O que economia sustentável tem a ver com inclusão produtiva?
Quando você fala em sustentabilidade na sua empresa, a pauta da inclusão aparece? Acredito que a sua resposta tenha sido não, e isso é muito comum. Ao falarmos em sustentabilidade, nos preocupamos com emissão de gases, adoção de práticas sustentáveis e outros temas ligados especificamente ao meio ambiente, mas você sabia que a economia sustentável também tem a ver com a inclusão produtiva?
Ao abordar o tema da sustentabilidade, muitas vezes não levamos em conta a população em situação de vulnerabilidade, nem os impactos que podem ser sofridos por esse grupo social. A verdade é que os desafios da sustentabilidade têm relação direta com mudanças econômicas que afetam toda a sociedade, mas a questão social permanece em segundo plano, deixando muitas pessoas para trás.
Em 2023, a Fundação Arymax realizou um estudo com o objetivo de levantar um debate acerca de abordagens que considerem não só mudanças ambientais, mas também questões sociais na busca pela sustentabilidade, como a geração de empregos, renda e oportunidades de trabalho. O estudo revelou que não é possível realizar a transição para a sustentabilidade sem pensar em inclusão produtiva, sem olhar para as pessoas e as desigualdades sociais.
Isso significa que uma economia só pode se considerada próspera e sustentável quando ela tem uma visão global, olhando para os recursos do planeta, mas também para a base social.
No Brasil, ainda que sejam poucas, temos grandes empresas altamente produtivas e tecnológicas que fazem com que a economia gire em torno de uma produção para exportação; de outro lado, temos muitas empresas pequenas com baixa produtividade, mas onde se encontra grande parte da força de trabalho, o que gera brechas de produtividade e, consequentemente, uma grande desigualdade.
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A transição para uma economia sustentável no país exige, portanto, um equilíbrio entre inclusão produtiva e desenvolvimento ambiental, de forma que grandes empresas de setores-chave, como energia, sistemas alimentares e urbanização, sejam reestruturados para promover um crescimento que beneficie a sociedade e o meio ambiente.
Criar empregos em setores ecológicos, por exemplo, pode ser uma maneira de promover a inclusão produtiva: a agricultura regenerativa, energia renovável e construção sustentável são áreas com grande potencial de crescimento que, não só ajudam a mitigar o impacto ambiental, como também geram trabalho digno e acessível para a população, contribuindo para reduzir a desigualdade.
Além disso, é preciso promover políticas que fomentem a educação e capacitação da força de trabalho para a economia verde. Investir em tecnologias sustentáveis e criar incentivos para empresas adotarem práticas ecológicas impulsionaria a transição justa, ampliando a inclusão social e combatendo os impactos da crise climática. Nesse sentido, é necessário criar políticas que integrem diversas esferas, como governo, empresas e organizações do terceiro setor, visando garantir que o progresso econômico não aconteça à custa da exclusão social.
Pensar a inclusão produtiva como essencial para a tomada de decisões mais estratégicas, conectando a regeneração ambiental ao bem-estar social, abordando as desigualdades e criando oportunidades de trabalho nas áreas verdes e sustentáveis pode promover a inclusão, reduzir a desigualdade e, verdadeiramente, transformar a economia numa economia sustentável.
Fundador + 20 anos Experiência Executiva - CEO Instituto Ludwig & Poloni / Educação Corporativa-Mentoria-Recrutamento Executivo-Mentoria Executiva-Recrutamento-Desenvolvimento Lideranças-1K Profissionais Recrutados
2 mMuito informativo
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