Escritos da Alma - cotidianos prazeres

Escritos da Alma - cotidianos prazeres

Acordo mais cedo que o habitual e observo pela janela, as chuvas que desde ontem ficaram mais intensas em Natal.

A higienização física encontra no Deezer um bom companheiro, com a seleção aleatória apresentando Janis Joplin's Greatest Hits.

Se fora um certo friozinho rola, no aconchego do meu lar fumego o café no fogão herdado, enquanto monto o pão integral com queijo ricota, sementes de girassol, uvas passas e uvas sem caroço para o tradicional desjejum.

Já alimentado e com a cafeína acelerando o juízo a mente pede escritos e, no Netflix encontro a primeira inspiração do dia, um documentário mostrando o cotidiano de um senhor que vive de trocar batatas por produtos diversos, fazendo a conexão de um pequeno povoado com a cidade grande, proporcionando as pessoas roupas, brinquedos infantis e outros utensílios, através deste escambo.

A vida simples me remete aos pequenos prazeres que uma vida comum nos proporciona.

Como não sou milionário, mesmo que melhor que muitos em meu País, dirijo eu mesmo o carro, lavo meus pratos, copos e bules, resolvo as coisas no banco, estou sempre presente junto a esposa e filhos em situações diversas das atividades deles, além de muitas outras pequenas coisas que se feitas com prazer, realizadas com a energia do estar presente, do achar bom ser normal, nos proporcionam a agradável sensação da vida como ela é.

Ter uma vida de barão, também deve ser muito legal. Ter uma vida de limitações não significa o fim dos prazeres.

A felicidade foi formatada para existir além das condições sociais e econômicas, apesar de quaisquer modus vivendi, por isso o arquiteto a alojou em nosso interior, para que pudéssemos a possuir igualmente, sem distinção, como um patrimônio imaterial da humanidade, disponível, inerente, em todos, presente.

Cabe a cada um acessar essa felicidade da forma que lhe for possível. Enquanto escrevo, Mel acordou e juntos fomos pegar a grana que a fada do dente deixou em troca do seu dentinho ontem caído. Puro êxtase. Depois ela fez questão que observasse a escovação dentária, maravilhoso observar. Agora pediu para marcar o tempo que lê o livro que adora. Sensação sem igual.

Pessoas de todas as raças, tribos, religiões, etnias, condições sociais, estão neste momento acessando felicidade.

Ela está no senhor das batatas, no músico, poeta, escritor, pedreiro, carpinteiro, jornalista, no artista, dentista, excepcional, no marujo, camareiro, cabeleireiro, cozinheiro.

A felicidade está aqui, aí, acolá. Não esqueça o caminho até ela, não a procure nas prateleiras, nos produtos a venda, ela é minha, é sua, é nossa.

Luzzzzz.

Flávio Rezende aos dezessete dias, segundo mês, ano dois mil e dezoito. 7h38.

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