O racismo nas organizações
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O racismo nas organizações


A escolha do título já conduz para uma síntese. Mas existem alguns aspectos que gostaria de destacar.
O racismo nas organizações é fomentado pela ausência de práticas efetivas de Responsabilidade Social, especialmente relacionada à igualdade de oportunidades.
Sim, se uma empresa busca gerar igualdade de oportunidades, está explicito que ela tenta controlar algo socialmente alojado. Desse modo, um gestor não precisaria ser ‘conscientizado’ ou ‘educado’ - ou uma centena de outros termos - se ele não estivesse sujeito a discriminar.
Discrimina-se recorrentemente na sociedade e nas empresas. Por isso, não é suficiente gerar acesso às universidades, se após a formatura constata-se que o mundo não mudou significativamente.
Quem trabalha em seleção de pessoal, employer branding, assessorias de recursos humanos ou em qualquer outro neologismo que coordena a "porta de entrada" numa empresa’ já se deparou em algum momento com essa realidade.
Se não reconhece é porque também discrimina.
Essa opressão está diluída em palavras do cotidiano, mas em outros momentos ela está intensificada nas escolhas de contratação; quando se transpõe a seleção, estará nas avaliações para progressão na carreira.
Se você não está dentro de uma organização, apenas abra os olhos ao caminhar pelas ruas ou ao utilizar os inúmeros serviços: bancos, hospitais, hotéis, aeroportos, clubes, restaurantes (...) e – sem precisar, por enquanto, ler relatórios de pesquisas – estará evidente que pretos e pardos predominam na base das chamadas ‘pirâmides organizacionais. ’ Ascender é uma luta diária.
Então, é claro que as empresas tem um papel a assumir na eliminação do racismo; ensinado, insinuado, recomendado e transmitido.
Mas, não sejamos ingênuos, isso demandará muito mais do que equidade de oportunidades na seleção ou carreira.

Renato Dias Baptista é professor da Universidade Estadual Paulista, Unesp. Livre-docente em Gestão de Pessoas (Unesp).


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