O que podemos aprender ?

A copa trouxe bons exemplos de como o planejamento de longo prazo trás frutos: os frutos não necessariamente são títulos, mas também evolução.

A Holanda, vice-campeã da Copa do Mundo de Futebol Feminino de 2019, colheu e vem colhendo frutos de um trabalho doravante um planejamento de longo prazo. Lieke Martens de 26 anos, em 2017 (aos 24 naquele ano consequentemente) recebeu o prêmio de melhor jogadora do mundo disputado nada mais e nada menos com a lenda Carli Lloyd.

A “seleção laranja” conquistou naquele ano, o título da Euro Copa.

Apostando na base e mesclando juventude como a grande da atacante Vivianne Miedema de 22 anos e experiência, como das jogadoras de altíssimo nível como a goleira Sari van Veenendaal, a meia-campista Sherida Spitse ambas com 29 anos. Apesar de não ter ganho o título, olha para o futuro com grande entusiasmo, porque a base do edifício está bem fundamentada e planejada.

Mas o que falar dos Estados Unidos?

Quem me conhece sabe que, não uso o Estados Unidos como exemplo para tudo. Contudo, sempre admirei a capacidade de utilizar o esporte como uma importante ferramenta de desenvolvimento social. Sugiro, para quem não assistiu ainda, o filme Coach Carter - Treino para a Vida (1999) que retrata algo que é muito característico naquele país.

Para que você tenha possibilidade de jogar nas ligas universitárias seja de soccer, futebol americano, basquete, beisebol entre tantos outros esportes coletivos ou individuais, é necessário que seu rendimento escolar seja bom.

Aqui, se você tem habilidade para o esporte, pra quê estudar? E se não der certo, mais uma pessoa correndo o risco de entrar no submundo do crime e dos vícios.

Educação física não reprova e é tratada muitas vezes por alunos e professores como aula vaga. Perdemos a oportunidade de gerar valor e de criarmos fortes campeonatos que melhoram o nível do esporte e da sociedade: “Um Adversário fraco, te enfraquece”.

Phelps, indiscutivelmente lenda, teve que participar da seletiva para o RIO 2016 e obter índice: Não vale carteirada, é preciso estar em grande nível para representar o país. Fica o Recado para gestores públicos e privados que, abusam do Q.I e enfraquecem equipes dentro e fora de campo, dentro e fora do parlamento, dentro e fora das empresas. Resultados devem ser pensados curto, médio e longo prazo.

Não podia deixar de falar da gigante Megan Rapinoe que, demonstrou como pensar no coletivo potencializa também o individual. Coletivamente campeã do mundo e levou os prêmios individuais por sua capacidade e empenho. Voz importante, não se omite, discute, debate, se posiciona frente aos assuntos que merecem atenção. Igualdade não deveria ser questionada, deveria ser a regra.

No Brasil, queremos um salvador da pátria para resolver tudo em um passe de mágica, esquecendo que times, empresas e países, crescem investindo em cultura, esporte atrelado a educação.... e boa educação. Planejamento é a palavra pois, frutos colhidos antes do tempo, não alimentam ninguém.