O que tu quiseres

À Tua!

Deixas-me atónita com as tuas palavras.

És duas caras numa só.

Não me dás a mão, porém copias; mas finges que não me vês há dias.

Escondes-te nos teus problemas,

Já sei! - “são às dezenas”.

Pensaste que tinha desistido, eu pensei que eras mais polido.

Hoje trato-te por Tu,

Sem género envolvido. 


Dependentes um do outro, comigo partilhas o ar,

Anda comigo, meu amigo, anda, vamos conversar.

Ensina-me o que eu não sei, eu estou disposta a tentar,

Mas não te armes comigo em Rei, se humildade não tens para dar.


Podes ser alguém se quiseres, legitimado pela liderança,

Podes fazer a diferença,; só não podes é perder a esperança.


Prosa podia fazer, sobre temas mais sérios da actualidade,

Mas escrevo-te a ti ao fim do dia, para que sintas identidade.

Cansado, no sofá estendido, a tua cabeça não dá mais,

Tu acabas para recomeçar;

Vai dormir, amanhã há mais!


“Deixa-me rir”, disse um senhor, mas só havia um senão,

Eloquente nas palavras, entraste em mim sem eu deixar,

Eu? Eu pensei que sabia, mas eras tu quem tinha razão.


E apesar de prosa querer escrever, as palavras saem-me aos pares,

E a cada verso escrito somos mais unos,

Não te esqueças que navegámos por vários mares.

Na Terra onde o sol nasceu, vimos raiar tanta emoção,

Chegámos juntos à Taprobana, e tínhamos a mesma visão.


Cheios de medo, mas de tudo capazes,

Não me receies; aqui, só há bons rapazes.

E hoje escrevi sem nada dizer,

Mas se procurares bem, entre linhas vais perceber.

É esta a arte esquecida, que muitos não sabem fazer,

É por isso que és invisível, apesar do teu bem entender.


Em tom jocoso escrevi, porque a sátira não deve ser esquecida,

Mas agora vou esticar o cabelo, e continuar com a minha vida.


EG












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