Agenda 2030: desenvolvimento sustentável no radar da sociedade

Agenda 2030: desenvolvimento sustentável no radar da sociedade

Como sua organização se posiciona frente a problemáticas da sociedade e as novas pautas que movem a consciência de cidadãos em todo o mundo, influindo no próprio redesenho do ambiente de negócios global mediante, por exemplo, a inclusão, a diversidade e a entrada de novas gerações no mercado de trabalho? Refletir sobre essas questões é uma exigência imperativa para as lideranças, uma vez que:

  • A iniciativa privada – e não só o Estado – tem um papel determinante no sentido de contribuir com a realidade de comunidades que fazem parte de seu ecossistema e seu impacto social pode minimizar (ou potencializar) as adversidades de uma região;
  • O ambiente de consumo contemporâneo é cada vez mais composto por pessoas que se preocupam com o posicionamento das marcas que consomem. Já em 2019, por exemplo, um estudo da Union em parceria com a Webster constatou que 87% da população brasileira prefere adquirir produtos e serviços de empresas sustentáveis, enquanto nada menos que 70% dos entrevistados afirmaram que estão dispostos a pagar mais por isso;
  • Com o avanço dos debates sobre ESG, empresas que não contam com uma estrutura ativa voltada para a responsabilidade social, ambiental e de governança corporativa não só tendem a sofrer efeitos negativos sobre sua reputação e legado, como podem deixar de atrair investimentos importantes – em 2021, por exemplo, os fundos direcionados para corporações que aplicam princípios ESG acumularam US$ 370 bilhões ao redor do mundo.

A mentalidade corporativa que se volta para a resolução de problemas sociais e para uma preocupação contínua com a sustentabilidade, aliás, está alinhada com a Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas que visa enfrentar desafios cruciais para o futuro do país, como a erradicação da pobreza, o combate à crise climática e o crescimento econômico que se paute em um desenvolvimento sustentável. 

ESG: transformando o discurso em prática

Mas, para que os pilares de conceitos como o ESG se tornem uma realidade concreta nas empresas, a meu ver, são necessários 3 passos principais: 

  • Interesse genuíno na geração de impacto positivo na sociedade por parte das lideranças de um negócio; 
  • Transformação desse discurso/ideal em práticas efetivas (como os programas de contratação voltados para grupos minorizados que vem sendo muito bem aplicados em gigantes do mercado brasileiro como a Magalu, além de ações sobre consumo consciente, educação de colaboradores, zero emissões de carbono, etc.); 
  • Estabelecimento de metas e indicadores que avaliem tais estratégias e as remodelem, conforme a necessidade, no decurso do tempo.

Novamente, é fundamental reforçar que essas ações não partem apenas de um posicionamento altruísta ou de simples boa-vontade: diferentes estudos atestam que ambientes corporativos mais diversos – e em que há a geração de oportunidades para diferentes grupos socioeconômicos, étnicos e com maior paridade de gênero –, a rigor, crescem mais e são mais inovadores; ao passo que empresas sustentáveis, inclusive por meio de certificações oficiais, movimentam um mercado robusto e que só tende a crescer.

Propósito, posicionamento e projeção de resultados efetivos

Ou seja, a equação do desenvolvimento sustentável pode, de modo mais simples, ser resumida no acrônimo PPP: quando lideranças com propósito trabalham o posicionamento de suas empresas a partir de ações efetivas e de uma comunicação institucional estratégica, a tendência é de que resultados sejam gerados no médio e no longo prazo, dando projeção ao negócio.

Ademais, esse trabalho tende a atrair consumidores que, como vimos, se colocam de modo mais consciente na sociedade. 

Em minha atuação no mercado de construção civil, tenho visto isso claramente, por meio do sucesso de projetos habitacionais que unem, concomitantemente, o respeito ao meio ambiente local, espaços de convivência plurais, inovação que favorece um consumo consciente e áreas verdes que trazem também mais sustentabilidade para os empreendimentos. 

Os desafios da sociedade são também desafios para as empresas e suas lideranças

Não podemos esquecer que, enquanto partes fundamentais da economia de um país, os desafios da sociedade são também os desafios das organizações – de todos os portes. E, quanto maior o poder de ação de um negócio, maior a sua responsabilidade em prol de um futuro mais inclusivo, sustentável e de oportunidades. Os beneficiários dessa mentalidade, por fim, seremos todos nós.    

Temos apenas 7 anos para implementar as metas da Agenda 2030, definidas pelo Acordo de Paris em 2015. E estamos atrasados. Por isso é necessário acelerar. Governos, empresários e cidadãos todos juntos.

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