O que uma criança pode ensinar sobre liderança?
Recentemente estive em encontro familiar, com uma prima nossa, onde ela tem duas crianças, uma de 1 ano e meio e uma outra de 5 anos, ambos meninos.
Essa nossa prima promove uma educação bem incentivadora a leitura, joguinhos que fazem pensar e é bem rígida em relação a assistir TV e ficar mexendo em celular, portanto, os dois meninos sempre estão brincando de coisas educativas, lendo livros (de criança e com figuras, e ajuda da mãe claro) e com isso estão, na minha visão, tendo um desenvolvimento muito acima da média para crianças da mesma idade.
O garoto de 5 anos, Pedro, tem uma inteligência MUITO desenvolvida, ja sabe fazer contas fica com livros o dia todo, e principalmente tem uma memória, capacidade de conversar, expressão, entre outras qualidades, que tenho a plena certeza de que irá muito longe em sua vida pessoal e profissional.
Nesse encontro, em determinado momento, ele se sentou em minha frente e perguntou se eu queria saber sobre a história dos 12 trabalhos de Hércules, o qual ele tem um livro e ja o "leu" (com ajuda da mãe) inumeras vezes, e foi uma experiencia incrivel estar sentado ali, tomando uma aula de uma criança de 5 anos, falando com propriedade e conhecimento que, com certeza muitos adultos não têm. E, para mim, o que se tornou mais legal, é fato de que eu não conhecia essa história.
O que tirei de lição desses 20 minutos de conversa é que, mesmo pessoas como eu: formados, com pós graduação, leitor assíduo, com uma experiência profissional e de vida, pode e deve aprender com os mais jovens, deve dar ouvidos a eles.
Trazendo isso para o ambiente profissional, muitas vezes podemos não querer ou não ligar para uma opinião ou ideia de uma pessoa jovem, de idade ou de empresa, um estagiário ou um aprendiz. Temos que ter em mente que a geração de hoje que está entrando no mundo profissional, não busca mais estabilidade, buscam serem ouvidos, terem suas ideias colocadas, no mínimo, em discussão e caso isso não aconteça, certamente irão buscar lugares que deem essa abertura. As organizações não precisam ser engessadas e com certeza muitas MENTES BRILHANTES, estão vindo para auxiliar nessa mudança.
São sedentos por tentar mudar as coisas, processos, implementar novas ferramentas e formas de pensar, e isso é o que os move, o que os fazem tem brilho nos olhos.
E não somente para os mais novos de idade, mas também para os "jovens de empresa" que podem trazer outras experiências para melhorar o setor e que não está, ainda, com o "olhar viciado" sobre processos, o que se torna mais fácil para enxergar e propor melhorias.
Claro que não se pode ir colocando qualquer ideia ou decisão em prática, mas com certeza deve-se colocar em discussão, verificar e entender aquela visão do jovem, é preciso um equilibrio entre a experiência e juventude, e claro, por vezes é preciso colocar o pé no freio.
Estamos na era do encontro da geração baby-boomer (1945-1964) e X (1965-1984), liderando a geração Y (1985-1999) que por sua vez já tem lideres que estão tendo que lidar com a geração Z (2000-atual). Tudo pode ficar mais complicado em casos em que um baby-boomer está liderando uma Z, pois a diferença de pensamento, cultura e maneira de lidar com as coisas são absurdamente diferentes, e é ai que a resiliência de ambos os lados tem que existir.
Eu, ainda acredito que a geração de hoje em dia está emocionalmente fraca, não aceita frustrações e se vitimizam muito, e por isso um equilibrio dentro das organizações é importante, pois quando se trata do mundo profissional, decisões erradas podem custar caro, mas, na medida do possivel, é preciso ouvir sim as novas ideias. Lembrem-se que a diferença entre o remédio e o veneno, é a dose, portanto, o papel do lider é achar um meio termo entre tudo isso.
Quanto ao Pedro, bom, após uns 20 minutos o ouvindo falar, eu apenas refleti sobre como uma otima educação dos pais, incentivo e perseverança, podem criar pessoas e profissionais que vão mudar o mundo para melhor. Sempre admirei muito o Pedro (5 anos), mas após esse dia eu virei seu fã. Ninguém é experiente demais para não aprender até mesmo com uma criança de 5 anos, e nesse dia APRENDI muito mais que a história do Hercules, me abriu a mente para ser um dia um lider e pessoa melhor.
A verdadeira sabedoria é aquela que encontramos nas coisas simples da vida
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Me chamo Gustavo Siviero, sou formado em Engenharia Mecânica pela Escola de Engenharia de Piracicaba, MBA em Gestão da Manutenção e Produção pela Faculdade de Tecnologia de Piracicaba, Especialização em Gestão Lean 4.0 na UNIP e Técnico Mecânico pela UNICAMP. Atuo na industria a mais de 16 anos, como Técnico em Manutenção, Supervisor e Engenheiro de Manutenção.