O valor do ato de escutar na gestão empresarial
É notório que saber ouvir é algo que aprendemos quando crianças e com certa dificuldade, pois falar sem pensar é um ato que tem suas facilidades. Quando se alcança o nível de gestor nas empresas percebemos que ouvir nos proporciona um grande aprendizado desde que no mind set do dirigente esteja preparado tecnicamente para filtrar o que pode ser convertido em boas práticas. Buscar mecanismos que sistematizem as boas ideias é uma prática sempre bem-vinda em organizações maduras, um exemplo disso é o processo de bechmarking ou até mesmo a prática do brainstorming, para que se possa perceber o valor das ideias e compará-las com melhores práticas. Um segmento que proporciona uma visão do valor do saber escutar é a própria consultoria, que em muitos casos baseia-se em entender a visão do estratégico, do tático e do operacional e a triangulação de como os seus colaboradores conseguem absorver o processo de comando organizacional. Certamente o dom do saber escutar assim como o domínio de ferramentas que proporcionem um diagnóstico mais exato podem ser combinadas com o intuito de se chegar a melhor prática, o melhor projeto ou a melhor solução. De certa forma o gestor necessita diferenciar a informação negativa que envolve perda de tempo com conteúdos prolixos ou a própria conversa sem função, conhecida como “fofoca”. Em reuniões mal conduzidas é possível notar que o desejo de falar por muitas lideranças é quase que uma epidemia, certamente o agregar valor ocorreria se o compartilhamento de informações fosse trabalhado de forma civilizada e o gestor deixasse bem claro o papel produtivo e objetivo para as reuniões funcionais, com a proposta principal de somar opiniões ou até mesmo desqualificar a ideia com críticas construtivas. No entanto muitos profissionais não conseguem ou não querem absorver as críticas quando possuem caráter construtivo, isso impacta seriamente em falhas de projetos, má formação do gestor e até mesmo no amadurecimento e desenvolvimento de uma cultura aberta a mudanças. A cultura da organização é algo dinâmico e os gestores devem estar atentos a desenvolver ou buscar metodologias que proporcionem o aproveitamento e a valorização do profissional no sentido de captar informações de valor para o gerenciamento da empresa. O desfecho para as empresas que buscam saber escutar é amplo, pois percebe-se que tal ato vem em conjunto também com a capacidade do saber aprender, saber aprimorar e principalmente desenvolver de forma humanizada equipes e colaboradores individuais. Em uma sala de reunião percebe-se a necessidade das pessoas estarem preparadas para escutar e também se for o caso propor ações que possam somar ou transforma-se em projetos consistentes.