O que tenho aprendido sobre o tal “Associativismo”
Foto: divulgação

O que tenho aprendido sobre o tal “Associativismo”

               Minha história não aparece em muitos lugares pois sempre trabalhei feito “formiguinha” e normalmente não são elas que aparecem. O fato é que sou associativista desde a época dos estudos acadêmicos, e só me dei conta, quando refleti sobre o que aprendi nas associações em que de alguma forma eu contribui.

               Tenho dois olhares para compartilhar sobre as instituições associativistas.

               O primeiro olhar é sobre a forma de estruturação. Uma vez que a associação existe e, vamos aqui pular a fase de valores, missão e visão que devem estar intrínsecas na entidade, verifiquei que a forma de estruturar interfere diretamente na “vida” da entidade. Observei cinco modelos bem distintos de associações e cada uma com suas particularidades.

               O primeiro modelo, realmente ativo e formado por apenas acadêmicos. O foco era projetos e mais projetos. A vontade do ”fazer acontecer” era tão grande que era voluntária. Poucos envolvidos, porém, comprometidos com a causa.

               O segundo modelo, uma entidade mais madura e conservadora. Nesta, já existia a diferenciação entre diretoria e corpo técnico, ou melhor dizendo, quem representa e quem executa. Quanto maior número de pessoas envolvidas, mais longe é a caminhada, isso é fato!

O autoquestionamento é: o que faz uma diretoria?!

Quando a estrutura de pessoas começa a crescer, começam também os problemas: cargos de imagem - aqueles que aparecem apenas no dia da foto! Diretoria adequando o corpo técnico de acordo com sua vontade, ou seja, não há um corporativismo implementado.

               E neste olhar para a entidade, conheci diretores executivos, consultores, representativos e aqueles que nem sabiam o que eram (os do dia da foto), todos ali, cada qual com seu “prisma”.

Como diz a música de Lulu Santos:

Assim caminha a entidade [era humanidade] Com passos de formiga E sem, sem vontade.

               O terceiro modelo, aquele que o pessoal olha como a “zebra” do jogo, eu percebo como o time apaixonado pelo que faz, sem uma estrutura rígida formada e todos fazem parte, simples assim. De tão apaixonados pela causa, coisas incríveis acontecem e não por sorte e sim por dedicação.

               O quarto modelo, aquele que se posiciona por verdadeiro. Estrutura enxuta e com fome de leão, o detalhe é que para “matar” essa fome desenfreada, acaba “matando” pessoas. Aí vem a pergunta: mas associativismo, de forma simplificada, não é a união de um grupo de pessoas em prol de determinado assunto?!! Ahh, mas para alguns, associativismo é apenas um “play” e sendo assim: faço o que eu quero. Esse é o tal do pensamento crítico.

               O último modelo: o que quer apenas a efetivação do meu/seu cadastro foi efetivado, mas ainda falta o tal do pertencimento. Independentemente do tamanho da entidade, as boas vindas e algumas explicações sobre a dinâmica da instituição, sempre se fazem necessário. A sensação é que somos apenas um número.

               Minha intenção não é escolher um certo, afinal estamos na era do “teste, erro, acerto”; mas sim que todos no mínimo tenham consciência de que se escolheu ser voluntário em alguma causa, então realmente seja! Aprender a servir é a lição.

De acordo com as Nações Unidas, voluntário é o jovem, adulto ou idoso que, devido a seu interesse pessoal e seu espírito cívico, dedica parte do seu tempo, sem remuneração, a diversas formas de atividades de bem-estar social ou outros campos.

O segundo olhar é sobre o tempo. Uma associação é uma empresa, acredite, tem até CNPJ, apesar de múltiplos corações. Pensando em tempo, qual é o tempo de dedicação que realmente o voluntário possui para a entidade.

Ás vezes antes de aceitar um cargo, vale a reflexão: “eu tenho tempo disponível para o que estou me propondo?”. Este questionamento é de extrema importância, principalmente nos modelos de associações em que diretores voluntários são também o braço técnico executivo da instituição.

Outro aspecto sobre o tempo, é que normalmente voluntários doam parcelas de seu tempo e a entidade tem necessidades cotidianas como qualquer empresa e isso demanda TEMPO.

Percepção:

São duas unidades de tempo espaço num único aspecto. O tempo do voluntário e o da associação.

Para finalizar, o associativismo é tão velho e novo ao mesmo tempo, velho ao pensar em tempo e novo sob o olhar da economia de rede e colaborativa. Uma forma de compartilhar e adquirir conhecimento. Para quem deseja contribuir com algo, uma forma de pertencer! Para quem empreende, uma necessidade! Para quem gosta, um verdadeiro vício!

Assinado por uma viciada!!


Scharlene Amarante. Habilidade em gestão e liderança de pessoas. Criatividade e visão holística são seus sensos mais apurados. Com mais de 13 anos de experiência em construir elos entre marketing, comunicação e negócios e apaixonada por isso. Acredita que “AMAR” faz toda a diferença! B2H – BUSINESS FOR HUMANN. 



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