O que te Impede de Tomar Decisões
“Nossos pensamentos controlam nossas emoções, nossas emoções controlam nossas decisões.” - Valter TAMER
O que é decisão?
É a capacidade, é a faculdade de tomar decisões. Então, grosso modo, decisão é o livre-arbítrio de cada indivíduo, mas eu costumo dizer que não há livre arbítrio sem autoconhecimento.
Então, há duas motivações para as nossas decisões, uma é instintiva, ligada à sobrevivência. Começa um incêndio, começa a pegar fogo no lugar em que você está, você sai correndo, é uma decisão ligada à sobrevivência instintiva.
As outras decisões são de cunho emocional, sendo a busca do prazer ou a fuga da dor.
O maior prazer é ser aceito, porque a nossa maior necessidade emocional humana é de aceitação. E a nossa maior dor, consequentemente, é de rejeição.
Então, o ser humano, grosso modo, está todo tempo buscando prazer, no sentido de buscando reconhecimento, buscando aceitação, buscando se sentir importante no contexto em que está, e a sua maior dor é a é a dor da rejeição, a fuga da rejeição de não se sentir importante no contexto em que está.
Sendo assim, você está o tempo todo decidindo, tomando decisões, não existe não decisão. Não decidir já é uma decisão, no mínimo de estagnação.
Por que as pessoas não decidem?
Por causa de questões ligadas à estima, por exemplo, a insegurança, que é uma derivação do medo, ou o perfeccionismo, que também é uma derivação do medo, que é o medo de fracassar, é o medo do julgamento.
Então, a insegurança é o medo do julgamento do outro, é o medo de errar, é o medo de fracassar, é o medo do novo, é o medo da mudança, que também é medo de rejeição. E o perfeccionismo também é o medo do julgamento e da rejeição.
E segundo, por que não nos preparam pra isso? O tripé do condicionamento, a religião, pais (mãe e pai) e escola, não nos preparam pra decidir.
A religião terceiriza a responsabilidade pra Deus, daquilo que cabe ao homem fazer.
Os pais, em geral, querem decidir até a comida que o filho vai comer, o que vai vestir, o brinquedo que vai comprar, os amigos que vai ter, a religião que vai seguir, os amores que vai ter, a carreira que vai ter. Projeção já quanto ao nome da criança, antes dela nascer, sequer, e não deixam os filhos tomarem as decisões e tampouco participar das decisões da família, já que as crianças não podem nem decidir a própria vida.
Então, o indivíduo cresce sem a possibilidade de aprender a tomar decisões. Quando a família vai fazer um passeio, uma viagem, uma mudança, a criança não participa dessas decisões e isso, claro, fere o senso de importância da criança, a autoestima da criança.
E, finalmente, a escola, que condiciona o ser humano, que inibe características, como a criatividade e a iniciativa. E aí, o ser humano fica incapaz de tomar decisões.
Maneira certa de tomar decisões
1- É se dar conta do que você quer. É importante que você entenda que tomar decisão é uma característica inerente à vida. Sem tomar decisões, você não cresce, você não evolui. E o crescimento e a evolução são necessidades humanas essenciais.
2- Tenha atenção ao decidir, não decida com base no medo. Porque quem decide baseado no medo, não vive, deixa de viver simplesmente. Então, se eu não caso por medo de qualquer coisa, eu não vivo, se eu não viajo com medo do avião cair, eu não viajo.
Jeito errado de tomar decisões
1- Não decidir. Ficar com aquilo na cabeça e não decidir.
2- Terceirizar, ficar ouvindo o palpite das pessoas ou depender da opinião das pessoas pra decidir.
3- Terceira forma errada de decidir é decidir a partir da aprovação de pai, de mãe, de filhos, da religião, da sociedade ou de quem quer que seja. Você tem que ser a sua referência, porque você é a sua pessoa de base.
4- Querer controlar o resultado é um outro erro grave. Há pessoas que querem ter certeza de tudo, elas querem ter certeza do que vai acontecer no final, antes de tomar a decisão. Isso nem sempre é possível, porque na vida não há certeza, na vida nós não temos controle de absolutamente nada. Claro que há técnicas, ferramentas que nos ajudam a eliminar os erros ou diminuir os erros, e ter um relativo controle, mas o controle absoluto das coisas não existe. As pessoas estão vivas agora, não sabem se estarão vivas daqui a três minutos. Então, é óbvio isso, a vida funciona assim, não há controle de absolutamente nada.
Dicas para você tomar decisões
1- Conhecer-se a si mesmo, a si mesma. Conhecer os seus desejos, suas expectativas, as suas características pessoais, os seus critérios, os seus juízos de valor, é muito importante.
2- Saber o que você quer. Levantar as informações. O que que você quer na vida? O que que você não quer?
3- Desapegar, porque decidir é renunciar. Você quando decide alguma coisa, está renunciando a um outro caminho.
4- Não decidir sob impacto emocional forte. Então, quando você está eufórico, eufórica, triste ou com raiva, não tome nenhuma decisão.
5- Busque alternativas. Quem tem uma alternativa, não tem nenhuma. Quem tem duas, está diante de um impasse. Para que você tenha escolhas, tem que ter o mínimo de três alternativas.
6- Compartilhe com uma pessoa da sua confiança essa sua decisão, um mentor, uma pessoa qualificada, isso é diferente de opinião e de palpite dos outros.
7- Ensine seus filhos a serem pessoas independentes, ensine os seus filhos a tomar decisões.
Como é que você consegue tudo isso?
Autoconhecimento e autodesenvolvimento, desenvolvimento pessoal é o que vai te permitir enxergar os seus pontos cegos, ter todas essas informações a que me referi e ter instrumentos, ter ferramentas para guiar a si e seus filhos no melhor caminho.
Esse é o meu recado pra você hoje.
Grande 4braço,
Valter TAMER