O que esperar da COP30 no Brasil e os principais Insights da COP29
A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP29) realizada em Baku, Azerbaijão, de 11 a 22 de novembro de 2024, deixou muitos #insighstransformadores, que precisamos analisar com cuidado para que a COP30 em Belém do Pará no Brasil gere resultados positivos para todo o mundo.
A seguir alguns dos principais insights, que coletamos analisando matérias, entrevistas e depoimento das principais autoridades e especialistas que lá estiveram:
Novo Objetivo de Financiamento Climático (NCQG): Um dos pontos centrais foi a definição de um novo objetivo de financiamento climático para substituir o compromisso de US$ 100 bilhões por ano, que nunca foi cumprido.
No entanto, as negociações sobre o valor exato e as fontes de financiamento ainda estão em andamento.
Como sempre acontece em eventos como esse, quando o assunto é colocar recursos financeiros para atender as necessidades básicas do mundo, as grandes potências reclamam.
Tecnologias Digitais: A COP29 destacou o papel das tecnologias digitais na ação climática, incluindo o uso de inteligência artificial e big data para monitoramento climático e sistemas de alerta precoce.
A declaração "Ação Digital Verde" foi lançada com o apoio de governos, empresas e organizações da sociedade civil.
Ela destaca o papel fundamental das tecnologias digitais na mitigação e adaptação climática, como o uso de inteligência artificial (IA) e big data para otimizar o consumo de energia e reduzir a pegada de carbono.
A declaração também enfatizou a necessidade de reduzir a pegada ambiental das tecnologias digitais enquanto aproveita seu potencial para enfrentar a crise climática.
Identificamos uma grande contradição, pois ao mesmo tempo que cita a importância das tecnologias disruptivas como IA e Big Data, estas tecnologias serão:
> as maiores causadoras do desemprego em massa para quem não tiver competências e habilidades técnicas para quem não souber utilizá-las e,
> o aumento gigantesco do consumo de energia necessária para manter os servidores de IA funcionando a pleno.
A declaração até cita estas questões, mas a nosso ver, considera um efeito colateral de baixo impacto, quando na verdade não é.
E quais serão os reflexos na próxima edição (COP30) em Belém do Pará?
O Brasil, com sua matriz energética predominantemente renovável e em franco crescimento, está em uma posição favorável para liderar esses esforços e implementar soluções inovadoras para enfrentar as mudanças climáticas.
Consideramos o Brasil a "bola da vez" nesta questão e precisa saber se vender para o mundo, como um ambiente favorável, politicamente e economicamente, para receber investimentos de peso.
Não identificamos ainda um País que se posicionou como um Líder nesta transição para um futuro mais verde, com as condições que o Brasil possa desempenhar.
Plano Nacional de Ação Climática (NDCs): Países como o Reino Unido e o Brasil anunciaram planos para aumentar suas ações climáticas em seus próximos NDCs, alinhados com a meta de limitar o aquecimento global a 1,5°C.
Transparência Climática: A COP29 celebrou a submissão dos primeiros relatórios de transparência bienais sob o Acordo de Paris, destacando a importância da transparência para a ação climática eficaz.
Preparação do Brasil para a COP30
Para que a COP30, que será realizada no Brasil em 2025, seja um sucesso e gere resultados significativos, o país deve se preparar de várias maneiras:
Fortalecimento das NDCs: O Brasil deve atualizar e fortalecer seus Planos Nacionais de Ação Climática (NDCs) para incluir metas mais ambiciosas e concretas, focando na transição para fontes de energia renováveis e na redução de emissões de gases de efeito estufa.
Financiamento Climático: O Brasil precisa liderar esforços para definir um novo objetivo de financiamento climático que seja justo e eficaz, garantindo que os recursos sejam suficientes para apoiar ações climáticas em países em desenvolvimento.
Tecnologias Sustentáveis: Investir em tecnologias digitais e inovadoras que possam ajudar a monitorar e mitigar as mudanças climáticas, além de promover a eficiência energética e a redução da pegada de carbono.
Engajamento da Sociedade Civil: Incentivar a participação de empresas, organizações da sociedade civil e comunidades locais na formulação e implementação de políticas climáticas, garantindo que todas as vozes sejam ouvidas e consideradas.
