O seu contrato com cliente do setor público sofreu impacto nesta pandemia?

O seu contrato com cliente do setor público sofreu impacto nesta pandemia?

Como diminuir as chances de sofrer esse revés.

Estamos passando pela maior crise sanitária que o Brasil já enfrentou desde a Revolta da Vacina, em 1904. O contexto requer, dos tomadores de decisão, ações rápidas e certeiras. Mas nem sempre o aparato governamental estará estruturado para operar nesta velocidade. Aliás, nunca esteve.

A ideia aqui não é nos aprofundarmos sobre as limitações da administração pública, mas pontuar que, se você não é uma empresa da área da saúde ou de algum serviço essencial, seu contrato corre risco.

Por quê?

As consequências econômicas da pandemia também impactaram as receitas dos órgãos públicos. Para centralizar esforços no enfrentamento ao covid-19 e manter as finanças saudáveis, a administração pública recorre aos dispositivos legais de suspensão ou supressão dos contratos com seus fornecedores. Muito embora estejamos enfrentando algo atípico, a Lei de Responsabilidade Fiscal segue em vigor e nenhum representante público quer ter seus direitos políticos suspensos ou responder a um processo de improbidade administrativa por não cumprir com suas obrigações legais.

Então, como não ter o seu contrato suspenso ou interrompido?

A resposta parece óbvia: torne-se essencial.

A questão aqui não é criar dependência do órgão com relação ao teu produto ou serviço, mas sim provar que o trabalho que você realiza e os resultados que produz são essenciais para a manutenção e promoção das atividades governamentais assim como sua não execução pode agravar a questão fiscal e administrativa do órgão.

Como fazer isso?

Você tem algumas maneiras. Eu vou indicar quatro delas aqui:

1.   Pulverizar seu produto ou serviço nos diversos setores do órgão.

Mapear problemas e verificar aderência do seu produto e/ou serviço como solução alternativa pode gerar economia aos cofres públicos e expandir sua atuação no órgão. Ser criativo é fundamental.

2.   Manter um bom relacionamento com cargos técnicos (que executam e utilizam os produtos/serviços).

Quem utiliza teu produto e/ou serviço é quem sentirá a dor de perdê-lo em uma suspensão contratual. Portanto, estar próximo dessas pessoas, acompanhar a implementação e se mostrar disponível para debater ideias e alternativas, é essencial. Saber a dor do usuário e saná-la é construir um laço de confiança.

3.   Empoderar os administradores públicos (gerentes) com relatórios periódicos.

O tomador de decisão nem sempre é quem utiliza o seu serviço e/ou produto. Mas é quem toma a decisão de manter o teu contrato ativo ou não. Portanto informá-lo, periodicamente, sobre o desenvolvimento do projeto, medição de resultados e impactos promovidos, é fundamental para sustentar os argumentos de manutenção contratual.

4.   Ser propositivo e comprometido.

Em situações adversas, como é o caso da pandemia, muitas empresas se retraem com medo de se exporem. Neste momento, quem se destaca são aquelas que se colocam a disposição para discutir ideias e soluções para o enfrentamento dessas adversidades. Entender a gravidade do problema, ser propositivo e estar aberto ao diálogo mostra o nível de comprometimento que você tem com o seu cliente de governo.

Não existe mais espaço para empresas que “sugam” o dinheiro público e não entregam um produto e/ou serviço no mínimo ideal.

No final das contas, um problema público é um problema de todos e resolvê-lo é o nosso objetivo.

Camila Schroeder

Governança | Gestão | Risco

4 a

Muito importante essa perspectiva sobre a relação contratual entre os setores público e privado nesse momento tão caótico.

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