O sopro da Vila Clara e a Comunicação

O sopro da Vila Clara e a Comunicação

Na pequena Vila Clara, uma cidade no interior do Brasil, que parecia ter parado no tempo, todos os moradores tinham um ritual diário: encontrar-se na praça central para conversar sobre a vida e dividir as novidades. A cidade dependia dessa troca de histórias e ideias para funcionar, e os encontros mantinham um clima alegre entre os moradores.

No último ano chegou o novo prefeito, seu Romeu, ele era um homem rígido e, aos poucos, começou a impor regras para esses encontros. Os moradores só poderiam se reunir na praça em determinados horários, e todos deveriam manter a conversa rápida, sem se estender muito nos detalhes. Segundo ele, isso tornaria a vila mais "eficiente" e "organizada".

No início, ninguém deu muita importância. Mas com o tempo, a Vila Clara começou a perder o brilho. As pessoas começaram a se sentir desconfortáveis, como se algo estivesse faltando. As conversas eram curtas demais (e olha que não existia o WhatsApp) ninguém ouvia verdadeiramente o outro, e os assuntos importantes se perdiam em respostas apressadas.

Dona Tereza, a doceira da cidade, foi uma das primeiras a notar a diferença. Ela sempre tinha algo para contar sobre suas novas receitas, mas, ultimamente, ninguém parecia interessado em ouvir. A falta de atenção fez com que ela parasse de inventar doces novos. "Pra quê? Ninguém se importa em saber dos meus experimentos," pensou.

O clima pesado começou a se espalhar. Até as crianças, que sempre enchiam a praça com risadas e brincadeiras, ficaram mais quietas. Na pequena oficina de marcenaria, Seu Jorge, o marceneiro, passou a trabalhar sem entusiasmo. "Sem ter com quem conversar, o que sobra é só o barulho do martelo," ele dizia, com um suspiro cansado.

Vendo a tristeza de todos, Dona Tereza decidiu que precisava fazer algo. Ela começou a reunir os moradores em sua pequena casa, onde todos podiam falar livremente, sem as regras rígidas do prefeito. O que começou como um encontro tímido logo se transformou numa nova tradição. E, ali, o ambiente voltou a ser leve, as risadas retornaram, e ideias começaram a surgir.

Mas o prefeito Romeu não ficou contente. Ele chamou Dona Tereza para uma conversa. “Esses encontros são um desvio de foco! Desorganizam o que é importante,” ele disse, tentando convencê-la a parar.

Dona Tereza, porém, estava decidida. “Prefeito,” ela respondeu, “não é sobre desorganização. As pessoas precisam ser ouvidas para que as suas ideias floresçam e a cidade prospere. Quando não temos espaço para compartilhar, perdemos mais do que tempo: perdemos o que nos faz ser Vila Clara.”

Aos poucos, o prefeito percebeu que algo realmente havia mudado. Ele se deu conta de que as pessoas estavam tristes, trabalhando de maneira mecânica, sem ânimo. A produtividade de Vila Clara havia caído, mas o que se perdera era algo ainda mais valioso: a alma da cidade.

Com o tempo e depois de ouvir outros colegas, Romeu decidiu dar mais espaço para os encontros e conversas espontâneas. As pessoas voltaram a se reunir na praça sem restrições, e a cidade aos poucos recuperou sua energia, criatividade e leveza. Os doces de Dona Tereza voltaram a fazer sucesso, e os móveis de Seu Jorge ganharam mais beleza e detalhes.

Naquele momento, Romeu compreendeu: cuidar da comunicação entre os moradores era, na verdade, cuidar de toda Vila Clara.

E assim como aconteceu em Vila Clara, nas empresas também é essencial cuidar da Comunicação Interna.

Organizações que não ouvem seus colaboradores, que não valorizam suas percepções e não promovem espaços para troca de ideias e sentimentos, acabam criando ambientes desmotivados, improdutivos e sem inovação.

Para que uma empresa prospere de verdade, ela precisa cultivar a comunicação de forma atenta, como um elo vital entre seus membros.

Quando as pessoas se sentem ouvidas e respeitadas, elas se tornam parte de algo maior, e o trabalho se transforma em um caminho de crescimento e colaboração contínuos.


Espero que seja uma boa reflexão para você

Fábio Di Renzo

#HRInfluenciersBrasil2024


André Tozello

Desenvolvendo tecnologias disruptivas em radiação não ionizante. Deep Tech Agritech e Health Tech Negócios B2B B2G | CEO da M2D1 Fala sobre #startup, #inovação, #iso56000 #facilities, #desinfecção #uvc

3 m

Que história poderosa, Fábio Di Renzo! "O Sopro da Vila Clara" vai muito além da comunicação – é um chamado para a essência das conexões humanas. A reflexão sobre o papel vital do diálogo, da escuta e do espaço para trocas nos lembra que, seja em uma pequena vila ou em uma grande organização, o que realmente sustenta a inovação e a produtividade é a alma coletiva. Assim como a praça de Vila Clara, as empresas precisam de ambientes que promovam interações genuínas, onde ideias fluem livremente e a criatividade prospera. A comunicação interna, nesse sentido, não é apenas uma ferramenta; é o coração pulsante que mantém a energia, o engajamento e o propósito vivos. Parabéns por traduzir isso de forma tão inspiradora! 🚀🌟

Marino Roberto Rodilha

Marino R. Rodilha - Consultoria em Gestão Empresarial Ltda - RH/RT

3 m

Excelente comparativo criando uma reflexão importante para o ambiente da empresa!

Mauro Andreassa

Trainer, advisor and mentor for your leadership in technology

3 m

Informação é importante. Um certo grau de informalidade de forma que flua o conhecimento tácito é fundamental. Nem tudo são dados, números, gráficos, fazendo uma transposição para o mundo corporativo. Conversas e organogramas paralelos existem.

Ion Rodrigues

Coordenador de HSE (Segurança, Saúde e Meio Ambiente)

3 m

Excelente reflexão, Fábio Di Renzo.👏👏👏

Éder Oliveira

Técnico em manutenção industrial

3 m

👋

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