O shopper não vai mais ao PDV, e agora?!

O shopper não vai mais ao PDV, e agora?!

Os assistentes pessoais, pequenos computadores dotados de reconhecimento de voz e acesso, via Cloud Computing, ao poder de processamento que está na Internet, podem conversar, fazer pedidos, solicitar compras, pedir um UBER e tornar a experiência de ir no supermercado como algo do passado.

O pesadelo do trade marketing tradicional aconteceu. Com 76% das verbas e ações dos clientes e das agências focadas no PDV físico, imagine o estrago que deixar de ir ao supermercado pode fazer num cenário desses, e é isso que no mínimo 4 assistentes pessoais estão realizando nesse exato momento.

Google, Alibaba, Apple e Amazon estão colocando suas melhores mentes para criar um conjunto de dispositivos que entendem o que você diz e unindo isso a um conjunto de IA´s e chatbots, um usuário pode abastecer sua casa sem precisar fazer nada mais do que dizer: "Tá faltando pão..." - e um delivery entrega pão em 20 minutos.

Analisando os diversos assistentes, vale dizer que a Amazon acabou de adquirir uma das maiores redes de supermercados dos EUA, a Whole Foods, e isso unido ao poder da logística da Amazon cria um player que sai muito à frente dos demais. O Alibaba é um marketplace com milhares de lojas e milhões de produtos, isso o torna uma força de entrega e de venda que surge no horizonte dos consumidores que desejam cada vez mais comodidade e evitam as ruas das cidades, seja por receio da violência ou por simples conformismo de ficar em casa.

E cada vez mais o PDV físico vai sofrendo um rompimento, pois, de que adianta promotoras realizando degustações, se o consumidor está em casa e fala ao Assistente que deseja algo? De que adianta dezenas de milhões de dólares em ações de marketing de rua, se as pessoas passam mais tempo olhando para os celulares do que olhando para a janela do carro? E a isso se soma o fato de que cada vez mais pessoas estão pagando para usar serviços Ads-free, isso é, pagam para não ser impactadas por anúncios, em resumo as agências e marcas imergem num solitário diálogo com ninguém.

A mudança mais importante é que daqui por diante, o primeiro ponto de encontro das marcas com os shoppers será nas mídias sociais, vai ser por meio da experiência, e não mais por meio do anúncio. As marcas existirão por serem compartilhadas entre os usuários, as pessoas irão pedir o que seus amigos indicam.

Hoje em dia 78% das pessoas realizam as compras influenciados por seus amigos nas redes sociais, e 83% seguem as marcas em suas páginas para saberem as novidades, portanto, é assim que elas vão pedir para os Assistentes Pessoais, usando as indicações dos amigos, e ainda, provavelmente, os Assistentes, ao ouvirem que o usuário quer um refrigerante, irão sugerir as marcas que ele segue nas redes, as páginas que ele clicou ao longo da vida, irão dar um padrão de compra que o Assistente usurá para fazer o pedido. Esse é o novo trade marketing, e ele é social.

É um mundo novo, com regras ainda sendo escritas, e pode demorar uns anos até que Assistentes Pessoais se popularizem, mas há 5 anos smartphones eram caros e de elite, hoje estão em todos os lares e no Norte-Nordeste do Brasil, compõe 93% dos acessos de internet realizados em casa, sendo o principal ponto de acesso, e cada um desses celulares tem mais poder de processamento do que todos os computadores que levaram o homem à Lua e ainda podem multiplicar essa capacidade acessando o poder da rede, via Cloud Computing, portanto, não desdenhe do futuro, pois ele não aceita desaforos.

O PDV como conhecemos já morreu, só ainda não percebeu isso...

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