomar? VAMOS DOBRAR A META!!!
Será que a gente conseguiria chegar em R$ 200k até o fim do ano?
Infelizmente, não chegamos.
Mas, ainda sim, não me arrependo de ter dobrado a meta. Foi essa grande ambição que fez a gente perceber muito rápido quais eram os gargalos na nossa operação que estavam nos impedindo de seguir crescendo no mesmo ritmo que os meses anteriores.
Inclusive, esse é o desafio para 2024: estruturar o time, o produto e a proposta de valor para voltar a crescer na taxa que crescemos entre Agosto e Setembro.
Em resumo, 2023 foi um ano de muitas conquistas para o Tintim.
Conseguimos construir um produto que resolve uma dor latente das pessoas que compram mídia para vender pelo WhatsApp.
Conseguimos construir uma máquina de marketing e vendas que nos levou até R$ 100k MRR em tempo recorde.
Conseguimos também montar um time excelente, com uma cultura incrível e que é sangue no olho.
Me sinto muito grato por tudo isso. De verdade.
Agora, se houve tantas conquistas assim, imagina os aprendizados.
O primeiro grande aprendizado foi entender que vender software é totalmente diferente de vender infoprodutos. A minha experiência anterior, vendendo curso de programação na DevPro, havia me deixado "mal acostumado".
Quando você vende educação, o papel do professor resume-se em guiar o aluno através da jornada de aprendizado. A grande responsabilidade pela transformação é do próprio aluno. Ele é o protagonista. O professor tem um papel coadjuvante.
Da mesma forma que um obstetra não consegue fazer uma mulher que não está grávida dar a luz, um professor não consegue transformar um aluno que não quer aprender.
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Já com o software é diferente. Aqui os papeis se invertem. Se na educação, a responsabilidade de ação é do aluno, no software a responsabilidade de ação é do próprio software. O software vira o protagonista. O papel do software é justamente fazer pelo seu cliente.
Se um aluno não tem sucesso com um curso, existe uma grande probabilidade do problema estar no aluno. Se um cliente não tem sucesso usando seu software, a grande probabilidade é de o problema estar no software.
Entender essa mudança de contexto está conectado diretamente, inclusive, com outro aprendizado marcante desse ano: vender é a parte fácil, o difícil é fazer o cliente usar.
Perdi as contas da quantidade de cancelamentos que tivemos porque alguns clientes simplesmente não usaram o software. Os motivos são vários, que vão desde a dificuldade de fazer o setup até a falta de organização do cliente.
Sei que o sonho de muitos programadores é simplesmente construir o software, publicar no Product Hunt e deixar que o universo cuide do resto. Essa possibilidade existe? Existe. Ela é trivial? Nem de longe.
Produto bom não se vende sozinho. Eu não canso de dizer essa frase. Para esse caso, eu vou além: produto bom não "se usa" sozinho. Um excelente produto, talvez. Um que seja apenas bom? Muito difícil. Isso acontece por diversos fatores.
Primeiro que, a chance de você construir um bom produto de primeira é mínima. Só existe um caminho para criar algo novo: tentativa e erro. Um bom produto leva tempo para ser construído. Tempo que deve ser empregado, justamente, em iterar com o usuário com o intuito de descobrir o que se deve construir.
Em segundo lugar, o nível de maturidade do mercado conta muito. O Tintim é um produto inovador. Por ser assim, nasceu sem concorrência. Por conta desse fator novidade, além do esforço de vendas, é necessário também educar o cliente e ensiná-lo a aproveitar os benefícios de algo que, até então, não existia para ele.
Entender essa dinâmica foi crucial para trabalharmos ativamente na melhoria da usabilidade do software. Confesso que ainda estamos longe do que eu considero ideal, mas tenho certeza que a gente compensa esse gap com outro ativo importantíssimo: nosso time de onboarding e atendimento.
O Luiz, meu sócio e head de operações, fez um excelente trabalho montando um time que tem sangue no olho para ajudar nosso cliente a conseguir extrair o máximo de valor possível do Tintim.
O resultado não poderia ser outro…
Um bom trabalho de atendimento é crucial para qualquer operação de software.
O Brasil é um país gigante e completamente diverso. É um baita desafio conseguir se comunicar, ao mesmo tempo, com uma pessoa que mora no interior do Rio Grande do Norte e com outra pessoa que mora em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, que fica há mais de 3.000km.