É ai que o Brasil precisa agir rápido e trabalhar conectado com as organizações públicas e privadas, para consolidar e expandir sua Estratégia de Governo Digital, atraindo cada vez mais investimentos saudáveis e não especulativos, como normalmente aconteceu nas últimas décadas.
Recomendados pelo LinkedIn
Para quem não ainda não conhece, a Mobilização Empresarial para Inovação (MEI) é um movimento coordenado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) que reúne cerca de 500 das maiores lideranças empresariais do Brasil.
Criada em 2008, a MEI tem como objetivo disseminar a agenda de inovação entre as empresas brasileiras e buscar a maior efetividade das políticas públicas de ciência, tecnologia e inovação (CT&I).
Seus objetivos estão perfeitamente alinhados com a expectativa gerada para a COP30 e acreditamos que ela terá papel de destaque na próxima edição, pela importância que adquiriu nos últimos anos devido a uma pauta efetiva em busca de soluções viáveis para o crescimento do País como um todo, mas baseado de forma estratégica no trabalho de quatro GTs.
GT "Transformação Digital e Inteligência Artificial", coordenado por Besaliel Botelho , membro do conselho da Bosch Brasil ;
GT "Recursos Humanos para Inovação", coordenador por Luís Carlos Affonso nso, Vice Presidente de Engenharia e Desenvolvimento Tecnológico da Embraer;
GT "Negócios do Futuro", coordenado por Lyga Pereira, CEO da gen-t ;
GT "Fomento à Inovação", coordenador por João Antôno Lopes Filho, CEO do Banco Fator .
Aproveitamos para destacar os principais objetivos da MEI:
Fortalecer o Ecossistema de CT&I: A MEI visa fortalecer o ecossistema de ciência, tecnologia e inovação no Brasil, tornando a indústria brasileira mais inovadora e competitiva.
Promover a Interlocução Construtiva: A MEI promove a interlocução construtiva e duradoura entre a iniciativa privada, academia e o setor público, visando a criação de políticas públicas eficazes.
Defender Políticas Públicas: A MEI atua na defesa de políticas públicas importantes para a inovação, como a Lei do Bem e a Lei Complementar 177/2021, que alterou a natureza jurídica do Fundo de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT)
Apoiar Projetos de Inovação: A MEI apoia projetos de inovação por meio de instrumentos como a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (EMBRAPII) e a rede de Institutos SENAI de Tecnologia e Inovação.
Mas voltamos as oportunidades da COP30 para o Brasil.
Transparência e Colaboração: O Brasil deve garantir que suas ações climáticas sejam transparentes e que o país colabore estreitamente com outras nações para compartilhar melhores práticas e soluções inovadoras.
Educação e Conscientização: Promover a educação climática e a conscientização pública sobre a importância da ação climática, incentivando a participação ativa da população em iniciativas sustentáveis.
Com essas medidas, o Brasil pode não apenas garantir o sucesso da COP30, mas também contribuir significativamente para a luta global contra as mudanças climáticas, ajudando a proteger o planeta para as futuras gerações e ao mesmo tempo, garantir recursos suficientes para implantar de forma consistentes políticas públicas para cumprir com os ODS, em especial aqueles que mais prejudicam nossa sociedade.
ODS 4: EDUCAÇÃO DE QUALIDADE
4.4 Até 2030, AUMENTAR substancialmente o número de jovens e adultos que tenham habilidades relevantes, inclusive competências técnicas e profissionais, para emprego, trabalho decente e empreendedorismo.
ODS 8: TRABALHO DIGNO E CRESCIMENTO ECONÔMICO
8.6 Até 2030, REDUZIR substancialmente a proporção de jovens sem emprego, educação ou formação
ODS 10: REDUZIR AS DESIGUALDADES
10.2 Até 2030, EMPODERAR e PROMOVER a inclusão social, econômica e política de todos, independentemente da idade, gênero, deficiência, raça, etnia, origem, religião, condição econômica ou outra.
Claro que existem outros ODS tão ou mais importantes do que esses, mas estes ODS fazem parte do projeto "O Profissional do Futuro", desenvolvido pelo ITD em 2018, que consideramos o inicio de uma jornada de transformação social e de negócios necessárias para que o Brasil deixe de ser o eterno "País do Futuro" que todos ouvem falar desde os anos 50 e lá já se vai mais de meio século.
Chegou a hora!
Participe. Compartilhe!