Objeções - O Trampolim Para Prejuízos ou Lucros... Autor: Paulo Silveira
Durante a apresentação de um produto ou serviço, naturalmente o profissional de vendas inteligente deve esperar que o cliente faça objeções sobre alguns de seus argumentos.
Tais objeções podem ser formuladas verbalmente ou não. Muitas vezes, o comprador faz com que a linguagem corporal e sua postura se manifestem de maneira mais ou menos consciente, com mais ou menos discordância; e isso dependerá muito do perfil da empresa no qual o comprador em questão trabalha ou representa.
A capacidade em enfrentar objeções, supõe descobrir os motivos que levam o cliente a levantá-las, e isso é essencial para o sucesso do profissional de vendas e a equipe que representa.
Normalmente, em vendas sistemáticas, só depois de responder a pergunta: “por que o cliente objeta?”, é que o vendedor decidirá o que dizer, como dizer, como comportar-se, e se irá abrir concessões ou não em relação aquela objeção!
A objeção pode surgir em qualquer fase do processo, e se o profissional de vendas estiver preparado, concretizará a venda.
Caso contrário, fará péssimos negócios, se o fizer!
Na prática, muitos “vendedores” e empresários torcem para que o profissional de compras não faça objeções e se iludem que só a empatia fechará bons negócios.
Em outras palavras: não há uma espécie de relação causa/efeito entre apresentação, negociação, objeções e conclusão do negócio – o profissional de compras não espera necessariamente o fim de uma apresentação para expor suas restrições ao produto ou serviço que o vendedor está lhe oferecendo.
Por esses motivos o vendedor deve estar pronto para responder objeções, não importa em que momento elas sejam feitas.
MAS POR QUE O CLIENTE OBJETA?
Na minha experiência observo seis razões principais:
Não existe negociação sem objeção, nem nos contos de fadas, embora alguns “curiosos em vendas” ainda acreditem nisso!
Se da abordagem à apresentação não surgir nenhuma restrição da parte do comprador, só há duas possibilidades: ou tudo foi conduzido com perfeição a ponto do cliente comprar e confiar na primeira abordagem, ou o cliente nem se interessou e de forma gentil e educada o dispensou com promessa de ligar depois (a segunda hipótese costuma ser mais a verdadeira).
Uma objeção não formulada pode ser uma barreira instransponível: o profissional de vendas percebe no comprador e também na sua equipe de negociação o ato de desinteresse e espera que ele se manifeste, mas como nada acontece, ele fica com medo de responder.
E aqui deixo uma regra de ouro que aprendi em todos esses anos de profissão:
A MAIS DURA OBJEÇÃO É MUITO MELHOR QUE O SILÊNCIO APÁTICO!
Objeções, portanto, devem ser bem-vindas.
Elas representam um elemento fundamental para a negociação, desencadeando o processo de comunicação entre o cliente e o profissional de vendas.
O profissional comprador que se cala, não se comunica e também impede que o interlocutor se comunique com ele. Também temos o outro lado da moeda, representado pelos clientes que estão sempre de acordo e dizem sim facilmente, embora sejam cada vez mais raros; mas também não compram.
Esses dois tipos de comprador têm algo comum: não se comunicam e, portanto, demonstram que não querem comprar.
Quando o profissional de vendas tem bastante experiência – e se o produto ou serviço atende de fato a necessidade do cliente – ele pode até seguir com uma negociação que não dê motivos para objeções. Mas ainda assim o profissional de compras, nem que seja por questão de regra da empresa, fará pelo menos duas objeções padrão.
O profissional de vendas bem preparado deixará o cliente em questão objetar e pensar que assumiu o controle da situação.
Neste caso, porém, o profissional precisa ter certeza que possui todas as ferramentas para responder de maneira adequada, a fim de demonstrar que tem condições de ajudar o cliente a resolver seus problemas.
Muitas vezes, atos de dúvidas ou incredulidade do cliente mostram resistência à compra, mas é apenas uma cortina de fumaça que esconde os verdadeiros motivos da rejeição.