É mais desafiador ainda conseguir fazer isso de forma automática e eficiente. Dificilmente o software vai conseguir cumprir esse papel. Cabe a um bom time de atendimento, que está genuinamente preocupado com o sucesso do cliente, cobrir essa lacuna.
Some a isso o fato de cada cliente possuir seu próprio contexto. Por mais que haja similaridades, cada um tem seu próprio jeito de trabalhar. É impossível acertar, de primeira, um software capaz de atender, com clareza e simplicidade, a todos esses casos de uso.
É por isso que eu falo tanto que o trabalho do programador não é escrever código. O código é apenas um meio. O objetivo final é resolver o problema do cliente, seja com código, seja com suporte. Sem esse fundamento muito bem consolidado em sua mente, é impossível construir um produto que gere valor.
O que esperar para 2024?
Esperar? Nada. O que acontecer em 2024 não vai cair do céu. É preciso muita estratégia, planejamento e trabalho duro para conquistar nossos objetivos para o próximo ano.
E quais são esses objetivos?
Como eu disse, lá em cima, o desafio para 2024 é conseguir estruturar o Tintim para conseguirmos dar nosso próximo salto de crescimento. Essa estruturação passa por toda a empresa. É preciso refinar ainda mais a proposta de valor e, por consequência, o produto, o marketing e o time.
Por isso a gente fez um trabalho intenso para planejar nosso próximo ano (dá pra ver pela cara de tensão do Luiz na foto abaixo rs).
Brincadeiras à parte, realmente investimos um grande esforço nesse planejamento. Foram algo em torno de 20h de trabalho (grande parte dele feito, inclusive, num feriado) com o objetivo de definir, com clareza, para onde devemos remar.
Esse é um hábito que já tínhamos na DevPro e que, com certeza, foi um dos grandes responsáveis por termos faturado mais de R$ 3M em menos de 3 anos de trabalho. Foi por isso que eu trouxe a prática para o Tintim.
O conteúdo desse texto é um resumo de parte do que discutimos nesses dias de trabalho. Resolvi compartilhar justamente para te incentivar a fazer o mesmo.
Não precisa se trancar numa sala de coworking durante horas como a gente fez. Talvez você nem tenha um time para isso. O que você precisa fazer é um balanço e, consequentemente, um planejamento.
A fórmula é simples: Analise o seu ano. Busque entender o que foi bom e o que foi ruim. Extraia aprendizados. Com base nesse trabalho de inteligência, pense em qual será o seu objetivo para 2024. Transforme esse objetivo em uma meta e trace um plano.
Não é difícil de fazer. Só é trabalhoso (mas tem que ser mesmo, afinal, nada de bom na vida vem sem trabalho e dedicação).
…
Espero que tenha gostado desta edição, e das outras 34 que publiquei aqui na Newsletter do Moa ao longo de 2023.
Produzir conteúdo foi outra grande realização que conquistei nesse ano. Inclusive eu ia falar sobre isso nesse texto, mas acabei escrevendo demais (para variar) e o texto ficou muito grande. Resolvi focar somente no Tintim. Em 2024 farei uma edição exclusiva para esse tópico.
Vou fazer uma pequena pausa para poder descansar nas próximas semanas, afinal, também sou filho de Deus. A Newsletter do Moa entra em recesso agora no dia 23 de Dezembro e volta a ativa no dia 13 de Janeiro.
Quero agradecer, de coração, pela sua audiência nesse ano de 2023. Essa newsletter (e produção de conteúdo, no geral) foi um dos temas centrais do meu planejamento pessoal para 2024. Vem coisa boa por aí!
Te desejo um ótimo natal e um próspero 2024!
Bora pra cima! 🚀
✉️ Esta foi mais uma edição da Newsletter do Moa.
💪🏻 O meu objetivo com essa newsletter é ajudar profissionais de tecnologia que desejam desenvolver uma visão mais estratégica.
Além disso, pretendo também compartilhar outras coisas, como um pouco dos bastidores da construção de um negócio SaaS, as minhas opiniões e meus aprendizados. A ideia geral é ser uma documentação pública e estruturada dos meus pensamentos e aprendizados ao longo dos anos.
Portanto, se você se interessa por soft-skill, desenvolvimento pessoal, empreendedorismo e opiniões relativamente polêmicas, sugiro que você se inscreva para receber as próximas edições.
AI | Prompt Engineering
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