O que as empresas realmente querem dos colaboradores? [ e não toleram ]
Newsletter | Jerônimo Mendes

O que as empresas realmente querem dos colaboradores? [ e não toleram ]

O que acontece quando a pessoa dá o máximo de si e mesmo assim é demitida? Por que as empresas nunca estão satisfeitas? Quais as razões para os gestores não dizerem claramente aquilo que esperam de você? O que as empresas realmente querem do colaborador e o que algumas não toleram mais?

A impressão geral é a de que quanto mais você faz, menos valorizado você é. Se eu fosse sintetizar o pensamento geral das organizações em uma única frase, por mais absurda que possa parecer, seria algo do tipo “você não faz mais nada do que a sua obrigação” ou “você está sendo muito bem pago pra isso”.

Mas, no fundo da sua alma, você sabe que não é bem assim. Há dias em que você faz mais, há dias em que você faz menos. Quando você produz mais do que o necessário, não por que lhe mandam, mas porque é responsável e gosta de se sentir útil, o patrão sabe, o chefe sabe e os colegas sabem, mas nem sempre sabem reconhecer. A pessoa tem que ser muito evoluída para reconhecer o mérito alheio.

Quando você faz menos, e sabe por que isso acontece, acaba sendo percebido facilmente, por você e por todos aqueles que o rodeiam; então, é necessário administrar melhor esse comportamento, afinal, você está sendo avaliado e a ociosidade nunca foi bem vista nas empresas.

Ao contribuir mais, você tem chances de se manter vivo na organização ainda que não seja reconhecido como gostaria. Ao contribuir menos, você pode pagar um preço alto por isso, é questão de tempo. Essa verdade alimenta um antigo dilema no mundo corporativo: fazer o que gosta ou gostar do que se faz enquanto não faz o que gosta?

Talvez você leve muito tempo para encontrar o seu verdadeiro lugar no mundo; porém isso não é defeito nem virtude. Trata-se de uma fase transitória experimentada por milhares de profissionais em diferentes estágios da vida. Alguns encontram a vocação mais cedo, outros talvez nunca a encontrem.

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A diferença fundamental entre você e as demais pessoas será a maneira como vai administrar suas emoções positivas ou negativas ao longo carreira profissional. Alguns pesquisadores são convergentes ao afirmar que 90% dos problemas identificados nas organizações é de origem comportamental.

O que isso quer dizer? Em relação à estratégia, à metodologia, ao planejamento, vendas e marketing, aprende-se facilmente nas escolas de negócio, nos livros, nas faculdades e universidades; quanto ao comportamento, é uma variável difícil de ser controlada e será sempre um desafio para os sócios e gestores.

Na prática, por mais que você se esforce, estude e recorra a mentores e gurus, estará sempre sujeito aos modelos mentais previamente estabelecidos desde a mais tenra infância. Se este for o seu caso, o esforço deve ser mais intenso na busca do conhecimento necessário para mudar isso, tanto na vida pessoal quanto na profissional.

O que as empresas realmente querem? Talvez a gente morra sem saber a resposta; portanto, permita-me utilizar uma abordagem diferente para descrever os 7 tipos de pessoas que as empresas evoluídas não querem nem toleram mais. Vejamos:

  1. Pessoas que reclamam o tempo todo: poucas empresas e poucas pessoas aguentam pessoas assim. Se o fazem, é por extrema necessidade; portanto, esforce-se para não fazer parte desse grupo que está sempre na mira do chefe. Reclamar o tempo todo faz com que você seja rotulado de maneira negativa ainda que você esteja coberto de razão.
  2. Pessoas que se fazem de vítimas: o mundo está cheio de especialistas nessa área, por opção, pessoas dissimuladas, que não se importam com o esforço e a dor alheia e que fazem de tudo para chamar atenção, como se fossem o centro do mundo.
  3. Pessoas que conspiram no corredor: que torcem contra e não movem um dedo para ajudar em momentos de dor e dificuldade; que minam a criatividade e a esperança dos novatos; que semeiam fofocas, intrigas e inimizades entre as facções.
  4. Pessoas essencialmente operacionais: empresas maduras, é claro, que consideram o potencial humano um ativo importante. Empresas de cultura organizacional fraca ainda pensam que somente algumas pessoas pensam. Empresas de cultura organizacional forte precisam de mais pessoas que pensam.
  5. Pessoas acomodadas: presas à zona de conforto, contentes com o pouco que ganham, cumpridoras de horários à risca, sem ambição nem vontade de aprender, do tipo que só faz aquilo que lhe mandam ou nada mais do que lhe mandam.
  6. Pessoas indisciplinadas: que ignoram normas, políticas e procedimentos; que atropelam os processos; que desdenham a hierarquia; que não assumem responsabilidades; que se julgam acima do bem e do mal por estarem próximas do chefe, do dono ou do padrinho.
  7. Pessoas que não se atualizam: pessoas de um livro só, que mal se lembram da última vez em que participaram de um curso, ainda que tenha sido patrocinado pela empresa. O mundo é dinâmico e o conhecimento muda rapidamente; portanto, quem não muda com ele, fica estagnado, regride.

Por tudo isso, comece a abandonar os vícios prejudiciais à sua saúde e à sua carreira para evitar aquilo que, de maneira comprovada, não combina mais com o ambiente das empresas, muito menos com a forma de lidar com a sua carreira e o seu futuro.

A natureza humana é difícil de ser entendida e atendida, sabemos disso, e as empresas são feitas de pessoas, sujeitas a erros e acertos, independentemente da posição que ocupam. Contudo, as empresas vivem de resultados para se manter vivas no mundo dos negócios cada vez mais acelerado, competitivo e hostil.

Eu poderia escrever um tratado sobre o que os colaboradores não querem das empresas, pois elas também erram, e muito. A diferença é que as empresas podem escolher e substituir seus colaboradores com mais facilidade do que eles podem fazê-lo.

O mercado de trabalho é uma guerra, silenciosa, mas é. O máximo esforço não garante a sua sobrevivência no emprego, mas a mínima reclamação é mais do que suficiente para que você seja substituído sem direito a defesa nem aviso prévio.

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Reclamar, ficar indignado, posicionar-se diante das injustiças no ambiente de trabalho é um direito, desde que seja feito no momento apropriado e de maneira inteligente, inclusive para avaliar se você está no cargo e na empresa certa.

Contudo, a prática indiscriminada de qualquer um dos 7 pontos acima mencionados não vai salvar a sua pele quando o senso de justiça prevalecer, principalmente em empresas onde os valores predominantes são comprometimento, espirito de equipe, lealdade e respeito. Como eu digo sempre, você pode pensar, dizer e agir como quiser, mas não pode se dizer surpreso quando a resposta vier. Pense nisso e aproveite a semana!

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