O que aprendi durante o desemprego

Em Setembro de 2014 eu trabalhava em uma empresa, que infelizmente fechou logo no começo da crise.

Minha esposa estava grávida e cuidando de um pequeno com 2 anos de idade, cuidando da casa, do marido e tudo mais.

Bateu o desespero, mas naquele momento era o "que tinha pra hoje."

Procurei relaxar e pensar positivamente. Continuei mandando currículo, pois já o vinha fazendo quando percebi a possibilidade do acontecimento.

Eis que resolvi tirar um período "sabático" de pelo menos 6 meses, pois já que estava naquela situação, ao menos iria aproveitar para curtir muito mais a pequena que estava por chegar e o meu menino.

Eu sempre fui um pai muito presente na criação do menino, mesmo porque eu acho que pais não devem ajudar as mães na criação dos filhos, eles devem criá-los também. Essa responsabilidade não é só das mães.

Quando a pequena nasceu, no dia 12/10 as coisas ficaram um pouco mais complicadas em casa, tanto em termos financeiros, como na logística.

Foi aí que passei a buscar desenvolver habilidades que até então não se tinham feito tão necessárias.

Filhos te ensinam a ser multitasking, pois fazer limpeza da casa com uma criança no colo ou cozinhar e brincar com os pequenos, requer muita habilidade. Isso sem falar nas trocas de turno para a esposa poder dormir um pouco a noite e cuidar dos rebentos durante o dia e vice-versa.

Planejamento é outra habilidade que tive que aprimorar muito, porque, imagine sair com 2 pequenos e esquecer a troca de fraldas? Ou de considerar que eles poderiam estar bebendo água e se molharem, precisando de uma troca de roupas?

Empatia ! Ah, empatia ! Como esse período é desgastante para as mulheres. Acordar de duas em duas horas para amamentar e já que está lá, porque não trocar as fraldas? Os hormônios ainda todos desregulados e ainda ter que dar atenção ao marido. Sério, vocês merecem prêmio Nobel !

Atenção aos detalhes, pois num pequeno deslize, a criança pode engolir qualquer micro pedaço de uma coisa que foi esquecida em um canto da casa.

Não bastasse isso tudo, eu ainda resolvi fazer uma experiência com aquele aplicativo de viagens compartilhadas. Digo que essa experiência foi enriquecedora, pois puder ter contato com os mais variados tipos de pessoas e a conhecer cantos da cidade que eu jamais sonhei em estar. Aprendi (apesar de ter trabalhado durante a época de escola no comércio que meu pai tem até hoje) a lidar com pessoas, com necessidades diferentes e a interagir de maneira positiva mesmo quando a situação não me era favorável, afinal o transito de São Paulo nos prega várias "peças".

Esse é um pequeno pedaço de minha história que faço questão de dividir com vocês, para incentivá-los a aprender algo de positivo mesmo nas adversidades que a vida nos impõe.

Valorize sua família, ela é o seu maior bem !



Paulo Reinaldo de Souza

Engenheiro Quimico/Coordenador de Utilidades/Professor para cursos técnicos

7 a

Somos todos aprendizes nesta grande universidade chamada vida!!!!Parabéns pelo artigo

Martim Pinto

Physiotherapist/Fisioterapeuta na SPDM - Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina

7 a

Ótimo relato Noronha! Uma cascata (no melhor sentido) de situações com aprendizados diversos que reverbera no bem-estar, fortalecimento dos laços familiares e maturidade. Siga em frente!! Abraço!!

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