Juntamente com isso, o vendedor deve querer que ele objete muito, deve até provocar objeções que custam a aparecer, porque só assim será possível descobrir os reais fatores que estão determinando o comportamento negativo e as resistências em relação à compra.
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Eu chamo esta técnica de “espremer o caldo”, sem a qual, a garapa da cana não se faz.
Objeção para exercitar um poder nessa hipótese.
O cliente está convencido de ter um grande poder sobre o profissional de vendas. Tal convicção origina-se, em muitos casos, de uma leve e inconsciente tendência sádica. Ele vinga as suas frustrações no profissional de vendas, exigindo-lhe o máximo esforço durante a negociação.
O desejo de exercitar o poder também deriva da necessidade psicológica do comprador de deixar bem claro que “quem manda é ele”. Não se permite demonstrar fraquezas, pois pensa que assim impedirá que o vendedor tire vantagens.
Essa atitude pode ter origem em experiências passadas: por exemplo, como reação de defesa contra a excessiva agressividade de vendedores “piratas” que procuravam fechar vendas de qualquer jeito, sem se preocupar se o produto ou serviço satisfazia de fato as necessidades do comprador.
Quais são as objeções e resistências não declaradas pelo cliente?
Muitas vezes há objeções ou resistências que ele não expressa abertamente.
Cabe ao profissional de vendas compreender os pensamentos ocultos, perguntando, ouvindo e descobrindo, dessa maneira, os obstáculos a serem removidos para a conclusão do negócio.
Considero, pelo que pratiquei na maioria das negociações, que a segunda ou terceira razão (não expressa) do cliente é a verdadeira.
É essa que deve ser examinada, trabalhada e considerada até o termino da negociação.
Exemplos de dúvidas não expressas
Uma objeção muito comum será em relação a internet e suas facilidades de busca.
Segundo a Fundação Getúlio Vargas, o percentual de brasileiros conectados a internet aumentou de 27% para 56% entre 2007 e o primeiro semestre de 2015, mas ainda assim temos metade da população como público-alvo para outras formas de venda.
Como agir quando o cliente levanta objeções para adiar a sua decisão
Muitas vezes a relutância do cliente para comprar é explicada sem meios-termos: “Sim, sua proposta me interessa! Preciso de tempo para refletir”.
Duas possibilidades: ou o cliente é daqueles que sempre diz sim, para afirmar exatamente o contrário, ou tem total boa fé.
Deve-se descobrir, sem possibilidade de erro, suas reais intenções, sobretudo quando a apresentação foi completa e os termos da proposta colocados em pauta e documentados.
A falta de conclusão expõe o vendedor (e a empresa que ele representa) a três riscos distintos no mínimo:
Existem cinco poderosos argumentos com os quais o vendedor pode superar a tendência para o protelamento, escondida na objeção:
Um profissional de compras procura exercitar poder em cima de um profissional de vendas que, especialmente no caso de venda repetida, tem medo de perder o cliente, e por isso age de modo submisso em relação ao poder.
Numa situação dessas, muitas vezes os interlocutores não se dão conta de uma verdade mais que óbvia: o vendedor tem que vender, caso contrário não recebe salário, comissões e prêmios; o cliente precisa comprar, senão fica impedido de satisfazer as necessidades próprias (se for um simples consumidor), e se for um comprador corporativo as perdas podem representar escalas milionárias de prejuízo.
Algumas coisas têm mudado em escala diária e o profissional de vendas, entre outras atribuições, também terá a tarefa de estabelecer os termos de uma nova relação: o cliente não é mais soberano onipotente, reinando para os pobres súditos profissionais de vendas.
No reino, o mero súdito foi promovido pelo rei e hoje atua como indispensável consultor e gerador de lucros. Principalmente no quadro de contrato de longo prazo, não pode haver outro tipo de relacionamento que não seja a mútua integração entre as duas exigências não antagônicas, mas, ao contrário, alianças estreitamente forjadas e fortalecidas a cada transação – a de comprar e a de vender com lucro… Pois o lucro é a semente do amanhã, e garante o futuro de ambos!
Tenha um excelente dia hoje e sempre; Pois o mercado é do tamanho da sua competência, influência e imaginação.