O sítio onde nasci

O sítio onde nasci

O sítio onde nasci,

Ficava à beira de um ribeirão sobre o qual uma frondosa amoreira quase pousava seus galhos, Onde as amoras mais saborosas teimavam se pendurar,

Lindo pomar, horta e o forno a lenha...

Também havia muita criação no quintal, galinhas, patos, marrecos, cabritos, etc.

Tudo que havia no quintal era muito útil e de grande potencial para nossa subsistência, família que, chegou “contar” 12 irmãos, coisa impensável nos dias de hoje.

 Do bambuzal, vinha o material para as cercas, do quintal muita coisa para nossa mesa, verduras, carnes.

A vida era mais lenta, gostosa de apreciar, ver as estações que se sucediam e o que cada uma trazia de bom.

Meu PAI administrava a casa, ou ao menos pensava que sim.

Minha MÃE era a “força” de realização atrás de tudo, só tinha o segundo ano do primário e me ensinou muito, do pouco que sei e também me deu um norte para seguir.

O dinheiro do ADMINISTRADOR era aplicado na manutenção da família:

1º comida

2º higiene

3º roupas

4º educação

Lazer? ahh!, era muito diferente de hoje,

Não havia grandes parques, circo aparecia uma vez ao ano, televisão era precária e o rádio, esse só nas horas vagas, porque os adultos dominavam o aparelho ouvindo novelas e noticiários, etc.

Mas as brincadeiras são inesquecíveis, com toda a garotada da vizinhança, eram muitas e divertidas as brincadeiras.

Mas o tempo passa a criança cresce e quer mais,

Que roupas diferentes, que brinquedos, revistas gibis, cinema que acabou de ser inaugurado.

A criança quer o mundo, mas o dinheiro do ADMINISTRADOR é curto e as regras são rígidas.

Mas as crianças ou já pré-adolescentes trazem o DNA da MÃE, criativa e realizadora.

Ai o “moleque”  “pensa e se eu”

Vendesse ovos na feira,

Vendesse verduras da horta,

Vendesse frutos do pomar,

Vendesse cestas de bambu.

Ahh se eu tivesse uma canoa para chegar com minhas “coisas” para vender na praça da cidade, que ficava do outro lado do ribeirão, ganharia tempo, levaria mais e tudo mais fresquinho.

Ahh se eu tivesse uma TULHA, para guardar e cuidar de tanta coisa que o quintal produzia e acabava se perdendo.

Também queria novas enxadas, ancinhos, forcados, martelo, serrote, carrinho de mão e quem sabe uma cisterna, para guardar água, quando o nível do ribeirão estivesse muito baixo.

Até os sonhos mais loucos de um “moleque” de ter uma carroça para ir mais longe, vender e entregar.

E com a canoa chegar ao galho sobre o ribeirão, onde sempre ficavam penduradas as amoras mais apetitosas.

O SÍTIO, casa da minha infância, onde nasci e tenho ótimas recordações de tantas alegrias e do seu grande potencial nunca esquecerei.

Hoje vendo o BRASIL, tenho as mesmas sensações, em alguns momentos sinto tristeza.

Deitado Eternamente em Berço Esplendido.

Precisa acordar e sair da letargia em que se encontra e deixar de ser dominado por essa “secular inércia”, Maléfica.

Lembro-me da “canoa” que sonhava e penso na infraestrutura, desse que poderia ser o celeiro do mundo.

Só a implementação de uma rede ferroviária descente, entre outras coisas, que economia não traria.

Com menores custos, certeza de que os benefícios gerais seriam muitos, além de empregos de todos os níveis profissionais, quantas vagas não seriam abertas, na obra.

E só estou falando de FERROVIAS, nossas necessidades, vão muitos, além disso. E os benefícios que Trariam também. Cadê o ADMINISTRADOR? Precisamos realizar nossos sonhos.

O SÍTIO da minha infância, meu BRASIL – ESPERANÇA SEMPRE.

IRM7∴

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