O que a Madrasta da Branca de Neve pode nos ensinar sobre Liderança?

Para começar, a Branca de Neve deixará de ser a protagonista do conto de fadas. Isso mesmo. Branca de Neve ficará lá, no meio da floresta, fazendo seu trabalho em paz, ao lado dos sete anões. Mais adiante vocês vão entender onde quero chegar.

Vamos focar na Madrasta! Essa, sim, será a nossa grande estrela!

A Madrasta está no seu castelo, sentada no trono com toda pompa, e de tempos em tempos faz a pergunta:

- “Espelho, espelho meu, existe no reino alguém mais bela do que eu?”.

E o espelho responde:

-“Não, ó minha Rainha! És a mais bela do reino!”

E isso alimentava o ego da vaidosa Madrasta mais e mais a cada dia. Era o suficiente para manter a tranquilidade no castelo, na floresta, na vida da Branca de Neve, enfim, pelo reino afora.

Tudo estava “de boa”, até que num belo dia, ela novamente pergunta:

- “Espelho, espelho meu, existe no reino alguém mais bela do que eu?”.

E o espelho responde, sem titubear:

- Sim, existe, ó minha Rainha! A mais bela do reino é a Branca de Neve!!”

Nesse momento, a paz que dominava o reino acaba num piscar de olhos e o demônio ali se apresenta com toda sua fúria, destruindo tudo que encontra pela frente; entre gritos de raiva, cadeiras arremessadas, vasos quebrados, ela, surtada, ordena imediatamente matar a pobre moça, só porque acabou de descobrir que não era a mais bela do reino!

O resto do conto vocês já conhecem, mas é exatamente daqui que quero começar a reflexão sobre Liderança.

Em que tipo de pessoa você se transforma quando ouve algo diferente daquilo que gostaria de ouvir?

Como você reage quando alguma ideia diverge da sua?

Ao se deparar com propostas diferentes das suas, você costuma analisar se são melhores para a empresa ou simplesmente se faz valer do poder hierárquico para manter as suas próprias convicções?

O seu “reino” (sua Área) vira um caos quando as coisas não saem exatamente como você planejou?

Considero um Líder Corporativo eficaz aquele que é capaz de equilibrar as suas próprias ideias com as ideias de sua equipe, sem perder de vista a hierarquia e o respeito pelas normas e regras da empresa. Esse equilíbrio é essencial para manter a coesão e a produtividade da equipe, ao mesmo tempo em que promove a criatividade e a inovação.

É de suma importância que o Líder Corporativo esteja aberto à escuta ativa de sua equipe; traduzindo, ele deve estar disposto a ouvir as ideias e opiniões de seus liderados, sem julgamentos ou críticas prematuras. Uma dica, é fazer perguntas para esclarecer o que foi dito e demonstrar que está genuinamente interessado em compreender as diversas perspectivas que podem surgir sobre um determinado assunto.

Ouvir novas ideias, avaliar a viabilidade e pertinência delas deve (ou deveria) fazer parte de uma rotina saudável de equipe; isso pode incluir a realização de brainstormings regulares, a promoção de uma cultura de feedback aberto e a celebração das conquistas e contribuições da equipe. Ao fazer isso, o Líder Corporativo pode ajudar a criar uma atmosfera de confiança e engajamento, o que pode levar a melhores resultados e aumentar o nível de satisfação no ambiente de trabalho.

Em contrapartida, também faz parte do papel do Líder Corporativo reconhecer que ele é responsável por tomar as decisões finais e que algumas ideias simplesmente não serão aprovadas por razões legítimas. Nesses casos, ele deve comunicar – com habilidade - às pessoas envolvidas que aprecia as contribuições, mas que a ideia não será implementada naquele momento. É importante as razões sejam explicadas de forma clara e objetiva, para que a equipe possa entender e respeitar a decisão, de forma que isso não desestimule a atmosfera de criatividade e liberdade de expor novas ideias.

Ao seguir essas dicas, o Líder Corporativo cria um ambiente de trabalho positivo e produtivo, no qual sua equipe terá todo o potencial necessário para florescer e alcançar níveis de maturidade e excelência, que com certeza vão se traduzir em melhores resultados.

Quem diria que um conto de fadas poderia trazer uma reflexão para o nosso dia-a-dia, não é mesmo?