ODISSEIA LUZ

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ODISSEIA LUZ (XVI)

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Os sinais de ódio, de inveja e de desprezo não diminuíram durante aqueles sete dias em que Juvenal e Kalanga ocuparam a mesma cela. Bem pelo contrário, foi percetível o aumento de crispação entre os dois, chegando, inacreditavelmente, a envolverem-se, por diversas vezes, em confrontos físicos.

A sentença chegou implacável e decretou a expulsão de Juvenal e Kalanha de “Odisseia Luz” e o regresso imediato às suas origens, onde ficariam sujeitos, tal como os restantes habitantes da Terra, à segunda etapa do plano delineado pelo rei “Juan Odisses”.

O segundo patamar consistiu no envio ao planeta Terra, em parceria com as autoridades do planeta Mercúrio, de um míssil teleguiado que se faria explodir ao entrar em contacto com a atmosfera. Dessa enorme explosão resultaria uma espécie de fumo inolente e incolor que ao aproximar-se de qualquer parte de um corpo humano lhe deixava a pele totalmente pintada de verde. Essa substância secreta detinha características de tal forma especiais que lhe permitiam entrar com toda a facilidade em qualquer local onde existisse presença humana, razão pela qual, em poucos minutos, todas as pessoas, independentemente de onde se encontrassem, tinham a sua pele pintada de verde.

Tratou-se de um momento histórico, já que a partir daí não mais existiram na Terra pessoas de cor negra nem pessoas de cor branca, mas apenas e somente pessoas de cor verde. Homens, mulheres e crianças, dos quatro cantos do mundo, partilhavam agora a mesma cor de pele. (continua ….)

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Agostinho Silva