Obesidade Infantil uma epidemia que assola o Brasil!

Obesidade Infantil uma epidemia que assola o Brasil!

1- Segundo a OMS. A taxa de jovens obesos entre 5 a 19 anos, nas últimas quatro décadas, aumentou de 11 milhões em 1975 para 124 milhões em 2016. Considerando os dados, como a obesidade infantil pode refletir na sociabilidade e saúde mental da criança?

Nas últimas décadas as mudanças do estilo de vida, o sedentarismo, o aumento de consumo de alimentos hipercalóricos e industrializados tem contribuído em larga escala para a obesidade em todas as idades. As doenças associadas causam danos para o corpo, nos âmbitos sociais, profissionais, psíquicos e físicos que podem comprometer a vida do indivíduo.

A era pós-moderna, trouxe inúmeras vantagens, o desenvolvimento das tecnologias facilitou e contribuiu para o cotidiano da população. Porém, há que se destacar os malefícios, o progresso das doenças crônicas como a obesidade infantil estão associadas ao isolamento social, ao sedentarismo, ao apelo excessivo de propagandas de alimentos calóricos e de baixos nutrientes, a proliferação das redes de fast-foods e sanduíches, as facilidades escadas rolantes, dos elevadores, controles remotos, a mudança das brincadeiras e jogos de rua por celulares, videogames, vêm fazendo surgir uma geração de crianças com doenças físicas e psíquicas, reduzindo exponencialmente a qualidade de vida delas.

Infelizmente o apelo de consumo a esses produtos industrializados estão progressivamente fazendo um desserviço à comunidade infantil e adulta.

O excesso de peso no corpo da criança pode vir a afetar em diversas questões tanto nas doenças como, diabetes, hipertensão, alto índice de colesterol entre outras doenças.

Problemas psicológicos podem estar associados a baixa autoestima, as atividades escolares que exijam rapidez, como na participação em brincadeiras e esportes, geralmente a criança se isola ou é excluída por ser considerada mais lenta, muitas vezes sofrendo bulling, agravando ainda mais a obesidade.

2- Partindo da família como alicerce fundamental para o desenvolvimento de uma criança, como os pais podem contribuir ou inviabilizar hábitos alimentares saudáveis?

Inúmeros fatores estão relacionados ao excesso de peso, o sedentarismo é um deles, crianças que ficam muito tempo assistindo televisão, navegando na internet, jogando videogames. Os pais contribuem inadequadamente à essa prática “do ficar parado”, pois a criança tem a tendência em seguir e imitar seu exemplo, abandonando ou deixando de lado as atividades que deveriam fazer parte do seu cotidiano, como andar de bicicleta, nadar, correr, enfim qualquer esporte ou atividade física que a criança tenha prazer em fazer.

Outro fator desencadeador da obesidade são os padrões alimentares da família, que também pode estar obesa, a consequência desse estilo de vida cada vez mais irá “pesar” na balança dessas crianças.

Problemas genéticos e hormonais também são fatores que podem contribuir.

A mudança dos padrões alimentares deve ser empregada em conjunto com a família, é uma responsabilidade compartilhada, alteração de hábitos do dia a dia, não só os alimentares, mas todo um estilo de vida.

 3- A que fatores psicológicos estão ligados o consumo desenfreado de alimentos pelos pequenos?

A comida está muito ligada às emoções, desde os primeiros anos de vida da criança a amamentação tem um papel fundamental na relação de amor entre a mãe e o bebê é pelo olhar, pelo carinho que eles se entrelaçam.

O bebê muitas vezes chora, por fome, dor, manha, sono, mas algumas mães não conseguem identificar suas súplicas e, diante de qualquer reivindicação, respondem com alimentação. Desse modo a criança não consegue discriminar a fome de outras sensações de desconforto. Assim, os pais podem como tática de reparação à falta de carinho ou atenção, prover quantidades exageradas de comida.

As crianças obesas podem desenvolver o hábito de comer em excesso por sentimento de rejeição, desamparo, insegurança, irritabilidade e ansiedade, podendo evoluir para um padrão alimentar irregular até a compulsão alimentar quando adultos.

É necessário observar como a criança se vê, como ela percebe sua aparência física, sua imagem corporal é um componente importante, pois a distorção dessa imagem, a dificuldade de percepção do seu mundo interior, podem conduzir à sérios distúrbios alimentares na adolescência como a anorexia e a bulimia; quando a comida, as dietas, o corpo e o peso passam a ocupar um lugar central e único na sua vida.

É na infância que se deve prevenir a obesidade, é nessa fase que ainda se tem a possibilidade de adquirir um estilo de vida saudável, é imprescindível o tratamento com uma equipe multidisciplinar, não somente a criança, mas toda a família, a responsabilidade deve ser compartilhada.

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