O que te faz mudar o mundo?

O que te faz mudar o mundo?

Às vezes, para mudar o mundo a gente precisa de uma revolução. Às vezes, você muda comendo um cookie.

Talvez a maior dor que a gente enfrenta, enquanto ser humano, é a de aceitar a nossa insignificância.

Algum clichê dizia que a gente não pode mudar o mundo, mas que a gente pode mudar o nosso mundo. Vez ou outra, paro pra questionar se a afirmação procede. Talvez, estejamos tão acostumados com as revoluções das aulas de história que, de fato, nos frustramos com o quão minúsculas são as mudanças que a gente provoca.

Já ouviu falar no shopping-trem? Pois é, sempre tem um ambulante vendendo aqueles relógios indestrutíveis por lá. O cara pega uma chave e fricciona na superfície pra provar que nada é capaz de arranhar a estrutura do seu produto. Na vida - e no espaço - a gente é essa chave, lutando pra deixar a mais ínfima das marcas no tempo.

Alexandre, o Grande, Ada Lovelace, Einstein, Maria Antonieta, Jesus Cristo... Tá aí uma galera que arranhou o relógio da história com louvor. Mas pensa que, daqui a alguns bons milhões de anos, a gente não vai estar mais aqui. E esses nomes, assim como o meu, o seu, o do Obama e de todo o papado, vão ser nada.

Voltemos à linha fina dessa história: Igor, o que um cookie tem a ver com tudo isso?

Há alguns meses, uma bomba caiu na minhas mãos. Veja bem, sou aluno do quinto semestre de jornalismo, um ser inseguro que crê piamente na incapacidade das próprias habilidades. Sempre tive mania de acreditar que eu faço as coisas da forma mais errada possível - o que, talvez, até seja algo bom em tempos de fast failure.

Aí tá, tem gente que acredita que ser social media é fácil. Eu faço isso há um ano e meio e percebo, diariamente, o desafio que é executar com êxito um bom plano de comunicação usando as redes sociais. Tudo isso trabalhando com algoritmos que se alteram em uma velocidade que bateria facilmente um corredor da Indi 200.

Costumo dizer que eu FAÇO social media, porque acredito que seria muita pretensão da minha parte afirmar que o SOU. Eis que um belo dia, a Dos Anjos cai (ou aterrissa?) diretamente nos meus braços.

No Brasil, existem um infinidade de instituições do terceiro setor que trabalham em prol da educação. Hoje, a maioria dessas instituições sobrevive a base de doações - de PF ou PJ. Puf! Surge então esse modelo de negócio, baseado na geração de recursos de forma sustentável, no qual 100% dos lucros são revertidos para a educação de crianças e jovens em situação de vulnerabilidade.

Se você estiver no mercado e comprar um cookie, snack, mel ou sopa Dos Anjos, você automaticamente se torna um investidor social. Duca, né? Acho uma proposta incrível e fico muito feliz de ter acompanhado o projeto quando ainda era um embriãozinho na nossa sala de reunião.

No fim do ano passado, ganhei para mim a responsabilidade de produzir conteúdo e auxiliar na comunicação digital da iniciativa. Quando recebi a missão, um conflito mental se estabeleceu, em três etapas, na seguinte ordem:

  1. NÃO SOU CAPAZ.
  2. Mas olha que causa nobre, né?
  3. Vou dar o meu melhor.

Aí percebi que tem coisa que a gente faz por necessidade e tem coisa que a gente abraça com alma.

Eu, definitivamente, não estou construindo o maior império da era contemporânea, promovendo festanças para alta aristocracia francesa ou expiando os pecados de todo o mundo. Mas eu vejo o João, que pratica violoncelo em um projeto lá na Avenida dos Estados, entrando na Filarmônica de São Paulo. E isso, pra mim, é riscar o relógio da história. Da minha própria história.

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