O que o Surf me ensinou sobre gestão da mentalidade
Quem me segue há um tempo sabe que eu larguei um concurso para seguir um sonho de pivete, como dizem aqui em Maceió, cidade para qual me mudei. Sou mineiro, uai. Nasci em Belo Horizonte e como o surf não era obviamente uma possibilidade, aos 14 anos aprendi andar de Skate. Foi a minha saída.
Sempre fui muito determinado nas coisas que quis fazer. Na primeira vez em que peguei um skate, fiquei durante um dia inteiro tentando acertar um ollie – manobra onde você pula com o skate. Depois de vários comentários dos meus amigos dizendo "Rogério, você é louco! Está aí o dia inteiro", eu consegui ao anoitecer dar um pequeno salto.
Aprendi legal. Andei de skate por anos e acertei algumas boas manobras na época. Só que é exatamente esse conhecimento prévio do skate que me atrasou em alguns momentos ao aprender a pegar minhas primeiras marolas no surf.
Para ficar mais fácil de explicar, vou fazer um paralelo. Imagine uma pessoa que fez curso de datilografia na década de 70. Ela era uma das melhores pessoas do escritório nessa habilidade. Na década de 80 ela se transformou em referência no assunto quando os computadores começaram a se tornar acessíveis para as empresas e a primeira máquina chegou na sua frente.
Foi o que passei ao tentar ficar em pé pela primeira vez na minha funboard. O meu conhecimento prévio do skate, me fez ter uma noção do que é pegar uma onda. Mas foi ao começar a evoluir que eu entendi que era exatamente esse conhecimento que estava me atrapalhando. Surf é outro esporte, por mais que os dois esportes tenham conceitos semelhantes como se equilibrar em uma superfície, são muito diferentes!
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Foi somente quando alterei minha #mentalidade, entendendo que eu tinha que ter outro foco com o corpo para controlar a prancha que eu comecei a melhorar. Não podia ficar pensando ou comparando com o skate.
"Não significa desaprender a andar de skate, mas sim aprender um novo esporte!"
Eu não deveria esquecer o skate ou desaprender, como já escutei alguns dizendo ao tentar aprender outra língua – "Você tem que esquecer o português!" Não. Só que essa pequena mudança de foco, faz com que todas suas funções cerebrais usem sua plasticidade de uma forma mais eficiente.
Já presenciei muitas pessoas se frustrando em seus aprendizados por não entenderem isso. Isso é muito comum principalmente em mudanças de tecnologias e no aprendizado de uma habilidade nova, como línguas ou um esporte, mas pode passar muito desapercebido principalmente no desenvolvimento de relações interpessoais e comerciais.
Um relacionamento é uma adaptação constante. A medida em que um parceiro, seja ele pessoal ou comercial, muda um foco e/ou seu comportamento, muitas vezes temos o primeiro impulso de estranhar e querer que tudo volte à normalidade. Nem vou dar exemplos de como muita pessoas ficam nervosas quando isso acontece. Isso é muito humano, inclusive.
O que pode ser mais humano ainda, é trazer esses movimentos para o consciente e gerar uma empatia com o novo. Desenvolver essa empatia, foco com o novo e maneira de pensar positiva é uma habilidade. Quanto mais treinamos, mais rápido fica uma nova mudança. Mudanças essas, que estão acontecendo cada vez mais rápidas no mundo corporativo. Ou seja, quer se adaptar mais rápido? Então a partir de agora, faça as pazes com o novo.
... e faz o seguinte, vem comigo que no caminho eu te explico.