O que podemos esperar do ChatGPT?

O que podemos esperar do ChatGPT?

Se você estava nas redes sociais ou acessou algum site de notícias da área nesses últimos dias, provavelmente viu muitas matérias e posts sobre o tal #ChatGPT

Desenvolvido pela empresa #OpenAI, essa ferramenta usa a #IA (Inteligência Artificial) para escrever textos, listar palavras-chave relevantes, elaborar pautas para artigos, criar conversas descontraídas, sugerir títulos e intertítulos estratégicos, indicar uma imagem específica em um banco de imagem e até mesmo programar. 

Confesso que fiquei curiosa e testei brevemente o ChatGPT para escrever minhas impressões sobre o assunto e gostaria de compartilhar com vocês, afinal, o tema ainda é novo e divide opiniões.

Impactos da IA na produção de conteúdo

Não é novidade que a IA veio para ficar no mundo do marketing, mas agora ela está ganhando força em um nicho específico: a produção de conteúdo. Para alguns, a ideia de ter uma máquina entregando uma grande quantidade de textos e, em tempo recorde, é sensacional, mas para outros o assunto desperta insegurança, pois pode significar uma desvalorização da escrita feita por humanos. 

Diante dessa controvérsia podemos fazer uma reflexão importante: nem todos vão gostar desse tipo de IA, mas temos a opção de utilizá-la a nosso favor ou nos tornarmos profissionais obsoletos para o mercado, pois quem sai na frente não é a tecnologia propriamente dita, mas quem sabe dominá-la. 

Em qual grupo você pretender ficar?

O fato é que as empresas que fornecem essa automação para a criação de textos vendem a ideia de que ela atende qualquer necessidade, é flexível, fácil de usar e torna as equipes de aprendizado de máquina mais produtivas, já que podem lidar melhor com o alto volume de produção.

Em palavras simples: com o ChatGPT, os textos agora podem ser produzidos rapidamente e com uma eficiência superior à mão de obra humana. 

Mas, será mesmo?

Uma matéria da Forbes sobre o Futuro do Trabalho já conjecturava que as tecnologias podem ser usadas para aumentar a força de trabalho em vez de substituí-la, pois ainda exigem habilidades humanas em áreas como resolução de problemas, comunicação, escuta, interpretação e projetos. 

Baseando-se no que já foi testado e feito, a velocidade do ChatGPT realmente é inegável, mas dizer que ela é mais eficiente ou criativa que a mão de obra humana pode ser um equívoco, por isso acredito que quem produz conteúdo ainda terá seu lugar de destaque no mercado, pois nenhuma IA substitui a sensibilidade humana. 

Mesmo com todo avanço, ferramentas que usam a Inteligência Artificial para criar textos podem até simular, porém não têm a capacidade de entender as emoções e transcrever sentimentos como empatia, empolgação e alegria de uma forma genuína. 

E não é só isso! Existe um paradoxo nisso tudo quando falamos sobre busca e pesquisa de informações. 

A IA normalmente usa banco de dados para criar e entregar algum material. Diante desse fato, questiono: e se parássemos ou reduzíssemos muito o volume de produção de conteúdo original (que é feita por humanos)? 

Logicamente haveria uma diminuição expressiva na retroalimentação dos bancos de informação, o que impactaria na qualidade dos conteúdos produzidos por máquinas, ou seja, um precisa do outro. 

E onde fica o combate às fake news nisso tudo?

É inegável o sucesso do ChatGPT, mas também é indiscutível que ainda faltam fatores cruciais para que ele faça um texto altamente persuasivo e, especialmente, singular, como análise de persona, utilização de gatilhos mentais, capacidade argumentativa, o bom e velho storytelling, a construção da jornada do herói e a checagem da veracidade das informações reunidas, afinal, vivemos na era das fake news.

E por falar em fake news, para se ter uma ideia do quão alarmante é esse assunto, no Brasil, quatro em cada 10 pessoas afirmam receber notícias falsas todos os dias, revela o levantamento mais recente feito pela Poynter Institute,

Aqui puxo um gancho para reforçar que o diferencial de nós humanos quando produzimos um texto também está no fato de ter tanto capacidade argumentativa como de fazer uma boa curadoria de conteúdo.

Hoje acessamos sites como Google para buscar informações e costumamos receber uma enxurrada delas, porém temos a habilidade de analisar, checar as fontes e escolher o que é seguro e pertinente para o nosso texto. Já no ChatGPT, as informações vão aparecendo em um modelo de texto rústico, sem citações, links ou outras referências. Além disso, há muitas repetições e algumas construções incoerentes.

Portanto, acredito que o caminho mais equilibrado por enquanto é utilizar as máquinas para grandes fluxos que não exijam um trabalho tão minucioso e, no caso de textos mais complexos, utilizá-la como suporte. Ainda cabe ao profissional checar as informações, fazer uma lapidação e só assim fazer uma publicação.

No caso de empresas que demandam a produção de um grande fluxo de conteúdo, por exemplo, implementar um ambiente seguro e controlado para as informações é uma alternativa promissora e que pode melhorar o desempenho tanto da equipe quanto da IA.

Estou em um projeto que usará a tecnologia GPT exatamente para isso, quando puder compartilho mais a respeito.

É possível juntar o útil ao agradável!

Agora que já conhecemos um pouco mais sobre as limitações do ChatGPT, vamos aos pontos positivos. O primeiro é que essa novidade pavimenta um novo caminho na produção de conteúdo e nos faz vislumbrar como será o futuro da tecnologia no segmento de interação entre o usuário e IA.

Sabendo utilizar, a ferramenta pode se tornar uma grande aliada, principalmente em momentos de bloqueio criativo ou quando estamos naquele famoso prazo limite, que exige pesquisas mais otimizadas e rápidas. No entanto, vale lembrar que mesmo na correria, as informações devem ser SEMPRE avaliadas e checadas!

No mais, ainda gosto muito do modelo convencional de produção de conteúdo, mesmo sabendo que nem sempre o texto sairá 100%, gerando um engajamento surpreendente ou transformando vidas por aí. Mas, vejo isso mais como uma oportunidade do que um sinal de fracasso, pois são essas tentativas “humanas” que me impulsionam ao aperfeiçoamento. 

Irreversivelmente as mudanças estão aí e cabe a nós abraçá-las ou ignorá-las. 

Quando perguntei lá no começo em qual grupo você ficaria, sinto também a necessidade de responder aqui que eu optei por ficar no time daqueles que buscam entender a IA, sem considerá-la uma inimiga e sim uma catalisadora de ideias. Prefiro enxergar ferramentas como o ChatGPT como uma espécie de parceira para criar e entregar conteúdos cada vez melhores!

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